Dirceu Ten Caten confirma indicação a vice de Hana Ghassan e defende aliança nacional com MDB
Deputado destaca foco na reeleição de Lula e força da militância no Pará
O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Pará definiu, no último sábado (6), a indicação do deputado estadual Dirceu Ten Caten para compor a chapa majoritária ao governo do estado como vice de Hana Ghassan (MDB) nas eleições do ano que vem. A decisão, tomada após uma disputa interna de teses, consolida a estratégia de manutenção da aliança com o grupo do governador Helder Barbalho, priorizando a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À reportagem de O Liberal, Dirceu Ten Caten afirmou que a escolha reflete uma conjuntura maior. Para ele, a composição estadual é um reflexo da governabilidade construída em Brasília.
"Estamos seguindo uma orientação nacional. O nosso foco central é a reeleição do presidente Lula. O MDB tem três ministérios no governo federal, sendo um deles liderado pelo paraense Jader Filho, que faz um grande trabalho por sinal. Queremos manter essa aliança nacional onde temos a cabeça de chapa e, naturalmente, em alguns estados faremos concessões para os partidos aliados da base do presidente", disse o deputado nesta segunda-feira (8).
Nome do PT agrega força militante e votos no interior
A indicação de Dirceu, que lidera a corrente Construindo um Novo Pará (CNP) e teve apoio do grupo do senador Beto Faro, visa também mobilizar a base orgânica do partido. O deputado ressaltou o histórico de vitórias presidenciais da sigla no estado e sua própria densidade eleitoral, especialmente no sudeste paraense.
"Acho que um nome do PT agrega muito em todo estado. Sempre vencemos as eleições presidenciais no Pará desde 2002 e, na última eleição, inclusive, o Lula teve, no Pará, quase 500 mil votos a mais do que seu adversário no primeiro turno. O nosso partido tem base orgânica e militância organizada em todo território do estado e isso pesa muito. Nas duas últimas eleições, eu tive a honra de ser o mais bem votado da história do PT no Pará, tendo votos em todas as regiões, mas com quantitativo maior na região de Marabá, que é a minha região de origem e que com certeza também terá um peso grande nesse novo projeto que estamos propondo a construir", avaliou Dirceu.
Decisão focada na maturidade política e ampliação de bancadas
A reunião do diretório foi marcada pela vitória da tese pragmática sobre a proposta da corrente Unidade na Luta (UL), liderada pelo ex-senador Paulo Rocha, que defendia candidatura própria ao Senado. Dirceu minimizou os conflitos e apontou para os próximos passos.
"Recebo com muita maturidade, sabendo que a decisão foi coletiva e que a condução também será. Depois que o nosso partido toma as suas decisões de forma democrática, seguimos com união e foco nos nossos propósitos, que para 2026 traz um objetivo concreto também de aumento das nossas bancadas na Alepa e no Congresso Nacional", finalizou o parlamentar.
Paulo Rocha foca na Sudam
Derrotado na votação interna do diretório, o ex-senador e atual titular da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Paulo Rocha, foi procurado pela reportagem para comentar a decisão partidária e os rumos de seu grupo político. Por meio de sua assessoria, Rocha informou que prefere não falar sobre o assunto neste momento. Ele acrescentou que está finalizando um balanço das entregas da Sudam, referentes ao ano de 2025, para uma reunião com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, e que viajaria nesta madrugada para Brasília.
O senador e presidente do PT no Pará, Beto Faro, também foi procurado pela reportagem, mas não retornou até o fechamento desta edição.
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