Paraenses pagaram mais caro com obras durante a pandemia, aponta pesquisa

Levantamento feito pelo IFPA aponta que as despesas para construir aumentaram 14% no período 

Kamila Murakami / Especial para O Liberal
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Construir ou reformar custou mais caro para o bolso dos paraenses durante a pandemia de Covid-19, é o que aponta um levantamento realizado por servidores e alunos do Instituto Federal do Pará (IFPA). De acordo com o artigo, publicado na revista Research, Society and Development, entre 2020 e 2021 foi registrado um aumento médio de 14% nos custos relacionados a obras no Pará.  

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A situação não ficou difícil apenas para os consumidores. Com o início do lockdown, logo nos primeiros meses de 2020, o setor de construção civil acumulou inúmeros prejuízos, tendo em vista que todas as atividades nos canteiros precisaram ser paralisadas. A retomada só teve início no ano seguinte.

No Pará, milhares de famílias ainda sob a restrição de circulação aproveitaram para reformar ou ampliar suas casas, em parte incentivadas pelo auxílio disponibilizado pelo Governo Federal durante a pandemia.

"Apesar das altas nos preços, o Auxílio Emergencial ajudou a manter o setor aquecido, possibilitando que as pessoas dessem andamento às suas obras mesmo com os custos elevados de material e mão de obra", afirma Denys Roberto, técnico do Laboratório de Edificações do IFPA - Campus Bragança.

image Servidor público Denis Roberto diz que auxílio ajudou a manter a economia aquecida (Foto: Acervo / IFPA)

Os pesquisadores do instituto elaboraram uma planilha de custo mínimo para a realização de uma obra residencial de pequeno porte, baseado em um projeto arquitetônico de 80 m², elaborado pelos autores. O orçamento foi atualizado mês a mês entre os meses de março de 2020 e agosto de 2021.

Foram analisados os custos para a realização de 47 serviços, desde a elaboração dos projetos, fundação, estrutura, cobertura, até o acabamento. No total, 846 itens foram verificados, com base no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) e nas publicações trimestrais/quadrimestrais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas do Pará (Sedop).

Quem optou por construir durante a pandemia encontrou o preço dos materiais básicos, como a alvenaria, ferro e cimento, até 66,5% mais caro. Desconsideradas as variações regionais, o custo para a realização da obra de 80 m² poderia sair até R$ 21,8 mil mais caro, se comparado com o período anterior à pandemia de covid-19.

A elevação dos valores dos materiais e da mão de obra tem um forte impacto social, principalmente para as famílias que têm um poder aquisitivo mais limitado, explica Denys Roberto.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe composta pelos técnicos de laboratório Denys Roberto e Cleydimara Aquino, do Campus Bragança, pelos professores Claudionor Júnior, Regiana Barbosa e Jeremias Caetano, do Campus Abaetetuba, e pelos alunos Marco Antônio Silva e Gabriel Leon Fernandes, do curso de Edificações de Abaetetuba.

O artigo "Variação no custo orçamentário para uma residência unifamiliar térrea durante o período de pandemia de COVID-19 no estado do Pará" está disponível para consulta on-line no site da revista. 

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