Rio Trombetas abriga 80 mil quelônios soltos em 2019

Quantitativo indica aumento de filhotes liberados por temporada. Em janeiro, foram soltas 5 mil tartarugas

Eduardo Rocha

Como parte do Projeto Quelônios do Rio Trombetas (PQT), no Oeste do Pará, cerca de 80 mil animais, entre Tartarugas da Amazônia (Podocnemis expansa), Tracajás (Podocnemis unifilis) e Pitius (Podocnemis sextuberculata) foram soltos na temporada de 2019, iniciada em setembro. Fechando a temporada, neste mês janeiro foram soltos cerca de 5 mil filhotes de Tartarugas da Amazônia. A iniciativa faz parte do Projeto Quelônios do Rio Trombetas (PQT), desenvolvido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em parceria com a Mineração Rio do Norte (MRN) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ).

As ações de soltura das Tartarugas da Amazônia são realizadas anualmente na região do Tabuleiro - uma faixa geoambiental que acompanha todo o litoral do Brasil desde o Rio de Janeiro até o Amapá, passando pelo Pará - e as solturas dos Tracajás e Pitius ocorrem no Lago Erepecu. “A eclosão dos filhotes ocorre no período de setembro até janeiro. As 5 mil Tartarugas da Amazônia soltas em janeiro foram as últimas a nascer”, comenta Marco Aurélio da Silva, coordenador de pesquisa e monitoramento do NGI ICMBio Trombetas, que coordena o Programa Quelônios do Rio Trombetas, realizado há quase 40 anos nesta região.

Participação

Mais de 300 pessoas participaram do evento de soltura na região do Tabuleiro, entre voluntários e convidados da comunidade, ribeirinhos e quilombolas da região e universitários de Oriximiná e Santarém, no Pará, e de São Paulo. “Tivemos o aumento de filhotes liberados por temporada. Há uma década, tínhamos entre 25 a 30 mil liberados. Entre 2019, liberamos 80 mil quelônios. Com este projeto, conseguimos manter a população de quelônios, que teve declínio acentuado em anos anteriores a esta iniciativa. Se não fosse esse trabalho, essas espécies estariam extintas ou próximo da extinção”, relata Marco Aurélio da Silva.

 A iniciativa também conta com a participação frequente de mais de 100 comunitários quilombolas voluntários, totalizando 27 famílias, que trabalham na proteção, manejo e monitoramento de ninhos, ovos e filhotes nos tabuleiros de desova. 

A MRN também é parceira, desde 2003, do projeto Pé-de-Pincha, que incentiva a preservação de quelônios em Oriximiná e Terra Santa. A empresa tem parceria com a Universidade Federal do Amazonas – UFAM, através de convênio MRN e UNISOL. A iniciativa, realizada há 20 anos, também tem parceria do Fundo Municipal do Meio Ambiente, através das Secretarias Municipais de Meio Ambiente (Semma), UNIDA e da UFOPA em Oriximiná. 

Para MRN, participar destas duas grandes experiências (Projeto Pé de Pincha e Quelônios do Rio Trombetas) fortalece as iniciativas para preservação das espécies de quelônios na região. “É extremamente gratificante termos resultados positivos que tiveram engajamentos de vários parceiros, dentre eles: instituições públicas, comunitários, instituições de ensino, instituições privadas, comunidades ribeirinhas e quilombolas que também são voluntários engajados no cuidado e proteção da espécie. Esses resultados mostram o respeito ao meio ambiente e o cuidado genuíno que buscamos com as nossas comunidades e meio ambiente”, comenta Genilda Martins da Cunha, Analista de Relações Comunitárias Sênior na MRN.

Pé-de-Pincha

No dia 29 de fevereiro e no período de 6 a 15 de março deste ano, por meio do projeto Pé-de-Pincha, ocorrerá a soltura de cerca de 40 mil quelônios de quatro espécies: Tartaruga da Amazônia, Tracajá, Pitiu/Iaçá e Calalumã/Irapuca, em 18 comunidades de Oriximiná e cerca de 14.300 filhotes em sete comunidades de Terra Santa. Dia 29 de fevereiro, na Fazenda Aliança, em Terra Santa, serão devolvidos à natureza 9.300 filhotes, monitorados também pelo Pé-de-Pincha, programa de extensão da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que é desenvolvido nestes municípios.

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