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'Bancada da bala' critica novo ministro da Justiça nomeado por Bolsonaro

Em carta endereçada ao presidente, parlamentares acusam Anderson Torres de ter demonstrado "atuação parcial" quando esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública do DF

Agência Estado

Deputados da chamada "bancada da bala" e 11 entidades representativas de profissionais da Segurança Pública elaboraram uma nota conjunta para "expressar discordância" à nomeação do delegado da Polícia Federal Anderson Torres como ministro da Justiça, em substituição a André Mendonça - que foi remanejado de volta para a Advocacia-Geral da União (AGU).

Na carta endereçada ao presidente Jair Bolsonaro, os signatários afirmam que Torres, quando foi secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal e chefe de gabinete do ex-deputado federal do PSL Fernando Francischini, demonstrou "atuação parcial".

"O reiterado precedente de sua atuação junto ao Poder Legislativo Federal bem como a sua gestão junto à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal mostram, ao entender destes parlamentares e destas Entidades Nacionais, a sua atuação parcial e consequente desarmonia entre as instituições de segurança pública", afirma a nota.

De acordo com o documento, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, enquanto órgão central do Sistema Único de Segurança Pública, "é voltado a medidas nacionais, de modo que reconhecer legitimamente este espaço a um gestor oriundo das fileiras da segurança pública, com perfil agregador e de defesa institucional destas corporações, na busca do interesse público, e não apenas da defesa de um de seus cargos, é a essência do propósito de 'mais Brasil e menos Brasília'".

"Neste sensível momento de crise que o País e o mundo se encontram, a busca de uma gestão harmoniosa, valorizando inclusive as categorias que sempre estiveram em Vossa base de apoiamento, se faz uma medida necessária para a prevalência da boa ordem, e a busca do progresso", afirma o texto.

O deputado Capitão Augusto (PL-SP), coordenador a Frente Parlamentar da Segurança Pública da Câmara e um dos nomes que subscrevem a nota, afirmou que a "bancada da bala" não foi consultada sobre a indicação de Torres, já oficializada no Diário Oficial da União.

Em lado oposto, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), onde Torres foi diretor de Assuntos Legislativos, e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) divulgaram nota elogiando o novo ministro. "O delegado Anderson Torres reúne as qualidades necessárias para ocupar o cargo", diz o texto.

"A experiência e conhecimento amealhado à frente de uma das principais secretarias de Segurança do País certamente ajudarão o novo ministro a alcançar também na área federal bons resultados, por meio de coordenação efetiva entre os membros da federação e com a adoção de medidas que fortaleçam e garantam a atuação republicana das instituições de Estado", acrescentaram as duas entidades da Polícia Federal.

A substituição de Mendonça por Torres no Ministério da Justiça e Segurança Pública foi uma das seis mudanças que o presidente Jair Bolsonaro fez, anteontem, no primeiro escalão do governo federal. A troca no comando do Ministério da Defesa, com o general Walter Braga Netto substituindo o também general Fernando Azevedo, causou insatisfação nas Forças Armadas. Ontem, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica entregaram seus cargos.

Torres é próximo ao ex-secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira, nomeado por Bolsonaro para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e do ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), além de ter cultivado relações pessoais com os filhos do presidente, o senador Flávio (Republicanos-RJ) e o deputado Eduardo (PSL-SP).

No fim de 2019, ele chegou a ser cotado para assumir o comando da Polícia Federal no lugar de Maurício Valeixo, pivô da demissão de Sérgio Moro, mas teve o nome vetado pelo então ministro, que acusou o governo de tentar interferir da PF.

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