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Obesidade: No Pará, 37,5% dos adultos têm excesso de peso e 25,9% são obesos

Cuidados na hora da alimentação são fundamentais, alerta especialista

O Liberal
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No Dia Mundial de Combate a Obesidade, nesta sexta-feira (4), vale a pena refletir um pouco sobre a relação entre os hábitos alimentares e outros fatores relacionados a essa enfermidade. Até porque, como repassa a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), de acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde em 2021, no Pará, 37,5% dos adultos apresentam excesso de peso. A maior prevalência é no público masculino (39,4%). A condição de obesidade, que engloba parte dos indivíduos, já atinge 25,9%. Entre as crianças atendidas na Atenção Primária no Pará, ainda em 2021, 7,0 % dos menores de 5 anos e 8,0% das crianças entre 5 e 9 anos tinham peso elevado para a idade. Quanto aos adolescentes acompanhados no mesmo período, cerca de 19,6% e 9,1% apresentavam excesso de peso e obesidade, respectivamente.”.

De acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, do Ministério da Saúde, 57,5% dos brasileiros têm excesso de peso. 

A endocrinologisa e metabologista Larice Pinheiro, membro da Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), destaca que a obesidade infantil e adulta tem importante influência genética, onde a probabilidade de que filhos de pais com obesidade se tornem obesos pode chegar entre 50 e 80%. Porém,como ressalta, apenas a genética não é determinante para a doença e fatores ambientais relacionados ao estilo de vida como hábitos alimentares e atividade física podem contribuir para maior acúmulo de gordura corporal.

Sem distração

“O horário da refeição deve ser feito com o mínimo de distrações. Deve ser evitada a televisão, celulares no horário da alimentação para que a atenção esteja voltada ao ato de comer. Nosso sistema digestivo inicia seu trabalho por meio da visão, já emitindo impulsos cerebrais para maior saciedade quando visualizamos a comida. Existe grande chance de comer em maior quantidade quando se está distraído”, ressalta a médica.

Crianças e Adultos com sobrepeso e obesidade já devem procurar o endocrinologista, como frisa a médica. “Obesidade é doença crônica que deve ser tratada com medicamento, além de alimentação equilibrada e atividade física. Existem medicamentos seguros já liberados para faixa etária a partir de 12 anos e com o especialista para avaliação individualizada os resultados podem ser bastante eficientes”, acrescenta.

A obesidade pode levar a complicações como esteatose hepática (gordura no fígado), câncer hepático, câncer de cólon, câncer de endométrio (camada interna do útero) e mama, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, síndrome dos ovários policísticos, redução de testosterona no homem, apneia obstrutiva do sono, alterações no colesterol, alterações articulares, doenças mentais como depressão, ansiedade e óbito.

Larice Pinheiro observa que, em Belém 56,1% dos adultos estão com excesso de peso e 22,5% com obesidade, contribuindo de forma bem expressiva para o aumento da obesidade em escala nacional (Dados Vigitel Brasil 2020).

“O que me chama mais atenção no assunto obesidade é que ainda é uma doença bastante negligenciada por parte da sociedade.O tratamento ainda sofre muito preconceito, julgamentos, pois muitas vezes acham que tratar obesidade é uma questão de fechar a boca, ou que o paciente está gordo por que quer. E não é! A fisiologia do paciente com obesidade atua dificultando a perda de peso. Tratar obesidade é um caminho longo onde o paciente precisa ser visto de forma globalizada e o uso de medicamentos e em alguns casos a cirurgia bariátrica se fazem necessários”, arremata.

Orientações

Como informa a Sespa, a obesidade é considerada como um distúrbio crônico, caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, e o número de pessoas obesas têm crescido, tornando a doença um problema de saúde pública. Muitos fatores são apontados como causas, como os genéticos, individuais/comportamentais e ambientais. No entanto, especialistas apontam outro motivo: a rotina que atrapalha a adoção e manutenção de hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física.

A obesidade é identificada a partir do Índice de Massa Corpórea (IMC). O IMC, em adultos, pode predizer o diagnóstico de obesidade, segundo a classificação: Baixo peso: IMC abaixo de 18,5 kg/m2; Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2; Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9 kg/m2; Obesidade: IMC maior ou igual a 30 kg/m2. O IMC elevado é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, distúrbios musculoesqueléticos (especialmente osteoartrite), problemas psicológicos, câncer e, em meio à pandemia, podem desenvolver casos mais graves de covid-19.

A Sespa orienta os profissionais de saúde nos municípios para atuar em ações de segurança alimentar e nutricional, promoção da alimentação saudável e prevenção de doenças junto à população. Esse trabalho é desenvolvido por que “nos últimos anos, tem se observado mudanças no padrão de consumo de alimentos da população, com a diminuição da participação de alimentos in natura, como arroz e feijão, e a preferência por alimentos ultraprocessados, cada vez mais presentes na alimentação dos paraenses”, como assinala a coordenadora de Nutrição da Sespa, Walquíria Moraes.

Uma frente contra a doença é o Programa Obesidade Zero, criado e executado desde 2020, para acelerar o acesso gratuito à cirurgia bariátrica para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa faz parte de uma política de Estado denominada Fila Zero, para acabar com as filas para atendimentos especializados. Em pouco mais de dois anos de funcionamento, o Programa já realizou 274 cirurgias bariátricas. O primeiro passo para ter acesso ao "Obesidade Zero" e se cadastrar no site oficial do Programa (obesidadezero.pa.gov.br). 

Marabá

Em Marabá, no sudeste do Pará, o Hospital Regional do Sudeste do Pará - Dr. Geraldo Veloso (HRSP), gerenciado pela Pró-Saúde, alerta que, de acordo com o relatório "Estatísticas da Saúde Mundial de 2021", divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 22% da população adulta do Brasil está obesa. A nutricionista do hospital, Marina Milhomem, explica que  o diagnóstico da obesidade é feito por meio do cálculo do IMC,  e o indivíduo calcula o seu peso (em kg), dividido pela sua altura ao quadrado (em metros). 

"Quanto maior o índice do IMC, mais chances de desenvolver doenças que afetam a qualidade de vida. Por isso, é fundamental procurar ajuda de um especialista", ressalta a nutricionista.

 

Confira algumas dicas do HRSP para prevenir a obesidade:

• Sempre que puder, faça um prato colorido. Ele terá diferentes classes de nutrientes, que são necessários para uma alimentação saudável;

• Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados;

• Utilize óleo, gordura, sal e açúcar em pequenas quantidades;

• Realize de 5 a 6 refeições ao dia, em porções adequadas, com intervalo de 3 a 4 horas;

• Pratique atividades físicas diariamente, por pelo menos 30 minutos;

• Controle o seu peso. É importante que você se pese semanalmente, e, ao perceber o aumento anormal dos números, procure mudar hábitos. Se necessário, consulte um especialista. 



 

 






 

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