Infectologistas reforçam que sintomáticos não devem ser vacinados contra a covid-19

Caso um vacinado esteja com gripe ou com covid-19, a aplicação do imunizante não vai ajudar na produção de anticorpos

João Thiago Dias
fonte

Pessoas com sintomas de síndrome gripal não devem ser vacinadas contra a covid-19, e essa orientação já foi bastante divulgada pelas autoridades de Saúde e por meio de vários veículos de comunicação. Entretanto, em meio à 3ª onda da pandemia no Pará, que é acompanhada por um expressivo número de casos de influenza, pacientes podem ficar em dúvida sobre a necessidade de imunização. Infectologistas consultados pelo Grupo Liberal reforçaram que o ideal é esperar cerca de um mês para tomar alguma das doses, após o primeiro dia de sintoma ou da testagem positiva.

Em Belém, a infectologista Helena Brígido explicou que, caso um paciente nessas condições seja vacinado, a produção de anticorpos pode ser comprometida. "Se uma pessoa está com gripe e/ou covid-19, a aplicação do produto (vacina) não vai ajudar na imunização (produção de anticorpos), porque o organismo já estará sendo estimulado na busca de proteção pela doença. Claro que, sem dúvidas, o melhor é a vacinação, mas se já está doente, o corpo já está produzindo anticorpos", pontuou. "Não há danos, porém não há resultados significantes diante do objetivo da vacina", detalhou.

Ela disse que o contato com alguém que esteja gripado ou que tenha sido infectado pelo coronavírus não significa necessariamente que a pessoa terá uma das doenças. Depende da quantidade de vírus inalada, defesa do organismo e agressividade viral. Portanto, a pessoa de contato não significando que vai ter a infecção, deve ser vacinada.

"Se desenvolver a doença não será pela vacina, mas pelo contato. E não haverá problemas de superposição de estímulos para a produção de anticorpos. O importante é vacinar, pois poderá ser a única proteção do corpo, além de manter as outras estratégias de prevenção: uso de máscaras, higienizar as mãos e não aglomerar", concluiu Helena Brígido.

Assintomáticos

Em um outro contexto, um cidadão assintomático ou no período de incubação da covid-19 pode procurar pela vacina sem saber que está doente. Nessa circunstância, a vacina também não deve ser aplicada. Se acontecer, algumas recomendações são necessárias, segundo informou o infectologista Lourival Marsola, também da capital.

"A princípio, quando a pessoa vai tomar a vacina, mas já estava infectada e desenvolve posteriormente os sintomas da covid-19, não existe nada que reforce que a pessoa terá quadro diferenciado ou problemas relacionados à vacinação", afirmou.

"O que a gente recomenda é que ele comunique a um médico, para ser monitorado. Que faça exames, caso necessário. E fique atento aos sinais de alerta. Outra recomendação é que as pessoas que iniciaram o quadro gripal não devem ser vacinadas. Devem fazer o teste da covid-19! Se confirmado, tomar a vacina quatro semanas após o primeiro sintoma", observou Marsola.

Orientações do Ministério da Saúde

Conforme explicado pelo Ministério da Saúde (MS), por meio do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, os principais objetivos da vacinação são reduzir a morbimortalidade pela covid-19 e, em um segundo momento, promover o controle da transmissão da covid-19 na população. 

Em geral, como acontece com todas as vacinas, diante de doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se o adiamento da vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. "Não há evidências, até o momento, de qualquer preocupação de segurança na vacinação de indivíduos com história anterior de infecção ou com anticorpo detectável pelo SARSCoV-2", diz o documento.

Ainda segundo o Plano, é improvável que a vacinação de indivíduos infectados (em período de incubação) ou assintomáticos tenha um efeito prejudicial sobre a doença. Entretanto, recomenda-se o adiamento da vacinação nas pessoas com quadro sugestivo de infecção em atividade para se evitar confusão com outros diagnósticos diferenciais.

"Como a piora clínica pode ocorrer até duas semanas após a infecção, idealmente a vacinação deve ser adiada até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas ou quatro semanas a partir da primeira amostra de PCR positiva em pessoas assintomáticas", acrescenta o documento.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