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Epidemiologista revela os 'sete pecados capitais' no combate à covid no Brasil

Durante as investigações da CPI da Pandemia, especialista fala sobre erros e irregularidades nas ações do governo federal para evitar mortes pela doença

O Liberal

O epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, foi um dos especialistas ouvidos nesta quinta-feira (24) nas investigações da CPI da Pandemia. O pesquisador listou o que ele considera como os erros cometidos pelo Governo Federal que contribuíram para a marca de mais de 500 mil mortes pelo novo coronavírus no país. Denominando de 'sete pecados capitais', ele pontuou:

Pouca testagem

Segundo o epidemiologista, as poucas testagens feitas no país, para identificar o número exato de pessoas com a doença, dificultam o rastreamento e as medidas mais rigorosas de isolamento para controlar surtos do vírus. O Brasil faz cerca de 7.857 exames por 100 mil habitantes, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Com esse índice, o país fica semelhante à Zâmbia, na posição 88 em ranking com 111 países, atrás da Índia e de vizinhos na América do Sul.

Demora na compra de vacinas

O especialista também apontou a demora na compra de vacinas como um dos erros do governo federal. O ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, afirmou nas investigações que a comissão do governo demorou dois meses para responder a carta enviada pela farmacêutica Pfizer que encaminharia para o Brasil 70 milhões de doses da vacina ainda no ano passado. O que resultou, assim, em milhares de mortes e contaminações.

Estimulou uso de medicamentos ineficazes

Ele destacou que a declaração feita pelo governo federal de que o uso da Cloroquina seria eficaz para o tratamento da doença, também contribuiu para as mortes. Isso pois, além de ser cientificamente provado que não funciona, também gerou na população a falsa sensação de segurança para não respeitar as medidas sanitárias.

Ausência de liderança do Ministério da Saúde

O epidemiologista citou a ausência de um comitê de crise como sendo um fator crítico no país. Muitas das mortes poderiam ter sido evitadas se, desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro não tivesse adotado uma postura negacionista com relação a seriedade da doença. E formasse uma comissão especializada para tratar a questão no país.

Desestimulou o uso de máscara

Essa questão está relacionada à postura do presidente Bolsonaro que, em todas as suas aparições públicas durante a pandemia, não estava fazendo o uso da proteção e incentivava essa prática de seus apoiadores. Inclusive declarando publicamente que se opõe ao uso da máscara.

Uso de abordagem clínica x epidemiológico

O pesquisador afirma que é importante comprar equipamentos para ajudar no tratamento da doença. Porém o ideal seria combater a transmissão do vírus. Com medidas semelhantes a de outros países que diminuíram notavelmente o número da propagação e, consequentemente, as mortes.

Falta de comunicação unificada

Hallal destacou como um dos temas mais graves para ser investigado, a necessidade de uma comunicação que incentivasse a população a seguir rigorosamente as medidas sanitárias. O que poderia ter evitado fake news com relação a remédios, uso de máscaras, evitar aglomerações, etc.

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