Governo do Estado institui Grupo de Trabalho voltado para pessoas com autismo
Finalidade do GT é implementar o Centro de Atenção Especializada em Pessoas com Autismo no Pará

No mundo uma em cada 60 crianças é autista, de acordo com informações do Centro de Doenças dos EUA. Segundo a ONG Atenção Multidisciplinar, Orientação e Respeito para o Autista (Amora), não há dados estatísticos oficiais dos órgãos de Saúde no Brasil sobre a doença, mas estima-se que haja cerca de 12 mil casos só na Região Metropolitana de Belém.
Na manhã desta segunda-feira (17) foi instituído oficialmente o Grupo de Trabalho de Estudo e Ações Relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista, criado a partir do decreto nº. 108, de 13 de maio de 2019. Uma cerimônia lançamento foi realizada no Palácio do Governo, no bairro do Marco, em Belém, com a presença do governador Helder Barbalho, secretários de Estado, parlamentares, representantes de órgãos de controle, da academia e da sociedade civil organizada.
Para o governador Helder Barbalho, construir ações de políticas públicas para os autistas é uma obrigação do governo. "Nosso objetivo é ter a sensibilidade em governar para todos, garantir direitos e inclusão, e também construir ações e políticas públicas que atendam aos autistas. Além de ter a sensibilidade de entender que se essas pessoas tiverem o diagnóstico de forma precoce e o tratamento adequado estarão em condições de convívio social. Não é correto que as famílias, sozinhas e de forma silenciosa, busquem cuidar desses paraenses. Cabe ao governo estender a mão a cada família e criança autista, e garantir o acesso às políticas públicas, que permitam a inclusão e felicidade e vida plena a elas.",
O GT tem representação intersetorial - Secretarias de Estado de Administração, Educação, Saúde e Planejamento, da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e sociedade civil organizada. Para esta uma das principais expectativas é a implementação do Centro Especializado em Autismo. A finalidade é que centro especializado possa, dentre outros pilares, proporcionar suporte especializado e humanizado para assistência social, saúde e cultura para o diagnóstico precoce do autismo no Pará.
"A partir da oficialização do GT, vamos conseguir definir intersetorialmente os rumos para a implementação adequada do Centro de Atenção Especializada em Pessoas com Autismo e, assim, será o primeiro em nível estadual no Brasil. As ações do movimento já existem há várias décadas no Pará e agora vai se firmar a partir desse grupo. O centro é importante para garantir atenção adequada ao autista e familiares com ação intersetorial e multidisciplinar entre os diversos equipamentos sociais no Estado, além da formação dos profissionais e familiares à atenção a esse sujeito", afirma Scheilla Abbud, mãe de autista e presidente da ONG Orgulho Autista do Brasil - Seção Pará.
Segundo Helder Barbalho, a implementação do Centro de Atenção Especializada em Pessoas com Autismo é uma ação prioritária para o governo e deve ser concretizado a partir da indicação do GT. "Com esse grupo e a disposição do governo vamos disponibilizar o Centro de Tratamento Especial para Autismo em parceria com a Ufra e Uepa, para formar mão de obra espalhada pelo Estado que esteja qualificada e preparada parta atender a esse seguimento da sociedade. Os passos daqui para a frente é do GT, para inclusive prospectar áreas e imóveis à implementação do Centro. Essa ação é prioritária do governo e a partir da indicação do grupo, vamos instalá-lo imediatamente", destaca Barbalho.
DOENÇA
O autismo é uma alteração cerebral que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente - segundo as normas que regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), também conhecido como Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID). Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas. Outras apresentam também déficit mental, mutismo ou profundas dificuldades no desenvolvimento da linguagem.
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