Pesquisa da UFPA busca identificar principais características dos raios da região Amazônica

Observação apontou que esses raios de “múltiplas conexões” conseguem, em menos de um segundo, tocar o chão em diversos pontos diferentes e são frequentes na Região Metropolitana de Belém

O Liberal
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Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), pretende compreender as principais características dos raios da Região Amazônica, em termos de pontos de conexão com o solo e números de pulso. Inicialmente, já foi constatado que um único raio atingiu o solo em quatro pontos diferentes. A observação apontou que esses raios de “múltiplas conexões” conseguem, em menos de um segundo, tocar o chão em diversos pontos diferentes e são frequentes na Região Metropolitana de Belém. 

A pesquisa se interessou em registrar o comportamento dos raios e compreender melhor a física que gira em torno das descargas elétricas, para que assim, seja possível desenvolver novos sistemas de proteção contra os efeitos desse fenômeno natural. O objetivo é que os resultados da pesquisa possam contribuir com a atualização das normas técnicas de proteção contra descargas atmosféricas e seja possível o desenvolvimento de sistemas de proteção mais seguros.  

Os pesquisadores procuram, ainda, avaliar a performance do instrumento Geostationary Lightning Mapper (GLM), que está a bordo de um satélite da agência espacial Norte Americana (NASA). O GLM é um sensor óptico capaz de identificar rápidas mudanças de brilho no topo das nuvens para detectar os raios que ocorrem durante uma tempestade, o que fica mais evidente nessa época com o aumento da intensidade de chuvas em Belém.

O estudo é coordenado pelo professor e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Descargas Atmosféricas (LPDA), Adônis Leal, juntamente com os alunos Gabriel Arcanjo, graduando da Faculdade de Engenharia Elétrica e Biomédica (FEEB) e Wendler Matos, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE). Além da colaboração dos pesquisadores Márcio Lopes e Marcelo Saba. As imagens são capturadas por uma câmera de alta velocidade instalada no Sipam, que foi cedida pelo pesquisador Marcelo Saba do Inpe.

Resultados

De acordo com o coordenador da pesquisa, Adônis Leal, além dos riscos já conhecidos, os resultados obtidos —  que um único raio atingiu o solo em quatro pontos diferentes — até agora têm mostrado que os raios podem ser ainda mais perigosos do que se era imaginado, e a atenção e proteção devem ser redobradas nessas ocorrências climáticas. Os resultados preliminares foram apresentados anteriormente na maior conferência de Geofísica do mundo, realizada em São Francisco, no estado da Califórnia (EUA). 

“Imaginemos a situação em que onde temos um prédio alto e ao lado temos uma quadra de esportes. Popularmente, se acha que o prédio alto (com um sistema de proteção contra descargas atmosféricas) vai estar protegendo a quadra de esportes.  Porém, conforme está sendo observado em nossa pesquisa, o raio pode se conectar em mais de um ponto ao mesmo tempo. Em outras palavras, um raio pode se conectar no sistema de para-raios do prédio e ao mesmo tempo pode se conectar na quadra de esportes fazendo vítimas, caso tenha alguém na quadra”, explica. 

“A principal recomendação é: quando o trovão soar, vá se abrigar. Quando escutamos o trovão significa que as descargas atmosféricas estão ocorrendo muito próximas. Por isso, é fundamental se abrigar, principalmente em estruturas que tenham sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA). Porém, se abrigar em carros com janelas fechadas, também é uma boa solução. Durante a tempestade, evite locais abertos”, alerta Adônis Leal. 

Etapas

No total, já foram concluídas etapas de instalação e testes preliminares da câmera de alta velocidade e outros sensores, desenvolvimento da Cartilha Proteção Contra Raios, produção da playlist de vídeos explicativos acerca dos conceitos e efeitos que envolvem as descargas atmosféricas. Atualmente, os pesquisadores ainda estão analisando o número de pulsos que cada raio pode produzir ao tocar o solo. Agora, as próximas etapas devem se concentrar na coleta de informações e análise da base de dados existente.

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