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Projeto 'Mais Ação' leva atletas de Castanhal para o campeonato mundial de Jiu-Jitsu

O projeto é gratuito e é coordenado pelo sargento Bombeiro da reserva, mestre Joel Araújo e desenvolvido no bairro do Fonte Boa, periferia de Castanhal

Patrícia Baía
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O jiu-jitsu é uma arte marcial japonesa, e também um esporte de combate, que utiliza técnicas de golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar um oponente. E a oportunidade de aprender se chama projeto “Mais Ação”.

O projeto é gratuito e é coordenado pelo sargento Bombeiro da reserva, mestre Joel Araújo e desenvolvido no bairro do Fonte Boa, periferia de Castanhal. “Aprender arte marcial era algo que eu queria fazer desde que eu era criança. Aos oito anos de idade eu trabalhava como vendedor ambulante para ajudar no sustento da família, mas eu sempre ficava assistindo as lutas pela televisão ou quando passava em alguma academia, mas eu não tinha condições. E quando eu montei a minha academia eu via crianças aqui pela frente e uma delas estava vendendo bombons e eu lembrei de mim”, contou o mestre Joel.

O Mais Ação existe desde 2007 e começou em uma sala no quartel do Bombeiros, mas depois de um tempo o local não pode mais abrigar os projeto. “Eu não poderia levar as crianças para as academias que eu dava aula porque tinha que pagar a mensalidade. E em 2010 fiz um empréstimo no banco para construir um pequeno galpão aqui em casa para treinarmos eu, minha esposa e meus filhos”, disse.

image Crianças e jovens de 10 a 17 anos estão em disputas valiosas em busca de títulos (Ivaldo Miranda/ Especial para O Liberal)

Aos poucos a academia começou a receber os primeiros alunos e com mensalidade paga. A novidade no bairro atraiu as crianças, que ficavam sempre pela frente olhando os treinos. E uma em especial chamou a atenção do mestre Joel. O menino que tinha nas mãos uma caixinha de bombons. “Eu perguntei o que ele estava fazendo e ele disse que quando saia da escola saia pela rua vendendo os bombons. Então perguntei se ele queria treinar e ele falou que a mãe não iria deixar porque ele tinha que vender”, disse.

No outro dia o garoto foi treinar e já com o consentimento da mãe. E os bombons estavam na responsabilidade do irmão vender. “Eu falei que era pra sair da escola e ir direto treinar. E ele fez isso, mas no segundo dia ele veio com mais dois meninos e eu conversei com a minha esposa sobre a possibilidade de liberar a mensalidade para dez crianças”, disse o mestre.

image Projeto começou em 2007, em uma sala no quartel dos Bombeiros (Ivaldo Miranda/ Especial para O Liberal)

Mas as crianças espalharam a novidade do trino e no terceiro dia chegaram mais dez e assim eles se multiplicaram. O mestre e a esposa que também é graduada e ensina arte na academia, tiveram que liberar a mensalidade para todos os alunos até 17 anos. “Só os adultos pagam a mensalidade e algumas crianças que tem um pouco mais de condições, a gente cobra apenas uma taxa de manutenção de 20 reais”, explicou o mestre.

Kimono

Para treinar é necessário que o aluno tenha vestimenta correta. O kimono é indispensável, mas tem um custo alto. O menor valor pode ficar em torno de 500 reais e não está dentro do orçamento da maioria da família dos alunos do mestre Joel. “Eu já consegui com professores de outras academias, de crianças que pararam de lutar, mas eu fui a trás de uma fábrica e aqui mesmo em Castanhal tem uma. E lá o valor sai pela metade”, disse Joel.

Campeonatos

Nos dias 3 e 4 de setembro, em Fortaleza, 13 alunos do mestre Joel irão disputar o Campeonato Mundial de Jiu-jitsu. “É a primeira vez que tantos atletas estão indo para a uma competição. São crianças de 10 até 17. E vamos em busca de títulos”, contou.

Umas das promessas é o Gabriel Cauê Uchoa, de 16 anos. Já participou de mais de 10 campeonatos estaduais e será a primeira vez que irá participar do mundial. Para a sua mãe, Nádia Uchoa é um momento muito importante na vida do filho, que participa do projeto desde pequeno. “O projeto Mais Ação foi decisivo na vida do meu filho. Ele é um campeão, um lutador, um menino de ouro e temos muito orgulho de tudo que foi conquistado até aqui. E em Fortaleza não será diferente”, contou a mãe.

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