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Varíola dos macacos: veja quais são os grupos de risco da doença

A enfermidade foi declarada emergência de saúde pública de interesse internacional pela OMS

Camila Azevedo
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Durante uma live realizada na última sexta-feira (29) por OLiberal.com, o infectologista Alessandre Guimarães comentou sobre os grupos de risco da varíola dos macacos, doença causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês). A enfermidade foi declarada emergência de saúde pública de interesse internacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  

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O médico enfatizou que, diante dos últimos dados obtidos e do perfil dos contaminados, há uma parcela da população que possui mais chances de contrair a doença. “Infelizmente, a gente tem visto casos mais graves em crianças abaixo de 8 anos. Ao contrário dos adultos, a transmissão ocorre dentro do ambiente familiar. E, também, em imunossuprimidos”. Veja abaixo detalhes das recomendações e entenda os riscos.

Riscos para grávidas e crianças


Uma nota técnica, elaborada nesta semana pelo Ministério da Saúde, recomendou que grávidas, puérperas e lactantes mantenham o uso de máscaras devido ao surto de varíola dos macacos. Também recomenda que se afastem de pessoas com sintomas da doença e usem preservativos em todas as relações sexuais.

O documento ressalta "...o rápido aumento do número de casos no Brasil e no mundo, 'associado' à transmissão por contato direto e, eventualmente, por via aérea".

Segundo o MS, as gestantes apresentam quadro clínico com características semelhantes às não gestantes, mas podem apresentar gravidade maior, sendo consideradas grupo de risco.

O ministério também aponta que imunossuprimidos e crianças menores de oito anos também estão no grupo de maior risco frente à doença. Por isso, diz o Ministério da Saúde, laboratórios devem priorizar o diagnóstico dessas pessoas. 

A nota técnica orienta que gestantes com quadro moderado ou grave de varíola dos macacos sejam hospitalizadas, "levando em consideração maior risco".

Já as grávidas que estão com sinais da doença, mas tiveram o diagnóstico para monkeypox descartado, devem ficar em isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas, e refazer o exame, caso os sintomas não desapareçam.

Não existe grupo 'preferencial' para a doença


Homens que fazem sexo com outros homens, gays e bissexuais com menos de 40 anos foram o grupo mais afetado pelo vírus monkeypox nos primeiros meses desde que casos começaram a se espalhar pelo mundo. No entanto, isso não significa que todas as pessoas, independentemente de sexo, idade, classe social ou identidade de gênero, não estejam sujeitas aos riscos de trasmissibilidade do vírus.

Publicada no periódico The New England Journal of Medicine, uma pesquisa recente da Universidade Queen Mary de Londres, em parceria com diversas outras instituições britânicas, avaliaram 528 casos de monkeypox que ocorreram entre abril e junho em 16 países diferentes. O estudo apontou que 98% dos pacientes se declararam gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com outros homens. Três quartos deles se diziam brancos e 41% eram soropositivos para o vírus HIV. Nesse grupo estudado, a idade média dos indivíduos era de 38 anos e 95% tinham a relação sexual como a principal suspeita de contato com o monkeypox.

Porém, vale lembrar que esse estudo se reporta aos meses iniciais de contágio - e é justamente por isso que especialistas explicam que outros indivíduos não estão livres da doença e devem se proteger, justamente porque a Varíola dos Macacos se espalhou rapidamente mundo afora e a tendência natural é que ele infecte cada vez mais pessoas que não se encaixam em perfis iniciais de contágio.

Quais são os sintomas?


Estudos pubnlicados até agora apóntam que 95% apresentaram irritação na pele (dois terços tinham menos de dez lesões).

Em 73% dos infectados, as feridas surgiram na região do ânus e nos genitais, Ao todo, 41% possuíam irritações na mucosa da boca.

Para 62% dos pacientes os sintomas gerais foram febre. Outros sinais mais comuns: inchaços dos linfonodos ou "ínguas" (56% dos casos), letargia (41%), dor muscular (31%) e dores de cabeça (27%).

Em quanto tempo aparecem os sintomas?


A média do tempo de incubação - período entre o contato com o vírus e o aparecimento dos sintomas - é uma semana. Porém, algumas pessoas podem levar até 20 dias para ter os primeiros sinais da monkeypox.

Qual a forma de contágio?


A principal forma de transmissão do vírus da Varíola dos Macacos é o contato direto com as feridas de alguém infectado. Por isso, as relações sexuais, onde há fricção e contato de pele, é uma das fontes de contágio mais frequentes.

Porém, o vírus também pode ser trasmitido por gotículas de saliva ou objetos contaminados, como louças, talheres, toalhas e lençóis.

Outra forma de transmissão do víris da monkeypox é pelo contato e convívio com animais que carregam o patógeno. Essa é uma das principais formas de transmissão em regiões da África, onde o vírus é endêmico há décadas, especialmente em áreas silvestres.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que esse modo de infecção pode ocorrer pelo contato direto com sangue, fluidos corporais e lesões cutâneas de animais infectados, como roedores e primatas.

O que fazer em caso de sintomas?


É preciso que todos estejam atentos aos sintomas e buscar a avaliação médica se houver sinais. 

A atenção deve ser redobrada com qualquer ferida que comece com um edema ou uma pequena vermelhidão, que depois se torna uma placa com líquido, formando ferida e crostas.

Essas feridas podem aparecer no ânus, nos genitais, no rosto e nas mãos.

A doença pode se complicar?


Em geral, a pessoa infectada se recupera do quadro após algumas semanas. Pesquisas mostram que 13% dos pacientes precisaram ficar no hospital. 

As principais razões de internação foram dor severa no ânus e no reto, infecções oportunistas e, mais raramente, faringite, lesões oculares, crise aguda renal e miocardite (um tipo de inflamação no coração). 

Mortes já foram relatadas, em casos muito graves. 

A doença exige isolamento?


Caso exames confirmem o caso, deve-se fazer um isolamento de 21 dias e evitar o contato com outras pessoas até que as feridas estejam completamente cicatrizadas. Importante: até a casca seca ainda carrega vírus.

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