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Vacinação anticovid em crianças de 5 a 11 anos pode prevenir o surgimento de novas variantes, afirmam especialistas

Apesar do baixo índice de contágio e de desenvolver a forma mais grave da doença, as crianças nessa faixa etária podem ser grandes disseminadores do vírus para pessoas já vacinadas

O Liberal
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A vacinação contra a covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos já iniciou nos Estados Unidos. O imunizante utilizado para esse público é a vacina da Pfizer-BioNTech. Com isso, um debate surgiu acerca da necessidade dessa medida. Nesse público, o índice de contágio é menor e poucas são as chances de crianças desenvolverem sintomas mais graves da doença. Ainda assim, no Pará, foram registrados 9.051 casos de crianças de 5 a 11 anos com covid-19 e 13 óbitos, em 2020. Neste ano, até o momento, 6.460 casos foram confirmados e 3 mortes na mesma faixa etária, aponta a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).

A vacina anticovid da Pfizer é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções no público infantil, aponta o estudo realizado pela farmacêutica. Na análise, foi acompanhado 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, substância sem ingredientes ativos, feita para parece igual ao medicamento real a ser estudado. Cada dose tinha 10 µg (microgramas) administradas com três semanas de intervalo. Essa quantidade é um terço da quantidade usada em adolescentes e adultos que são 30 µg. De acordo com os pesquisadores, 16 crianças que receberam a versão em placebo foram infectadas com covid-19, em comparação com apenas três que receberam a vacina

Para o infectologista Lourival Marsola, a imunização contra a covid-19 é importante em qualquer faixa etária. Através dessas ações que pode haver a redução da transmissão do vírus e de mortes. "Hoje, você vacina para reduzir o número de mortes, mas vai chegar em um momento que vamos precisar tirar o vírus de circulação. Enquanto houver pessoas mantendo esse ciclo do vírus, sempre vai existir o risco de que alguém vacinado possa se infectar e ter uma desenvolver uma forma grave da doença. Por isso que todos devem se vacinar. A notícia da liberação do imunizante para pessoas menores de 11 anos é muito boa. Assim podemos avançar um pouco mais até que toda a população possa ser vacinada", explica o médico. 

Já para a pediatra e doutora em pesquisa clínica em doenças infecciosas, Maria Justino, a vacinação desse público pode acelerar o combate do vírus SARS-CoV-2 e prevenir novas variantes. "Por se tratar de uma doença nova, com a qual estamos lidando há menos de dois anos, estamos estudando sobre o comportamento de novas variantes e certamente esse avanço na cobertura vacinal vai ajudar a diminuir a covid-19, a exemplo do que já ocorre com outras doenças, cujas vacinas já estão incluídas há décadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil", ressalta a pesquisadora.

 

A vacina da Pfizer em crianças é um aliado no combate ao vírus

 

Outro profissional que comemora esse avanço na imunização é médica infectologista e Presidente da Sociedade Paraense de Infectologia, Irna Carneiro. Para ela, mesmo com o número baixo de morte e infecções, com a imunização de crianças, teremos uma menor população de suscetíveis à covid-19 e poucas chances de novas variantes. 

"Sabemos que as cepas fazem parte de um fenômeno natural do vírus. É importante que seja identificada essa possibilidade de se ampliar a estratégia de vacinação nacional para controle da pandemia a proteção das nossas crianças. Os eventos adversos moderados ou até mesmo graves para esse público e extremamente baixo e não deve ser maior do que a necessidade de imunização de todos", aponta a especialista.

A Pfizer-BioNTech pedirá liberação de vacina para esse público ainda neste mês à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Outra que também encaminhará um pedido de autorização para a agência reguladora é o Instituto Butantan, responsável pela fabricação da CoronaVac. Na próxima segunda-feira (8), a instituição enviará os dados de segurança e eficácia do uso pediátrico da vacina em crianças e adolescentes entre três e 17 anos. Atualmente, a CoronaVac só é autorizada para as pessoas com mais de 18 anos.

 

Expectativa é grande para a vacinação de crianças 

 

A família da decoradora de festas, Viviane Santos, já está eufórica com a possibilidade de imunizar as filhas Maria Eduarda, de 10 anos, e Maria Luiza, de sete. Todos os adultos que residem no mesmo endereço já estão com o ciclo vacinal completo e aguardam a vacinação das meninas para aumentar a proteção de todos. "Apesar de tantas incertezas que temos a respeito desta doença, é maravilhoso ver esta oportunidade chegar às crianças. As minhas filhas, como na minha família, sempre fazemos todas as campanhas de vacinação desde o nascimento. Também incluímos as vacinas que o governo não oferece, pagando particular, se possível for", afirma a decoradora

A pequena Maria Eduarda conta que sente saudades do contato físico com os colegas da escola e da vizinhança. Além disso, não vê a hora de poder brincar de pega-pega, ficar sem máscara e poder abraçar os amigos. Para a mãe, os possíveis efeitos colaterais não são motivos para recusar a vacina. "Como todo remédio, vai possuir efeitos colaterais que varia a cada pessoa. A proibição ou liberação do imunizante para crianças deve ser definida pela ciência e não por mim, que não possuo conhecimento. Se essa permissão existe, é porque já foi estudada e nós confiamos na ciência", acrescenta Viviane Santos.

 

(Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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