Cresce o número de mulheres eleitas para as prefeituras do Pará

Dos 142 municípios do Estado que já elegeram seus prefeitos, 26 deles escolheram mulheres como representante

Laís Santana

Dos 142 municípios do estado do Pará que já elegeram seus prefeitos, 26 deles escolheram mulheres como representante para o poder executivo municipal nos próximos 4 anos. Ao todo, 113 representantes femininas foram candidatas em todo o Estado, 17,07% do total de candidaturas registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2016, foram 85 candidaturas de mulheres, sendo 21 eleitas nas 144 cidades do Pará. 

Até o momento, dados do TSE mostram que para 12,2% das prefeituras do Brasil foram eleitas mulheres. Na eleição de 2016, esse número foi de 11,57%. De acordo com a Justiça Eleitoral, no pleito deste ano, as mulheres representaram 33,6% do total de 557.389 candidaturas, superando o maior índice das últimas três eleições.

O resultado apontam crescimento de 23,80% no número de representantes femininas nas prefeituras paraenses. Para Karol Cavalcante, socióloga e mestre em Ciências Políticas, os dados demonstram que é necessário a criação de meios para garantir maior presença das mulheres nos parlamentos.

“Estamos avançando, ainda que em passos lentos. Para garantir maior presença feminina nos parlamentos, o ideal seria que a lei pudesse prever a reserva de vagas entre eleitos, ao invés de ser apenas entre os que vão participar da competição. Países como a Argentina, por exemplo, avançaram significativamente na participação política feminina ao adotar medidas como essa. Existem centenas de projetos tramitando na Câmara e no Senado no que diz respeito a representatividade feminina. Mas esse não é um tema prioritário para o parlamento brasileiro que é majoritariamente composto por homens”, afirma. 

Em 2009, a legislação brasileira passou a obrigar os partidos políticos a destinar 30% das vagas para candidaturas femininas. No pleito deste ano, pela primeira vez, entrou em vigor as novas regras da reserva de, no mínimo, 30% dos fundos eleitoral e partidário e do mesmo percentual para tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão para as mulheres, com a obrigatoriedade dos partidos de fazer a divulgação das candidaturas. 

Cavalcante ressalta que a política é um espaço para mulheres e requer condições próprias para elas.

“Na sociedade brasileira antes de 1930, as mulheres não eram consideradas cidadãs, e foi somente a partir desta data que conquistaram o direito ao voto, e com isso resultaram outras conquistas como a possibilidade de serem eleitas a cargos públicos e de estarem a frente da administração pública em vários níveis e esferas administrativas. A atividade política partidária requer tempo, algo que é escasso as mulheres que na maioria das vezes carregam consigo a responsabilidade do trabalho doméstico, cuidados com os filhos e sobrecarga de trabalho remunerado. A política é um espaço também para as mulheres, mas é preciso criar condições para que elas participem em condições de igualdade e os partidos políticos devem atentar para essa realidade”, acredita.

Na cidade de Santarém, a candidata Maria (PT) ainda concorre ao 2° turno das eleições deste ano.

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