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Candidatos ao governo do Estado debatem propostas na TV Liberal

Crise respiratória afasta Helder Barbalho do programa

O Liberal
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Por mais de duas horas, os candidatos ao governo do Pará, Major Marcony (Solidariedade), Zequinha Marinho (PL), Adolfo Oliveira (PSOL) e Dr. Felipe (PRTB) apresentaram propostas e se questionaram mutuamente, mediados pelo jornalista Fabiano Villela, da TV Liberal. O debate transmitido ao vivo pela emissora começou às 22h30, desta terça-feira (27), em Belém. 

O governador Helder Barbalho, candidato à reeleição, atribuiu sua ausência a uma crise asmática. Pouco antes do programa ir ao ar, a assessoria do candidato divulgou nota explicando que uma asma brônquica afastou o governador do debate na emissora.

"Infelizmente Helder não pôde participar do debate na TV Liberal devido a uma asma brônquica", informou a assessoria nas redes sociais, acrescentando que o distúrbio ocorreu após o comício em Belém, na noite de segunda-feira (26). Segundo a assessoria, o governador se sentiu mal na manhã desta terça-feira (27) e cancelou a agenda eleitoral e os compromissos oficiais, entre os quais a formatura de 2.772 policiais militares. 

A nota informou também que Helder "entende a importância da imprensa para discussão de ideias e propostas durante o processo eleitoral e participou de todas as entrevistas para as quais foi convidado, inclusive na própria TV Liberal. Ele foi medicado e voltará à campanha assim que possível", concluiu o texto.

REGRAS

A ordem das perguntas foi definida em sorteio com a presença dos assessores dos candidatos. Foram quatro blocos, o primeiro e o terceiro dedicados a temas livres, com trinta segundos para perguntas e dois minutos para a resposta. Quem perguntava tinha 1'15'' para a réplica e o candidato que havia respondido, inicialmente, tinha 1'15'', para a tréplica. O segundo e o quarto blocos tiveram temas determinados. 

No último bloco, os candidatos fizeram as suas considerações finais. As regras assinadas pelos representantes dos candidatos não permitiam ofensas pessoais nem acusações que atingissem a honra e a dignidade dos adversários. 

Por sorteio, Adolfo abriu o primeiro bloco perguntando a Zequinha Marinho. "Queremos discutir um projeto para Pará, um projeto que consiga superar a situação de pobreza e fome que existe hoje no Pará e no Brasil, onde 33 milhões de pessoas passam fome, e que consiga superar o trauma que tivemos em relação à covid, ao desmatamento, tudo isso relacionado ao governo Bolsonaro, o senhor fez parte deste projeto, é assim que quer governar? "Quem está aqui debatendo sou eu”, disse Zequinha Marinho, ao afirmar que há fome no Pará e que precisa ser combatida. 

Zequinha criticou o Executivo estadual. “O governo do estado não tem política para assegurar a segurança alimentar à população", disse, listando 1.132 projetos de assentamentos do Incra, 250 mil famílias assentadas, entre outros exemplos, e disse que se produz pouco na agricultura familiar. "Lamento que o governo atual não tenha política para isso. Há falta de títulos de terra, escrituras", afirmou Marinho, que defendeu o presidente Bolsonaro, a quem atribuiu a entrega de títulos de terra no Pará, recentemente.

Adolfo, por sua vez, defendeu a eleição de Lula para a valorização do trabalhador rural, enquanto Zequinha prometeu trabalhar com inteligência no campo ao lado do presidente Bolsonaro e do agricultor. 

Na pergunta seguinte, Zequinha lembrou a Marcony, que o governo atual se envolveu em escândalos de corrupção investigados pela Polícia Federal. Na resposta, o major criticou a ausência de Helder ao debate, classificando-a como um “desrespeito à população paraense”. Marconi fez duras críticas a Helder e prometeu um governo transparente. 

Por todo o primeiro bloco, os quatro candidatos apontaram falhas ao governo estadual, fizeram críticas pontuais entre si e alternaram defesas dos candidatos presidenciáveis Lula e Bolsonaro.

II BLOCO

O segundo bloco do debate teve temas definidos por sorteio entre 20 temáticas previamente selecionadas pela produção da TV Liberal, quatro das quais foram sorteadas na hora pelo mediador.

Emprego e Renda foi o primeiro assunto discutido e o Major Marcony questionou Zequinha Marinho sobre as propostas para ampliar oportunidades no Pará. O candidato do PL respondeu que pretende fortalecer o agronegócio, acelerar os processos de titulação de terras e licenciamento ambiental. Marcony concordou e apresentou um projeto que chamou de Prospera Pará, visando à capacitação e inclusão de pessoas no mercado de trabalho.

O segundo tema foi Saúde e o Dr. Felipe escolheu Adolfo Oliveira para fazer a pergunta. Questionado sobre as ações do plano de governo para a área, o aliado do ex-presidente Lula disse que vai fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), investir na Política Nacional de Imunização e ampliar a atenção primária às famílias.

Sobre segurança pública, o terceiro tema sorteado, Zequinha Marinho perguntou ao Major Marcony como ele vai combater as facções criminosas no Estado. O policial militar disse que implantará o projeto de Moradia Segura e Transporte Seguro, levando mais segurança aos policiais paraenses. Zequinha disse, por sua vez, que, além de agir no combate, quer agir na prevenção à criminalidade, com projetos que tirem os jovens e adolescentes da marginalidade social.

