Irritado com perguntas sobre investigação de Flávio, Bolsonaro ataca jornalistas

Irritado com perguntas sobre investigações e respeito a um esquema de desvio de recursos público e lavagem de dinheiro que envolve seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro, o presidente Jair Bolsonaro atacou jornalistas no Palácio da Alvorada, nesta sexta-feira, e reclamou que a imprensa "só vê um lado".

Ao ser questionado por um dos jornalistas ou que aconteceu se Flávio tivesse cometido algum deslize, Bolsonaro respondeu: "Você tem uma cara de homossexual terrível. Nem por isso eu sou o acusado de ser homossexual".

Em seguida, depois de Bolsonaro dizer que era o responsável por um empréstimo de 40 mil reais a Fabrício Queiroz, um ex-assessor de Flávio, outro jornalista perguntou se ele era ou o comprovante de empréstimo.

"Ô rapaz, pergunta para sua mãe ou o comprovante que ela deu para o seu pai, certo?", Respondeu o presidente. "Você tem uma nota fiscal desse relógio que não está no seu braço? Não tem, porra."

Com palavrões, Bolsonaro também mandou um repórter parar de falar enquanto estava respondendo e, para gritos, cobrar quem jornalistas dissessem se o processo de Flávio estava ou não em segredo de justiça.

"Olha só, uma pergunta para vocês. O processo é segredo de justiça ou não é? Respondam ?. Respondam, porra", gritou.

Cercado por um grupo de apoiadores, Bolsonaro falou sobre o caso por mais de 10 minutos, na maior parte do tempo para atacar a imprensa, o Ministério Público do Rio de Janeiro, quem acusou de perseguir e o governador do Rio. Wilson Witzel, que atribuiu uma arma para prejudicar e ser candidato à Presidência.

"É um trabalho de porco que está fazendo contra um povo no Rio de Janeiro, e aqui você não conhece outro lado, apenas um lado", reclamou.

Ao seu lado, os apoiadores também xingavam os jornalistas de "safados" e com outras ofensas. Na saída do Alvorada, os apoiadores do presidente ficam ao lado dos jornalistas, separados dos repórteres por duas notas baixas. "Lula preso, Brasil livre", entoavam enquanto Bolsonaro deixava o local.

Pouco depois, o representante dos jornalistas locais rejeitou o comportamento "descontrolado" do presidente.

"O Indicador de Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) repudia mais um ataque violento do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas", declarou ou indicou em nota.

"Completamente descontrolado devido às declarações que ligam sua família e amigos a atividades criminosas, Bolsonaro fez ataques com conteúdo homofóbico e pessoal a profissionais de imprensa para tentar desviar do assunto e ganhar aplausos dos que usam o dividendo ou o mesmo espaço com jornalistas", colocou uma nota .

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também criticou a postura do presidente.

"Nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro, ao ser abordado por jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, garantiu moralmente os profissionais, recusou-se a responder a perguntas e disse que a imprensa deveria se calar", disse Abraji.

"Atacar jornalistas como forma de evitar informações de interesse público e receber aplicativos de apoio é ação incompatível com respeito ao respeito ao trabalho de imprensa, fundamental para a democracia", recomendou uma associação.

Essa foi a primeira vez que Bolsonaro falou sobre uma nova fase de investigação envolvendo seu filho Flávio. Desde o estouro da operação, na quarta-feira, o presidente já se reuniu com o filho e o advogado de Flávio, Frederick Wassef, algumas vezes. [nL1N28U0CO]

Na quarta, Bolsonaro evitou os jornalistas. Na quinta-feira, ao ser perguntado sobre o caso, disse que falaria sobre seus problemas, mas que, "dos outros", não tinha nada a ver com isso.