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Sespa encaminha processo para normalizar acesso a medicamento contra lúpus no Pará

Exames laboratoriais são fundamentais no diagnóstico da doença, como destaca especialista

Eduardo Rocha

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa, nesta terça-feira (9), que abriu novo processo de aquisição do medicamento Reuquinol (Sulfato de Hidroxicloroquina), para normalizar o serviço o mais breve possível, dado que essa medicação está em falta no Pará, segundo repassa a Associação Paraense de Pessoas com Lúpus (APPL). "A Sespa esclarece que o atraso na entrega foi provocado por descumprimento de contrato por parte do fornecedor e que tomou medidas administrativas cabíveis", comunica a Secretaria de Saúde. 

Sobre esse assunto, o Ministério da Saúde informa que "o medicamento sulfato de hidroxicloroquina pertence ao grupo de financiamento 2, o que significa que sua aquisição, programação, armazenamento, distribuição e dispensação são de responsabilidade das secretarias de Saúde dos estados e do Distrito Federal". 

Já a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que "as farmácias de alto custo do Sistema Único de Saúde (SUS), são administradas pela rede estadual de Saúde, através do Componente Especializado de Assistência Farmacêutica (Ceaf)".

Denúncia

Katiely Oliveira, secretária da APPL, informa que a falta do medicamento ocorre há cerca de quatro meses. "O lúpus é uma doença inflamatória crônica autoimune que pode atingir qualquer órgão do corpo humano, e esse medicamento que está em falta é muito importante para as pessoas porque ficar sem essa medicação pode ser o gatilho para o lúpus entrar em atividade e a pessoa pode vir a morrer", declara Katiely, que mora no município de Castanhal e tem lúpus há mais de 9 anos.  

Katiely informa que a doença dela está controlada, mas existem várias pessoas com lúpus, da APPL, que estão comprando o medicamento por conta próprio. Os preços do produto variam de R$ 60,00 a R$ 100,00. Katiely repassa que a entidade oficiou ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) solicitando a intervenção do Ministério Público na situação. 

Segundo declara Katiely, os pacientes recebem o medicamento em unidades dispensadoras da Saúde, como parte de ação do Governo Federal, via Farmácia de Alto Custo / Sistema Único de Saúde (SUS). "A maioria dessas pessoas que integram a Associação não têm emprego, então, estão se mobilizando como podem para adquirir a medicação", relata Katiely. Ela informa que o problema também se verifica em outra cidades do Brasil. A dirigente da APPL destaca que a doença causa dores e fadiga (fraqueza) nos pacientes e que a falta do medicamento funciona como um gatilho para a ansiedade e depressão.

Cuidados com a doença

A médica especialista em Reumatologia Julimar Benedita Oliveira, titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia, explica que exames laboratoriais são fundamentais no diagnóstico do lúpus. Trata-se de "uma doença inflamatória crônica, autoimune, de causa pouco conhecida, decorrente de um desequilíbrio do sistema imunológico e produção de auto anticorpos". Em síntese, o próprio organismo ataca órgãos e tecidos.

A incidência anual da doença no Brasil é estimada de 4,8 a 8,7 casos por 100 mil habitantes. A causa da doença é multifatorial, com participação de fatores genéticos, epigenéticos, hormonais, ambientais e imunológicos. Hormônios, exposição à luz ultravioleta/exposição solar, vírus, algumas medicações, Pó de sílica e tabagismo figuram entre os fatores da doença. "O lúpus se caracteriza por vários “defeitos” no sistema imune por perda da autotolerância que salta na quebra do equilíbrio das células e culmina com produção anormal de autoanticorpos contra você mesmo. São, então, distúrbios de regulação autoimune", complementa Julimar Oliveira. Sintomas gerais da doença: falta de apetite,  perda de peso, cansaço e exaustão, febre, manifestações de pele, feridas na boca, dor nas juntas e outras. Daí, a importância da prevenção e fazer uso vacinação adequada.

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