Eleitores criticam o "derramamento" de santinhos nas ruas
Multa para os "sujões" pode chegar a R$8 mil por cada local próximo a votação com santinhos

A cada eleição a cena se repete: na madrugada, os apoiadores de candidaturas despejam uma grande quantidade de santinhos nas ruas, em frente aos locais de votação, na expectativa de convencer o eleitor indeciso no momento de votar. As calçadas amanhecem cheias de papéis no chão, mas a estratégia acaba gerando a crítica dos eleitores. "Isso é boca de urna, isso é proibido", reclama o vendedor ambulante Frank Silva dos Santos, de 38 anos. Neste domingo, 28, no centro de Belém, a poluição foi menor do que em comparação ao primeiro turno, quando há menos candidatos fazendo divulgação.
Além de propagandas dos candidatos ao governo do Pará, Helder Barbalho e Márcio Miranda, em alguns pontos da cidade foram despejados panfletos com a foto de Miranda e do vereador Gordo do Aurá, recém preso, com os dizeres "Não vote em quem anda com traficante". A Escola Estadual Augusto Meira, situada na Avenida José Bonifácio, em São Brás, é um dos locais preferidos para o despejo de santinhos em dia de eleição. Inconformado, o vendedor ambulante José Alves, de 48 anos, varreu a calçada, despejando o monte de papel na vala. "Eu tirei o excesso de papel. Eu gosto de ver limpo, por isso varri".
Multa - Em recente decisão, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) determinou que os candidatos sujões seriam responsabilizados com multas e a limpeza das vias públicas. Os valores definidos para a multa foram de R$ 4 mil para cada local em que o material de campanha fosse despejado, e de R$ 8 mil se ocorresse nos arredores de locais de votação. Ainda, os candidatos poderão responder a processo por abuso de poder – o que pode resultar na cassação de candidato eleito – e terão que pagar outras multas já previstas na legislação.
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