Número de escolas em tempo integral aumenta 43% em 4 anos no Pará, aponta Seduc

No Pará, o número de escolas em tempo integral cresceu 43% nos últimos 4 anos, como detalhou o secretário da educação do estado, Rossieli Soares, em entrevista à Redação Integrada de O Liberal, nesta segunda-feira (26). O crescimento da modalidade de ensino no estado segue uma tendência de avanço nacional, conforme observado no Censo Escolar 2023, divulgado na última quinta-feira (22) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

“Aumentamos o número de escolas. Nós saímos de 80 escolas [em tempo integral] em 2023. E, em 2024, serão 113 [escolas]. O número de escolas em 2019 era 56. Ou seja, mais do que dobramos o número de escolas em tempo integral”, afirma Rossieli. Rossieli destaca, também, que a implantação de mais escolas em tempo integral no Pará é uma das prioridades no que diz respeito às ações para desenvolver a educação. O gestor enfatiza, ainda, que, em 2024, houve um aumento de 100% no número de vagas para a modalidade de ensino

Até o momento, Rossieli evidencia que a rede estadual conta com 76% de matriculados nas escolas em tempo integral. ”É um avanço muito grande. Já estamos com 28 mil alunos matriculados para 2024 com as novas matrículas, sendo 10 mil a mais do que no ano passado. Mas esse número deve crescer mais um pouco ainda durante o mês de março. O Pará tem um percentual muito baixo de escolas e estamos muito focados em trazer isso como um dos pilares da gestão”, completa o secretário, ao lembrar da importância disso para a educação básica.  

Segundo o secretário, avançar com mais unidades de ensino integral no Pará ainda é um desafio. No entanto, de acordo com ele, a rede estadual tem avançado nesse quesito. “Queremos chegar nos próximos anos a uma grande meta de ter mais 200 escolas de tempo integral em todo o estado. A gente quer buscar garantir que, se não em todos, mas em praticamente todos os municípios tenhamos uma escola de tempo integral estadual”, frisa Rossieli. 

A nível nacional, de acordo com a principal o Censo Escolas de 2023, que é a principal pesquisa estatística da educação básica, as matrículas em tempo integral apresentaram um aumento e alcançaram a taxa de 21,9%, percentual próximo da meta do Plano Nacional de Educação (PNE) vigente, que é de 25%. Somente no ensino médio, a modalidade manteve a tendência de alta e atingiu um crescimento de 9,9 pontos percentuais na rede pública, entre 2019 e 2023, conforme os dados da pesquisa. 

Aumento de carga horária

Outro avanço recente, conforme Rossieli destaca, é o aumento da carga horária semanal em disciplinas como Matemática e Língua Portuguesa nas escolas estaduais: “A gente só tinha três aulas de matemática na semana, por exemplo, no ensino médio. Nós precisamos focar nas disciplinas mais básicas, obviamente dentro do espaço que a gente tem, para dar mais foco naquilo que o aluno precisa para melhorar o seu desempenho. Todos os nossos indicadores apontam que a gente precisa melhorar a aprendizagem”, frisa.

“A aprendizagem precisa ser melhorada no básico. O básico é o aluno com mais tempo na escola, portanto, o tempo integral, ele é importante. Mas, se não pode ser em tempo integral, no tempo parcial, ele [o aluno] tem que ter mais contato com as disciplinas básicas. Por exemplo, se um aluno não souber Língua Portuguesa, ele terá muito mais dificuldade em História ou Matemática, porque se ele não consegue interpretar um texto, ele terá dificuldade em executar a operação matemática”, completa o secretário