TRE-PR antecipa julgamento de ações que podem cassar mandato de Sérgio Moro

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) tomou a decisão de antecipar o julgamento das ações que envolvem a possível cassação do mandato do senador Sérgio Moro (União). A sessão, originalmente agendada para 19 de fevereiro após o carnaval, foi remarcada para a próxima quinta-feira, 8, em formato presencial, conforme confirmado pelo próprio TRE.

Os processos, a pedido do desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, relator do caso, foram incluídos na pauta com prioridade, sendo solicitado o agendamento para a "primeira data possível".

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A nova data foi definida nesta quarta-feira, 31, pelo desembargador Wellington Emanuel Coimbra de Moura, presidente do TRE, em um de seus últimos atos antes de deixar o cargo nesta quinta-feira (1º).

Ex-juiz da Operação Lava Jato pode perder o mandato

As ações que buscam a cassação de Moro foram movidas pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), do presidente Lula. Em caso de condenação, o ex-juiz da Operação Lava Jato pode perder o mandato e ficar inelegível.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) defende a cassação por abuso de poder econômico nas eleições de 2022, alegando que os gastos na pré-campanha ultrapassaram o limite razoável. Inicialmente, Moro planejava candidatar-se à presidência, mas mudou para concorrer ao Senado, o que, segundo o MP, desequilibrou a disputa.

Em depoimento à Justiça Eleitoral, Moro negou que a pré-candidatura presidencial tenha influenciado sua campanha ao Senado e refutou a ideia de que o movimento foi premeditado. Ele afirmou: "Eu já era sobejamente conhecido no Paraná ou no Brasil inteiro sem uma pré-candidatura presidencial", referindo-se à Lava Jato que o colocou inicialmente na posição de "herói" no combate à corrupção.

Além das ações no TRE, Moro também está sob investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que analisará se o ex-juiz usou a magistratura com fins político-partidários e se cometeu irregularidades na gestão das multas dos acordos de delação e leniência homologados na Lava Jato.