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Pará deve registrar 780 novos casos de câncer de colo de útero em 2022

Vacinação contra HPV previne contra o segundo câncer que mais atinge mulheres no Pará

O Liberal
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Perdendo apenas para o câncer de pele, o câncer de colo do útero é o segundo mais incidente na região Norte do Brasil. Na análise regional, o Pará é o estado com maior número estimado para 2022 - são 780 novos casos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa), no ano passado, foram registrados 680 casos da doença. Ainda de acordo com a secretaria, somente este ano, já são 354 registros desse tipo de câncer. Em 2020, foram 733 casos contra 852 registrados em 2019.

Segundo o Inca, foram registradas 6.627 mortes por este tipo de câncer em 2020, no Brasil. Nas mulheres, o risco para câncer de colo de útero aumenta com a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). O vírus também está relacionado a tumores de vagina, vulva, ânus e boca.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu como meta reduzir a quantidade de novos casos de câncer de colo do útero, em todo o mundo, até 2030. Para isso, é fundamental aumentar a porcentagem de vacinados contra o HPV. A médica ginecologista Bárbara Barros, da Clínica Censo, em Parauapebas, no sudeste do Pará, explica que uma das formas mais eficazes de combater esse tipo de câncer é a vacinação contra o HPV.

“Apesar de ser uma medida fundamental de prevenção, a camisinha não é 100% eficaz contra a transmissão do HPV. Isso ocorre porque o vírus pode estar presente em áreas da genitália que não ficam cobertas pelo preservativo”, alerta a médica. Segundo a ginecologista, existem duas vacinas contra o HPV, uma que protege contra os subtipos 16 e 18, que são os mais perigosos para o câncer de colo do útero, e outra que protege contra os subtipos 16, 18, 6 e 11, eficaz contra o câncer do colo do útero e contra as verrugas genitais.

As vacinas contra HPV são muito eficazes, com taxas de sucesso acima de 95%. “Os meninos também devem ser imunizados porque a vacina diminui as chances de doenças como câncer de pênis, garganta e do canal anal. Da mesma forma, evita a transmissão do HPV às meninas”, orienta a médica.

Vacinação

A Sespa divulgou dados referentes à vacinação de meninas e meninos, com idades entre 9 e 14 anos no Estado do Pará. O percentual de meninas com 9 anos vacinadas é de 1,75%; com 10 anos, 19,31%; com 11 anos, 30,41%; com 12 anos, 42,29%; com 13 anos, 49,96%; com 14 anos, 55,82%. Dentre os meninos com 9 anos, 0,06% está vacinado; com 10 anos, 0,44%; com 11 anos, 5,25%; com 12 anos, 14,08%; com 13 anos, 21,15%; com 14 anos, 28%.

A Sespa ressaltou que a melhor eficiência da vacina é antes de entrar em contato com o vírus do HPV e que são necessárias duas doses para conferir a proteção. O público alvo são meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade. “A Sespa informa ainda que as campanhas de vacinação são de responsabilidade municipal. Ainda assim, a secretaria oferece apoio e assessoria técnica aos 144 municípios”, informou.

Saiba como se proteger

O vírus do HPV infecta pele ou mucosas e é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum no mundo. A transmissão acontece por meio do contato pele com pele. Geralmente, o vírus provoca o aparecimento de verrugas em lábios, boca, região anal e genital, mas também pode ser assintomático. A vacina HPV quadrivalente pode prevenir os cânceres de colo do útero, vulva, vagina, câncer peniano e de orofaringe e anal.

Na rede pública de saúde, a vacina contra o HPV está disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Para adultos, apenas aqueles com doenças crônicas ou em tratamento contra o câncer recebem a dose do imunizante.

Já na rede privada, a vacinação está disponível dos 9 aos 45 anos (mulheres) e dos 11 aos 45 anos (homens) que queiram se imunizar. A médica da Clínica Censo diz que a vacinação é recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos na faixa etária de 11 a 14 anos, antes do início da vida sexual. Homens e mulheres imunossuprimidos, que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos também devem tomar a vacina.

“É muito comum que durante a consulta de rotina em ginecologia, a gente receba pacientes que nunca ouviram falar do HPV. Isso é preocupante, pois já existe uma vacina capaz de proteger ou minimizar os riscos de contrair um câncer”, ressalta Bárbara.

Mesmo quem já tenha sido infectado por algum tipo de HPV, a vacina ajuda a proteger contra outros tipos que o paciente não teve contato. “A vacina preserva a vida. Quanto maior a adesão à vacinação, e não somente contra o HPV, mais protegidos ficamos de todas as doenças. Podemos mudar a realidade do que se espera de novos casos para o Pará com um simples ato”, finaliza a médica.

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