Finalizando o segundo bloco, o quarto assunto foi Saneamento Básico e o candidato Adolfo devolveu a pergunta para o Dr. Felipe. Partindo do princípio de que as obras nessa área são muito caras e necessitam de mais apoio do governo federal, Adolfo argumentou que hoje esse apoio é fraco e perguntou o que o médico cardiologista faria neste caso. Felipe discordou de que o problema de saneamento no Pará seja culpa de Brasília e responsabilizou a gestão dos governantes estaduais e municipais

III BLOCO

No terceiro bloco, com temas livres,  Zequinha Marinho foi novamente questionado por ter participado do governo de Helder Barbalho. O Dr. Felipe lembrou que, antes de Zequinha se aliar a Helder,  ele foi vice-governador de Simão Jatene e manifestou sua crítica. “A sua instabilidade política nos gera preocupação. (...) Esse pecado não vou levar comigo”, disse Dr. Felipe.

Zequinha se defendeu dizendo que foi parceiro do MDB por 24 anos, mas não foi possível seguir adiante. “Quero dizer a todos, a cada um que este erro cometido na história do Pará seja corrigido neste momento. Ninguém está isento em tropeçar, mas não pode permanecer no erro”, minimizou. 

Marcony, por sua vez, dirigiu-se a Adolfo, comentando que o atual governo “só inaugurou placas, não planejou nem licitou, se aproveitou do que Jatene deixou em caixa”. No que Adolfo discordou: “Infelizmente, Jatene deixou um projeto de destruição”, afirmou, ao lamentar o que classificou como políticas que não pensam o Pará em perspectiva. "Vamos levar a oportunidade de educação para todo o Pará. ¨Seis mil escolas fechadas nos últimos 20 anos. O que tenho para dizer para você, mãe, pai, é que nós vamos mudar a realidade do Pará”, discursou.

Marcony redarguiu com sua proposta de “hipermodalidade”. “Vamos criar o maior programa que o Pará já viu”, prometeu, ao criticar o que chamou de precariedade das rodovias e a morte de pessoas por esse motivo. Defendeu também um porto de grande porte para o estado com capacidade para transportar carga, afirmando que o Pará está próximo da Europa. 

Adolfo acusou os demais candidatos de não apontarem a fonte dos recursos para os grandes projetos de infraestrutura que defenderam. "Vamos garantir a circulação das pessoas de forma segura e investir, por exemplo, em economia criativa”, disse ele.

Adolfo perguntou a Zequinha Marinho a respeito de sua relação, no Congresso, com o que classificou como “a bancada do crime que defende o garimpo ilegal, tráfico de armas”. 

Zequinha disse que isso não existe. “Não existem bancadas que defendem o crime no Congresso, mas causas dentro da lei. Ele citou o Código Florestal brasileiro como rigoroso e disse que se deve cumpri-lo.  E, novamente, criticou o governo estadual, acusando-o de não investir recursos na área ambiental.

Adolfo, por sua vez, disse que a bancada do crime está no noticiário nacional e listou como criminosos os que promovem o Dia do Fogo, entre outros eventos. Zequinha criticou Adolfo por sua defesa ao MST, considerado pelo candidato uma “organização criminosa”. Nós defendemos quem está dentro da lei e quem estiver fora vai se ver com as consequências”, disse ele. 

Zequinha perguntou a Marconhy sobre a as obras do BRT Metropolitano, ainda não concluídas. O candidato disse que o BRT é um “desastre” no qual o governo estadual investe milhões de reais em sacrifício do povo. Ele lamentou a não conclusão de obras estruturantes na mobilidade urbana e citou a avenida Liberdade e a ligação entre Mosqueiro e Outeiro.

IV BLOCO

No quarto bloco, também com temas determinados em sorteio, assistência social foi o primeiro sorteado e Zequinha Marinho indagou a Adolfo Oliveira a avaliação do candidato socialista sobre a atuação do Governo do Pará para reduzir os problemas sociais do estado.

O professor evitou críticas ao governador, mas afirmou que o Estado precisa de um governante que se preocupe com as questões sociais, que fortaleça a rede de assistência social. Zequinha rebateu, falando que no Marajó, região onde tem municípios com os piores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, apenas o Governo Federal atuou, com o programa Abrace o Marajó. 

Infância e Juventude foi o segundo tema sorteado e o Dr. Felipe quis saber as propostas de Zequinha Marinho para a área. Ao responder, o candidato do PL citou dados negativos do setor e prometeu investir em saúde pública neonatal e em programas de inclusão social para famílias carentes.

A terceira pergunta foi do candidato Adolfo a Zequinha sobre combate à discriminação. O candidato do PSOL perguntou se Zequinha Marinho não se envergonha de apoiar o atual Governo Federal, alegando que o presidente incita o ódio às minorias.

Zequinha discordou e afirmou que teria vergonha se apoiasse um “ex-presidiário”, referindo-se ao presidente Lula. Além disso, ele garantiu que vai governar para todos os povos do Pará, independente de raça, cor, orientação sexual ou etnia.

Políticas públicas para as mulheres foi o último tema sorteado. Marcony não usou o tempo para fazer uma pergunta, apenas citou polêmicas como aborto e família tradicional brasileira. Felipe respondeu que é cristão e contra o aborto. Contudo, o médico aproveitou o momento para dizer que vai lutar pela inclusão das mulheres no mercado de trabalho e na política.

FINAL

Ao final do debate, os candidatos tiveram dois minutos e 30 segundos para fazer as considerações finais. O Dr. Felipe falou de sua carreira na área da saúde e de um projeto social de sua autoria que leva atendimento cardiológico de graça às pessoas vulneráveis do Estado.

Adolfo Oliveira pediu votos ao candidato à presidência do PT, Lula, e também disse que quer estar ao lado do presidente defendendo a Amazônia e tirando o Pará dos índices de violência no campo. Os candidatos Zequinha Marinho e Major Marcony se detiveram a criticar o governo de Helder Barbalho.

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