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Vereadora celebra importância do Dia da Consciência Negra

Nazaré Lima (Psol) foi a única a mencionar a data na sessão ordinária desta segunda-feira (23). Somente 34% dos vereadores de Belém são negros ou pardos

Eduardo Laviano

Durante sessão ordinária na Câmara Municipal de Belém desta segunda-feira (22), a vereadora Nazaré Lima (Psol) foi a única parlamentar a mencionar o Dia da Consciência Negra, ocorrido no último sábado (20).

Ela fez um apanhado histórico da data ao rememorar a morte do líder Zumbi dos Palmares em 1695, já que ele que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista e se tornou símbolo da luta antirracista. Ela também parabenizou os participantes da marcha contra o racismo que ocorreu em Belém no sábado. 

"É um dia para lembrar que nós negros e negras existimos e não podemos mais aceitar as condições em que vivemos. As estatísticas estão aí para comprovar que os piores indicadores são da raça negra, o que também é um termo questionável, raça. Há todo um questionamento sobre como se deu a abolição da escravatura. Sabemos muito bem que não tivemos nenhuma política de habitação, educação, emprego, educação para os negros. Hoje, as cotas são um instrumento de reparação pela injustiça que se fez nessa abolição inacabada. Existe também o conceito de vulnerabilidade, pessoas que tem menos possibilidades, que correm mais riscos, que pode ser uma vulnerabilidade temporária ou permanente. A dos negros é permanente, mesmo após mais de 200 anos de abolição, vamos demorar a chegar nos índices sociais de branco", afirmou ela.

Dos 35 parlamentares que exercem mandatos na Câmara, 12 se declararam pretos ou pardos ao Tribunal Regional Eleitoral nas eleições de 2020, totalizando 34% dos vereadores.

O número é menos da metade do quantitativo de pretos e pardos autodeclarados que vivem em Belém: 70%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Crianças e jovens

O vereador Fábio Souza (PSB) demonstrou preocupação sobre o que chamou de "crescimento constante de crianças sendo usadas como mecanismo para mendigar" na capital paraense, em frente aos estabelecimentos comerciais.

Segundo ele, uma força-tarefa precisa ser montada com urgência pelos vereadores para que eles levem este problema ao Ministério Público. Ele disse que ainda esta semana irá iniciar uma "cruzada" contra esta situação e lembrou que atualmente diversos benefícios estão ajudando as mães desamparadas, como o Bora Belém e o Auxílio Brasil. 

"Para inibir ou pelo menos diminuir essas ações. Ontem pela milésima vez ao chegar perto de uma grande lanchonete ali na Antônio Barreto, eu vi a mãe com uma criança de colo e mais outras três. Quando abordo essas mães a maioria diz que os filhos não são delas, são de primos, vizinhos, irmãos. Estão ali mendigando o dia inteiro. Não tenho mais estômago para esta situação", afirmou.

Já Fabrício Gama (DEM) entende que a situação é inadmissível, pois as crianças pegam sol e chuva o dia inteiro. "Sabemos que a condição social é grave, mas usar criança é crime. Não podemos permitir", disse.

A vereadora Bia Caminha falou sobre o Exame Nacional do Ensino Médio e que o ensino remoto imposto pela pandemia de covid-19 pouco levou em consideração as condições financeiras dos alunos pobres e periféricos, que possuem dificuldades de acesso aos celulares e computadores.

Para ela, o baixo número de inscritos em 2020 e 2021 reflete esta realidade e terá impacto no perfil dos universitários brasileiros nos próximos anos. 

"Este tipo de educação acirrou muito mais as desigualdades. E o governo federal ainda tentou politizar a prova, dizendo que a prova teria a cara do governo. E a cara do governo é uma prova 41% menos inscritos do que nos anos anteriores, a cara da prova foi a redução drástica no número de pretos e pardos inscritos. A cara da prova do Enem foi uma mãe chorando na porta da escola ontem porque não conseguiu chegar a tempo pois estava amamentando. Aqui no Pará tivemos 46 mil faltosos. 27,5% de falta, 1,5% mais do que a média popular", refletiu. 

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