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Infectologista refuta ideia de 'super imunidade' contra covid-19 em pessoas infectadas e vacinadas

A especialista esclarece ainda sobre a necessidade das doses da vacina contra a covid-19

Camila Guimarães, especial para O Liberal
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Um estudo feito na Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, publicado na revista Science Immunology, apontou que pessoas infectadas por covid-19, e que também são vacinadas contra o vírus, teriam uma “superimunidade”, ou seja, estariam mais protegidas do que pessoas que apenas receberam a vacina. Entretanto, a infectologista Helena Brígido comenta que não é bem assim que funciona.

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image Estudo aponta que pessoas infectadas e vacinadas adquirem "super imunidade"
Proteção imunológica é muito superior do que em pessoas que apenas receberam a vacina

Segundo a médica, não é possível falar em “superimunidade” nesses termos. Ela explica que a imunidade não é algo que possa ser dosado desta maneira. “A vacina protege, mas não tem como dizer que é pouco ou que é muito. Não existe esse ‘super’. Quando uma pessoa se vacina, ela passa a ter uma proteção contra casos graves, mas ela pode ainda se infectar e ter casos leves ou ser assintomática”, explica.

Ao propor que a imunidade dupla (pela doença e pela vacina ao mesmo tempo) seria mais eficiente que a imunidade apenas do vacinado, o estudo coloca em questão a qualidade e a eficácia de cada tipo de imunização. Sobre isso, Helena comenta: “Não existe um estudo que comprove se a imunidade adquirida pela doença é maior ou menor do que a imunidade adquirida pela vacina. A questão é o que é melhor: correr o risco pegando covid-19 para ficar imunizado ou tomar uma vacina sem se expor intencionalmente ao vírus?”.

Sobre imunidade, de modo geral, a especialista explica que ela é uma defesa do organismo que age de modo direcionado, por isso, ao surgir um novo vírus, o corpo vai precisar de ajuda para produzir anticorpos específicos para aquele invasor. “Em uma pessoa, os anticorpos contra o sarampo não são os mesmos que os anticorpos contra a gripe, nem os mesmos contra o coronavírus. Por isso que existem vacinas para cada um deles”, detalha Helena.

A médica ressalta ainda o mecanismo da imunidade e explica a razão pela qual o esquema vacinal contra a covid-19, atualmente, inclui várias doses de imunizantes: “entre cada dose existe a queda da imunidade, que pode acontecer em determinado intervalo de tempo. Então é por isso que a gente precisa tomar mais doses. Quando acabar a pandemia, o vírus vai se tornar endêmico, igual ao vírus da gripe, e aí provavelmente vamos vacinar apenas uma vez por ano”.

Sobre a proteção da vacina para tantos tipos de variantes de covid-19, a especialista garante: “a vacina é capaz de ajudar o organismo a produzir os anticorpos necessários para combater essas variantes. É por essa razão que as pessoas que têm adoecido não estão desenvolvendo os quadros mais graves da doença”.

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