Projeto Vaga Lume leva incentivo à leitura para as escolas das comunidades rurais de Castanhal

Um dos principais objetivos é triplicar o número de bibliotecas comunitárias em todo o território amazônico, chegando a 300 espaços onde os saberes do povo da floresta são valorizados

Patrícia Baía

Há 20 anos a Ong Vaga Lume desenvolve um trabalho de incentivo à leitura na Amazônia Legal brasileira, onde apresenta baixos Índices de Desenvolvimento Humano. Um dos seus principais objetivos é aumentar o número de bibliotecas comunitárias em todo o território amazônico, chegando a 300 espaços onde os saberes do povo da floresta são valorizados, assim como suas raízes, culturas e modos de vida.

image Comunidades descobrem as riquezas do mundo através da leitura (Patrícia Baía/ O Liberal)

Castanhal, há 15 anos, faz parte dos projetos da Vaga Lume que está presente em quatro comunidades agrícolas. A São Pedro, Cupiuba, Boa Vista e João Batista estão sendo transformadas por meio da leitura dos livros doados pela Ong.

O trabalho tem como base as escolas da rede municipal onde as bibliotecas são montadas e a Secretaria Municipal de Educação – Semed, entra com a logística, como explica a assessora da coordenadoria de ensino do campo, Lidiane Possa. “Realizamos o transporte dos materiais, organização de todas as atividades da dinâmica da Vaga Lume. É uma parceria que vem dando certo há 15 anos atendendo crianças, jovens e adultos destas comunidades carentes que tem pouco acesso a literaturas e eles passaram a criar o gosto pela leitura”, explicou.

image Crianças são apresentadas aos livros através da contação de histórias (Patrícia Baía/ O Liberal)

Uma das principais dinâmicas é a mediação de leituras. Os alunos e professores voluntários fazem a leitura dos livros aos moradores. Na comunidade de Cupiúba, os voluntários levam um baú recheado de histórias e saberes para oferecer a quem se dispõe a escutar um pouquinho da leitura. Como foi o caso do seu Alírio Alípio Borges, de 64 anos, que mora em frente à escola Paulo Freire. “Gosto muito de quando eles vem aqui para ler para mim. Fico só prestando a atenção nas historinhas”, disse o aposentado.

A mediação da leitura chegou como um momento de descanso para o seu José Ferreira Campos que estava construindo um puxadinho em sua casa. Ele parou um pouco para escutar o que a mediadora tinha para lhe oferecer. “Um momento assim é bom. Eu lembrei agora da minha mãe que era professora e contava historinhas para a gente quando pequenos. Foi bom relembrar dela e descansar um pouco”, contou o morador.

Para Edielson Lima, diretor e professor da Escola Paulo Freire, o projeto deveria estar em todas as escolas do Pará. “O resultado é brilhante. Ver as nossas crianças realizando a mediação de leitura é algo maravilhoso e emocionante. Elas passaram a se interessar pelos livros e incentivam os adultos a fazer o mesmo”, disse.

image Pais dizem que percebem a diferença nas crianças que participam do projeto (Patrícia Baía/ O Liberal)

Adélia Azevedo, professora e voluntária da Vaga lume, na comunidade e ela destaca que um dos momentos mais importantes do projeto foi durante a pandemia. “Ele veio como uma luz, principalmente na pandemia. Porque criarmos paralelamente um outro projeto de leitura que envolveu toda a escola e a comunidade e isso mudou de forma significativa e passaram a se esforçar na leitura e a ler melhor, principalmente os alunos voluntários do Projeto Vaga Lume. As mudanças foram percebidas pelos pais”, explicou.

Na beira do rio

Na comunidade Boa Vista a escola Antônio Marques de Moraes, recebeu mais de 2 mil títulos que são apreciados por crianças, jovens e adultos à beira do rio Apeú. Todos os dias os mediadores se reúnem ao final da tarde para um momento de relaxamento e cultura. Os mediadores também levam a leitura de casa em casa.

image Comunidade Boa Vista recebeu mais de 2 mil títulos que são apreciados por crianças, jovens e adultos (Patrícia Baía/ O Liberal)

Para Marcilene Magalhães, representante da ONG Vaga Lume em Castanhal, as comunidades estão percebendo a riqueza que é ler e descobrir o mundo por meio a leitura dos livros. “Não só as crianças, mas é um trabalho que vem sendo feito com toda a comunidade. Um outro projeto que desenvolvemos é a produção do livro artesanal que a comunidade tem a possibilidade de produzir o seu próprio livro e contar um pouco da sua vivencia. Ele é editado, volta para comunidade e também é distribuído em todo o Brasil”, explicou.

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