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10% dos brasileiros terão algum problema na coluna, saiba como evitar

Estimativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS). Especialistas recomendam exercícios e atenção às rotinas de trabalho, estudo e até lazer.

Emanuele Corrêa / O Liberal
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A coluna é o eixo central do corpo humano, no entanto, problemas de saúde ligados à ela são mais comuns do que se possa imaginar. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), um entre cada dez pessoas vão passar por problemas em algum momento da vida. Além de predisposição genética, hábitos, má postura e sobrepeso, aumentam as chances de desenvolver ou agravar problemas na coluna. No entanto, há formas de prevenir as doenças e cuidar da saúde das musculaturas.

Carla Oliveira, 29 anos, é autônoma e há 1 ano é 4 meses dirige por aplicativo. A jovem relata que antes de começar a dirigir já sentia dores. No entanto, devido passar muito tempo sentada à frente do volante - 12h a 18h por dia -, as dores aumentaram. "Antes de começar a trabalhar como motorista de aplicativo eu já sentia fortes dores na coluna, e as dores se intensificaram devido ao tempo que passo dirigindo. Não costumo fazer exercícios, nem antes e nem depois de dirigir... Às vezes as dores são tão intensas que fica impossível de tocar na região lombar; as dores se estendem para os joelhos e tornozelos, devido ao movimento repetitivo de pisar na embreagem, freio e acelerador. Sim, algumas vezes já fiquei alguns minutos sem poder me mover porque a minha lombar travou os movimentos da minha perna", concluiu.

Jean Klay, ortopedista e presidente da Comissão Nacional de Campanhas públicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia explica que os trabalhadores braçais são os mais atingidos por esses problemas e que os principais sinais de alerta ocorrem quando se tem "dor persistente na coluna, quando essa vem acompanhada de sintomas neurológicos, dormência, perda de forças, perda do controle esfincteriano, e isso você tem que procurar num caráter de urgência o ortopedista, para que seja definido o diagnóstico e tratamento", afirma.

Jean destaca a lombalgia como um dos principais problemas e, as causas, estão relacionadas à postura e hábitos sedentários. "Vários motivos, mas os principais são os funcionais. Má postura, desequilíbrio muscular, encurtamento, fraqueza da musculatura do quadril, da musculatura do abdômen, tudo isso faz com que você gere sobrecarga que gera dor no paciente. Além disso, o mau uso da coluna, não só na postura para andar, dormir, carregar peso, para exercer sua profissão, na prática de esportes. Tudo isso é extremamente importante para que você tenha uma coluna saudável. Quando se tem uma fraqueza da musculatura abdominal, na musculatura paravertebral - ao lado da coluna - ou fraqueza da musculatura do quadril, isso gera sobrecargas", completou.

Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor será o tratamento, diz o especialista, que explica que, uma vez o paciente diagnosticado com problemas na coluna, estes, podem ser tratados com fisioterapias e exercícios de manutenção e, somente em caso mais graves, cirurgias. "Geralmente, é não cirúrgico o tratamento. Tem que fazer as adequações posturais, alinhar, alongar e fortalecer a musculatura. É feito inicialmente na fisioterapia. Não adianta tratar o problema e não fazer a manutenção. O paciente é orientado a fazer atividades físicas regulares e direcionar para aquilo que gerou o problema na coluna e como geralmente o que gera são as fraquezas musculares, você já orienta esse paciente a fazer na academia ou pilates, um trabalho específico para minimizar o índice de recidiva", alerta.

A médica fisioterapeuta Paula Mota Tavares explica que “do ponto de vista funcional, a fisioterapia tem uma importância muito grande nos processos de reabilitação dos problemas de coluna, pois 97% das dores de coluna são tratados com exercício e apenas 3% têm uma indicação cirúrgica, que são os que já tem algum tipo de complicação neural”. Ela acrescenta que sempre orienta seus pacientes que, “mesmo com dor, eles precisam fazer movimento; ficar sedentário, é sempre a escolha mais errada”. Mas ela faz um alerta, explicando “que o mesmo remédio que cura é o mesmo que mata, dependendo da dose. Então, é sempre bom, nos processos de reabilitação de dores da coluna, nós temos uma equipe multiprofissional, onde existe um médico, um fisioterapeuta, um educador físico, e ainda podemos contar com a ajuda de um psicólogo, porque muitas das dores, elas têm uma ordem de aspecto psicoemocional, que pioram as dores biomecânicas da coluna”, frisou.

Kahwana Pantoja, 27 anos, é atriz, professora de teatro e estudante de educação física. Devido sentir dores no quadril há três anos e nos joelhos desde os 13 anos, após orientação médica precisou fazer pilates e outras atividades físicas. "O joelho eu consegui tratar com fisio e o reforço agora com pilates. No quadril as dores se intensificaram, porque voltei a jogar basquete, que é um esporte de bastante impacto. Precisei reforçar com pilates, com bastante exercícios de mobilidade e reforço muscular tanto pro quadril, quanto para os joelhos", disse a artista. Eu me alongo quando acordo, me ajuda na mobilidade também do quadril. Minha alimentação tem horário corretos também", explicou.

A atriz incentiva a observar os sintomas e conta uma experiência pessoal, de quando morava em São Paulo, e precisava andar bastante. Devido a falta de fortalecimento na musculatura do quadril, ela caiu na rua. "Morei 4 anos em São Paulo e lá eu andava bastante, então uma vez eu estava descendo uma ladeira e simplesmente meu quadril falhou e eu caí no chão. Já estava sentindo umas pontadas, mas não sabia o que era. Foi assim que descobri essa bursite no quadril. E por isto, quando voltei pra Belém, minha mãe me levou pra fazer uma aula experimental, que é onde faço até hoje. Pra mim é o melhor exercício que tem, vejo muito resultado no meu corpo, e também nas dores no quadril e joelho. Aconselho o pilates pra todos, porque é um exercício que mobiliza corpo, mente, forca, respiração, equilíbrio muscular e ainda amplia a capacidade de movimento, são muitos benefícios", finalizou.

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