Dia de Combate à Cefaleia alerta para os cuidados e tratamento às dores de cabeça

Estima-se que a enxaqueca afeta 15% da população mundial em algum momento da vida e outros 2% sofrem com enxaqueca crônica, uma doença incapacitante

O Liberal
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Por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE), nesta sexta-feira (19) celebra-se o Dia Nacional de Combate à Cefaleia. A data tem como objetivo chamar a atenção da população para os diferentes tipos de dores de cabeça. Estima-se que a enxaqueca afeta 15% da população mundial em algum momento da vida e outros 2% sofrem com enxaqueca crônica, uma doença incapacitante, que pode interferir na qualidade de vida do indivíduo. No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas sofrem com essa enfermidade, sendo a sexta doença que mais incapacita, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O neurologista Antônio de Matos, do Hospital Ophir Loyola (HOL), explica que existem mais de 200 classificações diferentes para dores de cabeça, sendo que 90% da população já teve, tem ou terá desenvolvido algum sintoma da doença. Para o tratamento adequado, é imprescindível o acompanhamento de um médico.

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No Brasil, 15% da população sofre da forma crônica da doença e as mulheres são o grupo mais vulnerável para as cefaleias devido às variações hormonais, principalmente no período menstrual. Estima-se que cerca de 20% das mulheres sofram de dor de cabeça. Dessas, 10% apresentam a forma mais grave da doença, com dores quase diárias, a chamada enxaqueca crônica.

Hoje, aos 30 anos, a advogada Brenda Limão de Oliveira conta que convive com a doença desde a adolescência. “Meu primeiro contato com a enxaqueca foi através dos meus pais, que os dois têm. Então, eu passei a minha infância toda vendo eles terem crises. Às vezes, esporádicas. Em outros momentos, mais constantes. Eu comecei a apresentar as crises pela minha adolescência. Nesse início era mais a dor de cabeça muito forte. Quando eu entrei para a faculdade, desenvolvi os sintomas da enxaqueca aura, que são os sintomas neurológicos. A minha visão fica cheia de pontinhos, tenho perda da sensibilidade que provoca formigamento do lado direito do meu corpo e já tive afasia também, em que eu não conseguia falar direito. Foi a pior crise que já tive”, relembrou.

Brenda afirma que começou a fazer tratamento, mas não deu continuidade. Depois de perceber os gatilhos que tinha, começou a cuidar por conta própria e com base em remédios usados pelos pais dela. “O meu tratamento é evitar os gatilhos. A minha enxaqueca tem uma via muito alimentar. Eu já tive crise quando ingeri muita gordura e fritura. O café, para mim, também não dá. Não tomo. Se eu tomar, tenho crises”, afirmou.

Segundo Brenda, felizmente, as crises não acontecem com frequência justamente pelos cuidados que ela passou a ter. Mas, quando isso acontece, a advogada trata com medicamentos e descanso. “Não consigo fazer nada em dias que tenho crise. Quando começo a identificar que estou começando a ter crises, de onde estou vou direto para casa. Eu tomo remédio e durmo”, falou.

O neurologista Antônio de Matos explica que as cefaleias são classificadas em dois tipos: primárias, que não são provocadas por outras doenças e as causas ainda não estão bem esclarecidas, como enxaqueca, enxaqueca com aura, estresse e tensão; e secundárias, que são as dores de cabeça provocadas por outras doenças como tumor, aneurisma, otite, sinusite, intolerância alimentar e problemas na coluna.

O neurologista destaca que hábitos simples podem ajudar a evitar que as cefaleias primárias sejam um problema. Se uma pessoa tem uma vida saudável com prática de atividades físicas, alimentação balanceada, dorme bem e evita o tabagismo, ela diminui as chances de contrair qualquer tipo de dor de cabeça.

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Já as cefaleias secundárias podem ser provocadas por ordem progressiva ou originadas por outras doenças, sendo o tumor a mais comum em dores de cabeça mais progressivas. Esse tipo de cefaleia não melhora com o tempo e dura mais de 48 horas. Neste caso, é necessário ter atenção e um acompanhamento mais profundo do problema.

Dentre as cefaleias primárias, a mais comum é a tensional, a qual pode ser confundida com enxaqueca. O tratamento preventivo com medicamentos é recomendado para casos mais complexos, quando a frequência da dor é intensa e deve ser acompanhada por um médico.

Para Antônio, para identificar qual a causa do problema é preciso alguns exames, especialmente doenças mais graves, como tumores, derrames e aneurisma cerebral.

“A dor de cabeça pode ser, sim, um indício de aneurisma, mas isso só quando apresenta um início súbito, rapidamente progressivo e diferente das dores de cabeça habituais. Por isso, é necessário que o paciente esteja sempre com os seus exames em dia, a fim de eliminar qualquer tipo de doença grave do diagnóstico”, finalizou o neurologista.

Saiba quais são os tipos de cefaleia:

Enxaqueca

Caracterizada por uma dor crônica que aumenta pouco a pouco em um dos lados da cabeça, sendo também facilmente reconhecida por uma constante aversão à luz e ao som. Com a visão comprometida pela crise de enxaqueca, o paciente pode ser acometido de náuseas e vômitos. Refeições desreguladas, o abuso do café ou a prática exagerada de atividades físicas são importantes causas do distúrbio, sem falar na ingestão de alimentos gelados ou gordurosos.

Cefaleia tensional

A famosa “cabeça pesada” está relacionada a dores moderadas que não necessariamente atrapalham uma rotina de trabalho, por exemplo. Outro fator bem característico da cefaleia tensional é que não há indícios de outros sintomas causados pela mesma, apenas o incômodo em si, cujos motivos se alternam entre desequilíbrios emocionais e o estresse do dia a dia.

Cefaleia em salvas

Menos frequente, porém, é uma das mais intensas. Geralmente ocorre no período noturno, na região dos olhos e pode durar entre minutos ou horas. Além dos olhos avermelhados e lacrimejantes, esse tipo de cefaleia provoca congestão nasal e o declive das pálpebras. Pesquisas apontam que problemas no hipotálamo, cuja função é controlar a temperatura e o próprio sono, são fatores determinantes para o surgimento da doença.

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