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Grávidas com hepatite B já podem receber medicação direto nos Serviços de Atendimento Especializado

O Estado recebeu reserva técnica do MS, o que agiliza a dispensação do remédio

Cleide Magalhães

Grávidas com hepatite B já podem receber medicação para o controle da doença indo direto nos Serviços de Atendimento Especializado (Saes) disponíveis nos municípios do estado do Pará. Segundo Deborah Crespo, chefe da Divisão de Controle das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), o Ministério da Saúde (MS) está em fase de mudança à entrega das medicações para hepatites, que passará a ter reserva técnica, como ocorre para o HIV. Assim, há cerca de uma semana, grávidas com hepatite B passaram a ser beneficiadas. A Sespa garante que a medicação Tenofovir já está disponível para ajudar a evitar a transmissão da doença da mãe para o bebê.

“O Tenofovir é uma medicação utilizada para pacientes com HIV. Ela é usada também para as grávidas com hepatite B e recebeu mudança recente na entrega para o Estado com a reserva técnica. A grávida pode chegar nos Saes nos municípios paraenses, informar que tem hepatite B e quer o remédio para evitar transmissão da doença para o bebê. De lá mesmo, ela já sai com a receita e a medicação. Não precisa mais o Serviço enviar o pedido para o Ministério da Saúde e a grávida esperar até mês para receber o produto”, orienta Crespo.

Ainda segundo ela, essa desburocratização na saúde pública acontece porque o Ministério da Saúde está mudando as medicações para hepatites por outras consideradas mais modernas e também devido ao fluxo de pedido do remédio sofrer alterações.

“O MS está mudando as drogas para hepatites por novas, mais avançadas e mais modernas, pois muitas ficaram obsoletas em relação às novidades. Neste caso, os pacientes devem retornar nos serviços para fazer mudança na prescrição médica e encaminhar o pedido, por meio do Protocolo de Diretrizes Clínicas e Terapêuticas, para o MS e aguardar de 30 a 40 dias para a chegada das novas drogas, que passaram a ter melhores efeitos colaterais”, afirma.

“A alteração acontece também em relação ao fluxo de pedido de medicação. Hoje a pessoa pede o remédio, mandamos para o MS, em Brasília, e o paciente espera pelo menos de 30 a 40 dias para chegar no Estado. Mas, neste segundo semestre, vai mudar e ficar igual ao HIV, para o qual é também feito o pedido, mas já existe no Estado uma reserva técnica, então não preciso esperar Brasília nos mandar. A mudança já é real e recente para as grávidas com hepatite B”, complementa Deborah Crespo.

Doença

Segundo Deborah Crespo, chefe da Divisão de Controle das Doenças Transmissíveis da Sespa, a hepatite B é transmitida, principalmente, pela relação sexual e pelo sangue, e tem, além da hepatite C, o vírus mais resistente que as demais hepatites. “Se a pessoa dividir material cortante, como alicate de unha, e a manicure e pedicure fizer um ‘bife’, a pessoa estiver com a doença pode transmitir, pois o vírus permanece no objeto e é capaz de infectar por cinco dias”, afirma.

Por isso, é fundamental a pessoa se prevenir usando preservativo e usar sempre sozinha seus pertences pessoais, e não dividir com outra pessoa objetos como barbeador, tesoura, alicate de unha, escova de dente, entre outros. “Lavar, passar álcool ou ferver os materiais não funciona, porque o vírus fica vivo durante sete dias. Somente o aparelho de autoclave é capaz de matá-lo”, alerta a chefe da Divisão de Controle das Doenças Transmissíveis da Secretaria.

Dados

Somente na campanha Julho Amarelo dos 2.076 testes rápidos aplicados a Sespa detectou dois positivos para hepatite B e 14 para hepatite C. Além disso, ainda em 2019, a Sespa registrou no Pará 14 casos de hepatite tipo A, 186 do tipo B e 164 do tipo C. Nos últimos 19 anos, de 1999 a 2018, foram 14.314 casos confirmados de hepatites no Pará: 8.887 do tipo A, 3.756 do tipo B, 1.608 do tipo C e 63 casos de hepatite D.

Ainda nesse tempo, o Estado teve 14.314 casos confirmados de hepatites A, B, C e D da totalidade de 632.814 registrada no País, de acordo com o novo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pelo Ministério da Saúde, no último dia 22.

Vacinas para hepatites

A vacinação contra a hepatite B foi introduzida no Brasil há 17 anos, o que faz com que a maioria dos novos casos sejam notificados em pessoas nascidas antes de 1999. A vacina está disponível na rede pública à população em geral, até 49 anos.

Independentemente da idade alguns grupos específicos também podem se vacinar contra hepatite B no Sistema Único de Saúde (SUS): gestantes; manicures e pedicures; profissionais do sexo; militares; profissionais de saúde; caminhoneiros; usuários de drogas; pessoas que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo; coletores de lixo; tatuadores. 

Além disso, pessoas de todas as faixas etárias também podem ser vacinadas nas clínicas privadas de todo o País. Para estar protegido contra a doença, são necessárias três doses. No Estado, a prevenção e imunização da hepatite B são oferecidas pelas gestões municipais e o estado garante o tratamento dos pacientes.

Assim como o vírus da Aids, o da hepatite B é sexualmente transmissível, não tem cura e possui efetivo controle com um tratamento simples de um comprimido ao dia. Seu contágio atinge altos índices, chegando a ser 100 vezes maior que por HIV.

Entretanto, não há vacina para o tipo C da doença no País, mas há tratamento que em somente 12 semanas consegue curar 95% dos infectados. Pode ser transmitida por agulhas e seringas contaminadas, ou por objetos cortantes não esterilizados. 

Já para o tipo A, mais comum na infância, existe na rede privada de saúde e, a partir de 2014, o Ministério da Saúde incluiu no calendário básico de imunização da criança e passou a ser ofertada nos postos de saúde do país. 

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