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Hackers chineses podem tentar romper comunicação entre EUA e Ásia, alerta Microsoft

Os alvos seriam as organizações que cobrem os setores marítimo, de transporte, de comunicações, dentre outros

Vitória Reimão

A empresa Microsoft emitiu um alerta na última quarta-feira (24), sobre hackers que estariam em busca de ferramentas cibernéticas que podem interromper as comunicações críticas entre os Estados Unidos e a região da Ásia-Pacífico. A situação, se for feita, pode desencadear uma futura crise entre EUA e a China

Os invasores de rede computacional seriam apoiados pelo governo chinês, segundo a Microsoft. No documento publicado pela corporação, é dito que os hackers chineses estão ativos desde meados de 2021. Eles tiveram como alvo parte da infraestrutura crítica em Guam, território pertencente aos Estados Unidos, além de outras áreas americanas. 

A ação seria voltada para uma campanha de espionagem e coleta de informações, na qual as organizações, que estariam na mira dos hackers, envolvem os setores marítimo, de transporte, de comunicações, de serviços públicos e governamentais, entre outros.

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No mesmo dia, o FBI, a Agência de Segurança Nacional e outros organismos de segurança dos EUA e de países do Ocidente, enviaram um comunicado para relatar que os invasores cibernéticos poderiam aplicar as mesmas técnicas contra setores críticos "em todo o mundo". Logo após os comunicados, o governo da China rebateu as alegações.

Nesta quinta-feira (25), o governo chinês comunicou que acredita que as alegações foram feitas a partir de uma campanha coletiva de desinformação da coalizão Five Eyes, no qual é um grupo de compartilhamento de informações formado pelos EUA, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Este grupo possui agências de segurança que também emitiram um comunicado em conjunto. 

No comunicado chinês, é dito que “os Estados Unidos estão ampliando novos canais para espalhar desinformação. Não é a primeira vez e não será a última”. Segundo as conclusões da Microsoft, as operações cibernéticas foram escancaradas, o que pode desempenhar uma disputa de territórios no pacífico, seja na atual ou futura concorrência energética. Mas, a empresa se recusou a comentar as tensões políticas além do que já comunicou no relatório. 

Atualmente, a China tem demonstrado agressividade na região da Ásia-Pacífico. As ilhas foram militarizadas para reivindicar a propriedade de territórios disputados no mar da China Meridional. Nos Estados Unidos, as autoridades alegam que esses atos são um preocupante trabalho de expansionismo da China.  

A Embaixada da China em Washington publicou sua contestação contra o comunicado da Microsoft. “A alegação do lado dos EUA de que o governo chinês está ‘apoiando hackers’ distorce completamente a verdade”, declarou o porta-voz da embaixada, Liu Pengyu. 

Jen Easterly, diretora da Agência de Segurança de Cibersegurança e Infraestrutura dos EUA, deu uma declaração em fevereiro, no qual dizia que os hackers passam informações frequentemente de forma "não identificada e indeterminada" ao se infiltrar nas organizações  do governo americano. 

As autoridades do governo americano alegam estarem preocupadas com o fato de hackers chineses terem criado pontos de apoio na infraestrutura crítica de Taiwan. De acordo com a informação, a China pode usar os pontos para interromper serviços cruciais, como a eletricidade, no caso de uma invasão chinesa em Taiwan. Isso foi dito pelo alto funcionário da defesa dos EUA. 

A fonte da defesa também falou sob a condição de anonimato no mês de março e comparou a sondagem chinesa da infraestrutura taiwanesa com a forma como a Rússia usou seus hackers para invadir o setor elétrico da Ucrânia. Segundo informações, os hackers militares russos cortaram a energia duas vezes na Ucrânia, nos ataques históricos em 2015 e 2016, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA e especialistas privados.

John Hultquist, analista-chefe da empresa de segurança americana Madiante, propriedade do Google, alegou que na última década, a Rússia promoveu ataques para uma variedade de setores críticos de infraestrutura ativos e que as ações projetadas não seriam efeitos imediatos. 

“A China fez a mesma coisa no passado, tendo como alvo o setor de petróleo e gás. Os agentes chineses de ameaças cibernéticas são únicos entre seus pares, pois não recorrem regularmente a ataques cibernéticos destrutivos e disruptivos", disse Hultquist, no qual também acrescentou que o relatório da Microsoft "é uma oportunidade rara de investigar e se preparar para essa ameaça”.

(*Vitória Reimão, estagiária sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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