Morre ex-ministro da Fazenda Francisco Dornelles aos 88 anos

Político, que também foi governador do Rio de Janeiro, era presidente de honra do Progressistas

O Liberal
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O cenário político brasileiro perdeu um de seus ícones nesta quarta-feira, aos 88 anos, com a morte de Francisco Dornelles, presidente de honra do Progressistas. Embora afastado da vida pública nos últimos tempos, Dornelles deixou sua marca na história política do país, tendo desempenhado papéis de destaque como ministro, senador, deputado e governante. Sua trajetória multifacetada foi confirmada como encerrada pelo secretário de saúde do Rio de Janeiro, dr. Luizinho (PP-RJ).

Nascido em 1935 na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, Dornelles pertencia a uma família com profundas raízes políticas. Seu parentesco incluía conexões notáveis: era primo de segundo grau do ex-presidente Getúlio Vargas pelo lado paterno e sobrinho de Tancredo Neves e Castelo Branco pelo lado materno, além de ter o tio Ernesto Dornelles, ex-senador e governador do Rio Grande do Sul, como parte de sua linhagem.

Vida política começou na era Figueiredo

Sua formação acadêmica abrangeu direito e finanças públicas, e sua carreira política iniciou-se como secretário da Receita Federal durante o governo de João Figueiredo, em 1979, durante a época da ditadura militar. Durante sua gestão, o icônico símbolo do leão foi adotado como representação do Imposto de Renda e da própria instituição, uma imagem que persiste até os dias atuais.

A década de 80 marcou uma transição significativa em sua carreira, com Dornelles assumindo brevemente o Ministério da Fazenda em 1985. Embora não tenha tido a oportunidade de ascender à Presidência da República, Tancredo Neves já havia apontado seu sobrinho para esse cargo. Posteriormente, Dornelles ocupou cargos ministeriais, incluindo o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, bem como a pasta do Trabalho e do Emprego em seu segundo mandato.

Sua influência política estendeu-se pelo Rio de Janeiro, onde ocupou posições como deputado federal constituinte e manteve-se na Câmara dos Deputados até 2007, atravessando cinco mandatos consecutivos e representando diferentes partidos ao longo do tempo. Sua incursão no Senado ocorreu em 2006, quando foi eleito pelo PP, permanecendo na Casa até 2014. Nesse ano, renunciou ao cargo para se tornar vice-governador do estado na chapa de Luiz Fernando Pezão (PMDB).

O Palácio Guanabara testemunhou sua liderança quando Dornelles assumiu como governador interino por sete meses durante a licença médica de Pezão em 2016, e posteriormente de forma definitiva após a prisão do governador em 2018 pela Operação Lava-Jato. Durante sua primeira gestão, o estado decretou Estado de Calamidade Pública em 2016, pavimentando o caminho para ajuda financeira federal.

TSE decretou inelegibilidade de Pezão e Dornelles até 2022

Em 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decretou a inelegibilidade de Pezão e Dornelles até 2022, por abuso de poder econômico nas eleições de 2014. Assim, as eleições de 2020 marcaram a primeira vez em mais de 20 anos que Dornelles não participou como candidato ou ocupou um cargo político.

No último ano, uma biografia intitulada "O Poder sem Pompa" foi lançada, narrando a vida do ex-governador. Escrita pela jornalista Cecília Costa, a obra relembrava diversos episódios da trajetória de Dornelles, destacando sua figura cativante nos bastidores do poder, mesmo para seus adversários políticos.

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