Mais de 100 animais silvestres foram apreendidos no Pará em 2023

Dado é apenas da Polícia Civil do Pará; outros órgãos também têm somado registros de apreensões que sugerem a recorrência de crimes ambientais

Maycon Marte | Especial para O Liberal
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Em 2023, no Pará, 105 animais silvestres foram apreendidos, segundo nota da Polícia Civil do Pará (PC), por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa). O número não reflete o total de apreensões do Estado, considerando que outros órgãos também realizam esse trabalho, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PF e PRF, respectivamente), cujos dados não foram disponibilizados a tempo para esta reportagem. Entretanto, as ocorrências têm sido frequentes.

Na última quinta-feira, 21, a Demapa apreendeu cerca de 12 tartarugas e 11 pássaros em Santo Antônio do Tauá, município do Nordeste paraense. Já em operação da Polícia Federal na quarta-feira, 20, um casal foi preso com 13 animais silvestres na sua residência. Destes, quatro já estavam mortos. Além desses casos, a reportagem contabilizou outras seis apreensões da PRF entre janeiro e março deste ano, divulgadas pelo próprio órgão, contabilizando 20 animais apreendidos (aves, em todos os casos).

Secretaria de Meio Ambiente

Segundo o relato do diretor de fiscalização ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Tobias Brancher, que esteve na operação da última quarta-feira, o papel da secretaria é garantir o retorno destes animais à natureza. “No caso desses animais eles foram levados para a UFRA para receber cuidados médicos e assim que eles estiverem aptos a SEMAS faz a soltura desses animais na natureza”.

O comércio ilegal de animais silvestres é um tema recorrente no estado, de acordo com dados disponibilizados pela Semas, no ano de 2023 “foram apreendidos 92 animais silvestres durante ações de fiscalização do órgão e outros 179 animais foram entregues voluntariamente na secretaria”. Seguindo o procedimento padrão, o órgão assume as responsabilidades administrativas durante estas apreensões, autuando os envolvidos e recolhendo as espécies. De acordo com o diretor de fiscalização da secretaria, após o resgate estes animais são direcionados aos parceiros mais próximos para receber tratamento e, caso já estejam aptos à soltura, são imediatamente devolvidos à natureza.

“A busca desenfreada por determinadas espécies pode levar elas até mesmo à extinção, elas ficarem mais difíceis de encontrar na natureza”, afirma Tobias sobre os principais efeitos desse tipo de comércio ilgeal. O representante também explica que “todo aquele meio biológico, depende do equilíbrio das espécies e quando você tira uma espécie de circulação, acaba favorecendo uma outra determinada espécie, afeta o equilíbrio”.

Segundo Tobias, as principais apreensões são de aves silvestres, com eventuais casos de outros animais apreendidos. “Eventualmente a gente encontra algum jabuti, tartaruga, mas a maioria das denúncias que a gente recebe são de aves que são mantidas em cativeiros". Ainda ressalta que embora seja difícil precisar a finalidade do comércio destes animais, acredita que “muitos criam para comércio, revenda e colecionadores”. Ainda enfatiza que o essencial para a secretaria é a “soltura dos animais no seu habitat natural”.

Investigação e apreensão

Por meio de nota, a Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa) da Polícia Civil do Pará informou que “de 2023 até agora, foram apreendidos aproximadamente 105 animais silvestres". A Demapa é responsável por investigar denúncias e identificar os responsáveis por esse crime, porém destaca que “não realiza resgates de animais”. Ainda enfatizam que “os principais animais apreendidos são pássaros e quelônios, frequentemente capturados da natureza para serem comercializados”.

Pessoas responsabilizadas por esse tipo de crime estão sujeitas à pena de detenção de seis meses a um ano e multa, de acordo com a Lei 9605/98. Denúncias podem ser realizadas na Demapa, na avenida Augusto Montenegro, 155 ou por meio do Disque-Denúncia, número 181.

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