Possível fusão entre União Brasil, PP e Republicanos ainda não convence diretório estadual

Líderes dos partidos no Pará analisam fusão entre as siglas, mas afirmam que formalização depende das cúpulas partidárias nacionais

Elisa Vaz e Emilly Melo
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Uma aliança que avança em Brasília e que resultaria na fusão dos partidos União Brasil, Progressista (PP) e Republicanos ainda não convence a classe política do Pará. Chamado na capital brasileira de “federação”, a nova sigla pode se confirmar ainda neste ano e durar por cinco ininterruptos.

A manobra, que já é comentada abertamente por representantes dos partidos, teria uma razão matemática: se a federação for realmente concretizada, as três siglas teriam, juntas, a maior bancada da Câmara e do Senado, um total de 151 deputados e 17 senadores.

No Pará, no entanto, ainda há divergência, especialmente diante das pretensões dos candidatos a cargos majoritários, como as prefeituras. Em entrevista à reportagem do Grupo Liberal, o presidente estadual do PP e prefeito de Barcarena, Renato Ogawa, disse que a aliança entre as três siglas está mais focada nacionalmente, para fortalecer o relacionamento com o governo federal.

“Quando a gente pensa na esfera estadual, levando em consideração que são três siglas muito fortes aqui no Estado do Pará, com representatividade, naturalmente isso faz com que as siglas deem uma diminuída. Elas se fortalecem porque juntam algumas lideranças, mas em termos de tamanho não tem como. Se juntar os três partidos, a gente diminui o número de candidaturas”, explica.

Para ele, pensando em um cenário municipal, não seria um ganho para as três siglas, mas uma redução. “Acho que a gente acaba diminuindo o tamanho dos partidos nos municípios. A nível estadual, a avaliação ainda não dá para ser julgada, porque a eleição estadual é daqui a dois anos, mas talvez a diminuição do tamanho do PP, do União Brasil e do Republicanos nos municípios vai refletir na política estadual daqui a alguns anos”, adianta.

Fusão depende de tratativas nacionais

O secretário de Estado de Justiça, Evandro Garla, que está à frente do Republicanos no Estado, revelou que o presidente nacional do partido, deputado federal Marcos Pereira, ainda não convidou os parlamentares filiados para debater sobre a federação. “Não ocorreu nenhuma reunião dentro do Republicanos com relação a essa pauta, seja qual for a esfera, tal assunto ainda não foi discutido.”

Garla ressalta que há entraves na relação entre os partidos em outros estados, inclusive com desavenças acentuadas, que precisam ser apaziguadas antes de se falar sobre a concretização da fusão, e cita a dificuldade nas tratativas no Piauí, Pernambuco e Rio de Janeiro, por exemplo.

Já o ministro Celso Sabino, que coordena as ações do União Brasil no Pará, destaca que a fusão faz parte de um importante processo de ampliação e fortalecimento de partidos que “estão compromissados com a democracia e o equilíbrio das instituições". O presidente da sigla no Pará afirma ainda que os três partidos, que se identificam com o viés de centro, estão alinhados em várias temáticas e declara que a federação tem potencial de ganhar força política no país.

“A princípio, não vejo grandes obstáculos. Há poucos dias tive a oportunidade de conversar sobre a federação com Evandro Garla e Renato Ogawa [...]. Há várias convergências em nossas visões sobre o futuro do Estado e todos somos da base de apoio do governador Helder Barbalho”, pontuou Sabino, que explicou que os avanços nas tratativas estaduais dependem da decisão e formalização por parte das cúpulas partidárias nacionais.

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