Projeto promove oficinas de combate à violência contra a mulher no interior do Estado
Iniciativa será realizada entre os meses de agosto e setembro
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) registrou, nos sete primeiros meses de 2019, 8.244 registros de violência contra a mulher em todo o Estado. Todas as ocorrências em questão se enquadram na Lei Maria da Penha - criada em 2006 com o objetivo de reduzir os índices de violência contra a mulher no Brasil. Os números da Segup levam em consideração homicídios, violência física, psicológica e patrimonial, assédio moral, cárcere privado e outros.
Apesar de o alto número, a Segup afirma que há redução dos índices de 2018 para 2019: no ano anterior, foram 10.649 crimes no mesmo período, cerca de 1.520 por mês, quase 50 por dia, dois por hora.
Mulheres vítimas de violência podem registrar os casos em qualquer delegacia, especializada ou não. As especializadas, conhecidas pela siga Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) possui atendimento específico, voltado exclusivamente ao público, mas não deve ser vista como exclusiva para tais registros. Segundo a própria diretora da Deam-Belém, Adriana Norat, aponta, as Deam's devem ser encaradas com "prioritárias, mas não como exclusivas para essas ocorrências".
Há, em todo o Estado, 17 Deam's. Dessas, 15 estão no interior e duas na Região Metropolitana de Belém (RMB), sendo uma em Belém e outra em Ananindeua. Os telefones e endereços de cada uma estão disponíveis no site da Polícia Civil.
No município de Juruti, situado na mesorregião do Baixo Amazonas, não há uma Deam. A delegacia especializada mais próxima fica em Santarém, a cerca de seis horas de distância. Um projeto social realizado em Juruti, porém, pode ser um grande auxílio no combate à violência contra a mulher na região.
Intitulada "Mulheres de Fibra", a iniciativa, desenvolvida pelo Instituto Puxirum da Amazônia (IPUAM), em parceria com o Instituto Juruti Sustentável (IJUS), Conselho Municipal do Direito da Mulher (CMDM) e a Rede de Mulheres da Alcoa (AWN), oferta oficinas de sensibilização às moradoras das comunidades rurais de Juruti Velho, Castanhal, Tabatinga e São Pedro, todas no município de Juruti, no Oeste do Pará, para o combate à violência contra a mulher.
Aplicadas nas localidades polos nos meses de agosto e setembro, o objetivo das oficinas é ampliar a rede de pessoas conscientes sobre os tipos de violência e as medidas protetivas, além de apoiar o fortalecimento do tema para estruturar a rede de assistência em Juruti.
O início das oficinas nas comunidades rurais está marcado para o dia 25 de agosto e segue até o dia 14 de setembro. Antes disso, facilitadores das oficinas já participam de uma etapa de capacitação para levar o conhecimento adequado ao público-alvo.
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