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Período de chuvas intensas facilita a proliferação de viroses

Especialistas explicam como o ambiente pode abrir espaço para a disseminação de vírus que incomodam a população nesse período

Victor Furtado
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Morar num país tropical, como canta Jorge Ben Jor, significa viver em conflito constante com viroses. Possivelmente, o leitor, em algum momento, já recebeu esse diagnóstico. De fato, é bem comum. Sobretudo em períodos chuvosos ou de transição de estações. No Pará, o clima instável das últimas semanas já levou muita gente aos hospitais e unidades de saúde. Todo mundo com uma agressiva virose, capaz de derrubar os de saúde mais resiliente.

Na prática, viroses são doenças causadas por vírus de vida curta (máximo de 10 dias), mas com sintomas muito generalistas, que dificultam identificar qual o agente viral. Quase sempre os enfermos sentem febre, dor de cabeça, dores no corpo, indisposição e podem ter vômitos e diarreia. A explicação é da professora mestre Hallessa Pimentel, coordenadora adjunta de Enfermagem da Unama, ressaltando que esses sintomas são comuns de muitas doenças virais.

Esses são os sintomas da "virose da moda", presente em muitas conversas com quem já saiu do ciclo de sintomas e sem qualquer saudade. Há quem experimente também dificuldades respiratórias, como tosse, falta de ar e respiração pesada por conta de secreções e constipações. Às, vezes é até difícil se alimentar e repousar. Os idosos e as crianças são as principais vítimas. 

Hallessa observa que o clima tropical e a biodiversidade da região amazônica favorecem a circulação de viroses. Há muitos micróbios, vetores, hospedeiros naturais de vírus, reservatórios e outros elementos, diz. Há viroses mais comuns aos períodos de transição de clima. Outras, de períodos mais secos. Mas é na época da chuva e da alta umidade que o vírus Influenza, o da gripe, atua de maneira mais feroz e deixar muita gente mofina.

De forma mais detalhada, Hallessa reforça que os grupos mais vulneráveis são: crianças seis meses a menores de cinco anos, gestantes, puérperas, trabalhadores de saúde, indígenas, indivíduos com 60 anos ou mais de idade, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e pessoas portadoras de outras condições clínicas especiais, como diabetes, câncer, HIV e asma.

"As viroses costumam ser autolimitadas, ou seja, têm sintomas que duram um período curto de tempo, entre cinco e dez dias. Muitas vezes, os sintomas de viroses podem ser simples e não levam a pessoa ao médico. O ideal é buscar ajuda se os sintomas estão atrapalhando seu dia a dia, se intensificam e não melhoram mesmo com medicações", orienta a professora.

Para minimizar os riscos de contrair uma virose dessas, a professora recomenda a lavagem das mãos, antes e após qualquer refeição; evitar contato com pessoas doentes; não partilhar toalhas, talheres ou copos; e tomar as vacinas necessárias. Ela faz um alerta especial aos grupos que podem tomar a vacina contra a gripe. Isso porque o vírus sofre mutações anuais. Somente a imunização atualizada pode evitar o adoecimento. Há surtos de gripes. Por isso, é importante ficar atento com as viroses.

"Quando você já está devidamente diagnosticado com a doença, é necessário seguir à risca todas as orientações dos profissionais de saúde. Atitudes como, tomar ao menos dois litros de água por dia, fazer refeições leves, repousar e utilizar medicamentos para aliviar os sintomas, podem agilizar a recuperação", conclui Hallessa.

Sintomas podem causar confusão entre doenças

A doutora em Biologia Simone Conde, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), observa que gripes e resfriados são doenças diferentes, apesar de parecidas. Ambas são virais e apenas isso. A chuva não se relaciona diretamente com o aparecimento delas. “Pode desencadear um quadro atópico pela mudança de temperatura, a alergia. Então, teremos espirros, corizas, muito semelhantes ao resfriado”, explicou. 

“Há pessoas que podem, por coincidência, adquirir uma virose após um banho de chuva, ou mesmo pela atopia alterar as defesas naturais das vias respiratórias”. O resfriado possui sintomas mais brandos, espirros, coriza, leve dor no corpo ou na cabeça e curtíssimo tempo de evolução, detalha Simone.

Na gripe, os sintomas são mais intensos, com piora da congestão nasal, tosse com expectoração mucosa, febre, dores na garganta, no corpo e na cabeça. Pode evoluir, na maioria dos casos, para resolução sem maiores repercussões, ou levar a um quadro respiratório de pneumonia e este desencadear uma insuficiência respiratória.

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