Prefeito de Itaituba admite ser dono de iate milionário

‘Não foi 9 (milhões), foi 12 (milhões)', corrige Valmir Climaco sobre o valor da embarcação que vem sendo comentado nas redes sociais

Enize Vidigal
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O vídeo que mostra um iate de luxo de grande porte, com três andares, sendo transportado em um reboque puxado por duas carretas chamou a atenção nas redes sociais no último final de semana. A embarcação milionária teve a propriedade atribuída ao prefeito de Itaituba, Valmir Climaco. Em entrevista a O Liberal, neste domingo, 5, Climaco confirmou os boatos: “A lancha é da minha família, é minha”, afirma. “Não foi 9 (milhões),  foi 12 (milhões)”, diz ele corrigindo o valor do iate que vem sendo noticiado. Na eleição de 2020, Valmir Climaco declarou bens à Justiça Eleitoral que somam R$ 948.634,23.

A 4ª Promotoria de Justiça de Itaituba informou nesta segunda-feira, 4, à reportagem de O Liberal, que recebeu um expediente sobre esse caso. O documento será analisado e se houver fato que indique providências, serão solicitadas informações ou encaminhamento para o órgão competente. Porém, nenhuma investigação foi instaurada até o momento.

“Eu sou um homem que quando entrou na política, já tinha os meus aviões, fazendas, imóveis... Hoje tenho 15 mil cabeças de gado, dois postos de combustíveis... Esse iate peguei numa troca de um dos portos em Miritituba, que vendi para a Bertolini”, conta. A Transportes Bertolini Ltda realiza armazenamento e transporte de grãos produzidos do Centro-Oeste, fazendo a interligação entre a rodovia Transamazônica a o transporte hidroviário pelo Tapajós, em Itaituba.

Valmir Climaco disse que o valor da venda foi superior ao valor do iate e que o veículo entrou como parte da negociação. Ele disse também que possui outro porto em Miritituba, que é alugado para a Bertolini pelo valor mensal de R$ 500 mil. “Essa lancha peguei num negócio. Por sinal, está em Manaus e quero vender. Não tem problema nenhum, tenho contratos de quando veio o recurso pra comprar ela”, disse.

Ainda segundo ele, o iate está sendo fabricado em Manaus há seis anos e está em nome da empresa Porto Tapajós, que pertence à família dele. O prefeito nega que a embarcação tenha chegado a Itaituba, contradizendo informações locais de que a chegada do iate milionário teria se tornado atração na cidade devido ao grande tamanho. Inclusive, o iate teria sido batizado com o nome do pai do prefeito, Brazimar.

O procedimento de investigação da compra do veículo teria sido instaurado pela promotora de justiça Ociralva Farias Tabosa, que responde pela 4ª Promotoria de Justiça de Itaituba, na última sexta-feira, 3. Há suspeita de enriquecimento ilícito. O Liberal não conseguiu contatar a promotora de justiça neste domingo, 5.

Valmir Climaco diz que aguarda ser chamado para prestar esclarecimentos ao Ministério Público. “Troquei terreno com esse iate e foi bem maior o valor da venda que eu fiz. Estou esperando o MP me chamar, tenho tudo em contrato”.  “Não entrei na política por acaso, não sou funcionário público que vive da política, sou empresário há 44 anos, tenho 17 empresas no meu nome”, finaliza.

Declaração de Bens

Perguntado sobre a declaração de bens realizada por ele ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ocasião da candidatura de reeleição ao cargo de prefeito, em 2020, Climaco sugere que os bens estão em nomes de familiares e diz que o valor não está atualizado: “Aqui são 13 irmãos e 5 filhos que fazem parte da empresa. Quando a pessoa mexe com banco, todo ano atualiza a declaração de bens”.

Na declaração de bens do então candidato Valmir Climaco, que está disponível na internet pelo TSE, consta um avião Cessna no valor de R$ 250 mil, mas não constam fazendas, gado, postos de combustíveis e nem os portos em Miritituba. Aparecem um curral e um estábulo, que somam cerca de R$ 96 mil, além de casas e terrenos. Dentre os terrenos, três são localizados na Transamazônica, zona rural de Itaituba: O primeiro, reúne quatro lotes denominados Samburi I, II, III e IV na Gleba Miritituba, que somam 405 hectares e que foram declarados como “terra nua” pelo valor de R$ 75 mil; o segundo, é terra nua de 102 hectares no valor de R$ 65 mil; e o terceiro, de 85 hectares, tem dúbia informação sobre ser “terra nua”, portanto, sem benfeitorias, mas a própria declaração do prefeito informa que contendo pastagens, curral, casas, galpões e árvores frutíferas no valor de R$ 25 mil.

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