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Em tempos da pandemia, crescem em 11% ocorrências de acidentes domésticos no Pará

Dados do Corpo de Bombeiros envolvem casos de sufocação, afogamentos, quedas, queimaduras, choques elétricos e intoxicação ou envenenamento. Saiba como se prevenir

Cleide Magalhães

Nesse tempo atípico de pandemia da covid-19, quando espera-se que as pessoas estejam mais em casa devido ao isolamento social, aumentam os potenciais riscos de acidentes nos ambientes domésticos, como quedas, e por manuseio de produtos, como água sanitária e álcool. Especialistas afirmam que os acidentes estão propensos a ocorrer agora com mais frequência e com qualquer pessoa. No entanto, a maioria deles são entre grupos vulneráveis, como as crianças e os idosos. 

No Pará, houve aumento em 11% das ocorrências mais comuns que o Corpo de Bombeiros se deparam nos espaços domésticos. Os dados envolvem de 01 de janeiro a 27 de maio de 2019 em relação ao mesmo período de 2020. Nesse tempo, as ocorrências saltaram de 210 para 233, isto é 23 casos a mais - 11%. Elas envolvem casos de sufocação, afogamentos, quedas, queimaduras, choques elétricos e intoxicação ou envenenamento.

Ainda no Estado, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, na Grande Belém, de janeiro a abril deste ano comparado com o mesmo tempo em 2020, houve aumento de apenas três acidentes. De janeiro a abril de 2020, foram registrados 553 casos de acidentes domésticos. Em 2019, no mesmo período, foram 558 casos. Entre os acidentes mais comuns estão queimaduras (49 casos) e queda em domicílio (351 casos). Em 2019, esses números foram de 59 e 367 casos, respectivamente.

No Metropolitano, os homens (jovens e adultos) são as principais vítimas e os responsáveis pela maioria dos atendimentos envolvendo queimaduras graves. No caso das crianças, a maioria dos atendimentos são por queda, queimaduras por panelas ou líquidos. O hospital serve de referência em Traumatologia no Pará e possui o Centro de Tratamento de Pessoas Queimadas.

Cuidados com produtos químicos

Para ajudar no combate do novo coronavírus, que ocasiona a covid-19, a água sanitária e o álcool são alguns produtos bastante recomendados por especialistas. Segundo o mestre em Engenharia Química Luiz Felipe Pereira, que é doutorando em Engenharia, no isolamento social existe chance maior de ocorrerem acidentes com as pessoas em geral e, principalmente, com as crianças. Mesmo antes da pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde, os acidentes domésticos já resultavam na morte de cinco mil crianças e outras 110 mil eram hospitalizadas por ano no Brasil.

"A manipulação errada da água sanitária pode provocar lesões mais sérias. Em relação ao álcool, o risco maior está com o etílico líquido e não com o álcool em gel 70%, que possui produtos para não provocar lesões na pele. Já o líquido não tem essa formulação, é feito para superfícies e, em contato com a pele, pode provocar ressecamento e lesões comuns, que podem se agravar. existem outros produtos que também podem ser utilizados para o combate à covid-19, como água e sabão e alvejantes, e todos apresentam capacidade de tornar o novo coronavírus não infectante", explica Pereira, que é professor na Universidade da Amazônia.

É recomendável também não usar qualquer produto na pele e sempre manter todos os produtos fora do alcance das crianças. "Se a criança ingerir algum produto químico, tem que correr para o hospital para proceder de forma correta para a criança expelir o produto, que é corrosivo e pode gerar uma lesão grave, dependendo da quantidade. Então, a medida principal é evitar o contato dos pequenos com os produtos", alerta o doutorando em Engenharia.

Maiores ocorrências com idosos são as quedas

Também antes da pandemia, a Organização Mundial de Saúde alertava que 10% dos brasileiros com mais de 60 anos já sofreu algum tipo de acidente doméstico resultando em lesões. O especialista em Saúde do Idoso e doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Edilson Sampaio destaca que crianças e idosos são os mais susceptíveis para os acidentes domésticos e muitos casos estão relacionados às quedas.

Confira medidas que devem ser tomadas para tornar a moradia mais segura:

Brinquedos

Sempre observar a faixa etária indicada na embalagem dos produtos, pois alguns podem conter peças pequenas que crianças menores e bebês podem vir a se engasgar, caso as leve à boca. Também atente à presença do selo do Inmetro nas caixas.

Banheiros

Mantenha a tampa do vaso sanitário sempre abaixada e nunca deixe uma criança sem supervisão no momento do banho. Instale barras nas paredes para que idosos possam se apoiar ao utilizar o vaso sanitário ou no banho.

Cozinha

Gire os cabos das panelas que estiverem no fogão para dentro e mantenha utensílios cortantes ou com pontas fora do alcance. Enquanto estiver cozinhando, evite deixar que crianças se aproximem, podendo utilizar, por exemplo, grades de proteção.

Material de limpeza

Para evitar intoxicação, armazene os materiais em prateleiras altas ou instale travas nas portas em que eles estão guardados. Mantenha os baldes sempre secos e virados para baixo, a fim de evitar afogamentos.

Tomadas

Para evitar acidentes que envolvam choque elétrico, instale protetores em todas as tomadas da casa, evite conectar mais de um equipamento elétrico na mesma tomada através do uso de T’s (benjamins) e mantenha os fios fora do alcance das crianças.

Precauções

Sempre utilize telas ou grades de proteção em janelas e piscinas. Dê preferência a não utilizar tapetes ou instalar os que são antiderrapantes, para que idosos e crianças não tropecem.

Prefira cortinas ou persianas com tecidos grossos e pesados, que são mais difíceis para a criança manusear, e sem cordas, que causem risco de estrangulamento. Fixe protetores de quinas nas mesas e em móveis pontiagudos.

Evite posicionar camas, cadeiras ou qualquer outro móvel perto da janela, pois eles podem ser usados para a criança escalar.

Instale grades de proteção para dificultar acesso às escadas, de modo a evitar acidentes que envolvam altura.

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