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Votar é um dever e um direito, defendem moradoras de Belém

Raimunda  Barbosa, aos 101 anos de idade, não precisa mais votar, mas como Gabriela Xavier, de 19 anos, ela defende que este direito é coisa séria para a vida toda  

Valéria Nascimento
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Mais de oito décadas separam a existência de dona Raimunda Barbosa, de 101 anos, de Maria Gabriela Xavier, de 19. Moradoras de Belém, as duas não se conhecem, mas têm em comum, a compreensão de que agir politicamente não se restringe ao voto ou a participar de estruturas partidárias. Elas entendem que ser protagonista em relação aos próprios direitos, significa fazer política, por isso, não abrem mão de votar, neste domingo (2), dia de eleições gerais no país.

“Eu sempre desejei votar até hoje, eu acho importante, acho que é coisa séria, é um dever  cidadão e eu nunca vendi meu voto por dinheiro nem por tijolos nem por cimento”, disse Raimunda, mais conhecida como dona Zita, na última quinta-feira (29), em Belém. 

Natural da comunidade Costa Maratauíra, na zona rural do município de Abaetetuba, no Baixo Tocantins, dona Zita mora há 57 anos no bairro da Terra Firme, na capital paraense. 

Por sua vez, Maria Gabriela considera que “o voto é a melhor forma de demonstrar o nosso nível de satisfação e apoiar o projeto que nós acreditamos que é o melhor para o país”, afirmou ela.

Gabriela cursa o 4º semestre de jornalismo na Universidade da Amazônia (Unama), e mora com os pais e um irmão mais velho, no conjunto Natália Lins, na avenida Augusto Montenegro, em Belém. 

"O  voto em um presidente é um direito do povo brasileiro conquistado depois de muita luta e sangue de pessoas que lutaram pela redemocratização durante a ditadura militar. E o voto permite que o povo participe da tomada de decisão do rumo do Brasil”, seguiu a universitária.

Engajamento político

É surpreendente ver dona Raimunda tão lúcida quanto engajada politicamente, e longe de estar cansada de sair de casa para votar, ela faz questão, mesmo estando dispensada pela Justiça Eleitoral. Por lei, o voto é obrigatório para pessoas entre 18 e 70 anos. Dona Raimunda fará 102 anos em dezembro próximo.

Zita foi professora no interior de Abaetetuba, trabalhou como costureira, em fábrica de castanha e também como doméstica. Ela não lembrou ao certo em quem votou pela primeira vez ainda na comunidade abaetetubense onde morava com o marido, que trabalhava como braçal entre obras da construção civil e engenhos de cana-de-açúcar, mas recordou como chegou ao local de votação

"Uma família em Abaetetuba chamada Mila Costa cedeu a casa deles para servir de local de votação, foi lá que eu votei, pela primeira vez. Lembro que tive que ir de canoa", disse Zita. 

Definindo as escolhas

Esta será a primeira vez que Gabriela escolherá um presidente da República. Questionada sobre se acreditava na força do voto dos jovens, ela disparou. "O meu voto juntando com o do meu amigo e demais pessoas formam centenas de votos e todos têm que ter essa consciência, nós somos o futuro do Brasil, temos acesso às informações o tempo todo, então, sim, o voto dos jovens é super necessário”, afirmou a estudante de jornalismo. 

"A gente sabe que para eleger um presidente, um governador, essa pessoa precisa ter ética, moral", destacou Gabriela. Ela disse que costuma conversar com os amigos e a família sobre política. 

A universitária também afirmou que gosta de acompanhar a propaganda eleitoral e os debates. "Eu acho esse acompanhamento necessário para que a nossa opinião seja formada e concretizada a partir do que nos é apresentado nas propagandas e debates. Não só com a fala dos candidatos, mas com as atitudes deles também", disse Gabriela Xavier.

Zita assim como Gabriela sabe em quem vai votar e enfatiza que suas escolhas políticas são feitas com o máximo de atenção para não errar. Sem declarar o voto, Zita afirmou que decidiu logo em quem votar, neste domingo, e explicou como escolhe os seus representantes políticos. 

"Presto atenção no que eles estavam fazendo antes", disse a experiente eleitora. "Eu recebi propostas para mudar, mas me orgulho de nunca ter vendido meu voto durante todo esse tempo, aliás até hoje eu não vendo não", afirmou Zita, com seriedade.

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