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Dia da Amazônia: a mudança do olhar para a Amazônia é urgente

Estudiosos e indígenas falam da importância de um olhar urgente e necessário para a mudança da realidade da Amazônia

Bruna Lima

Celebrado nesta terça-feira, 5 de setembro, o Dia da Amazônia busca alertar para a necessidade de preservação do bioma, um dos mais valiosos patrimônios naturais da humanidade. E a necessidade de mudar o olhar e as atitudes para a Amazônia é urgente. Esse cuidado é baseado em dados e estatísticas apresentadas ao longo dos anos. Nesse dia da Amazônia, 5 de setembro, a edição de O Liberal lançou o seguinte questionamento: como mudar os hábitos para manter uma Amazônia mais desenvolvida e sustentável? Diante de instituições e personagens que têm conhecimento e prioridade de falar sobre as questões da Amazônia.

O chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental, Walkymário Lemos, diz que os hábitos precisam ser mudados e essa mudança passa, obrigatoriamente, por um processo de educação. Educação em todos os níveis e conhecimentos sobre a real importância da Amazônia.

Ele destaca a importância para o mundo, função da sua biodiversidade, importância para o Brasil e a compreensão da importância da Amazônia para os amazônidas que nela vivem e que dela precisam sobreviver. "Então, um processo de educação que mostre para a sociedade em todos os seus níveis a importância de mantermos um ambiente equilibrado, pouco impactado, mas que também seja uma região capaz de ofertar alimento para as populações que aqui vivem corresponde a um dos grandes desafios", pontua.

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E nesse processo de educação, Walkymário Lemos destaca a pesquisa e a ciência como papéis fundamentais. "A pesquisa, a ciência, é o motor, é o vetor da transformação conceitual a partir da ampliação do conhecimento sobre a floresta, sobre a região. A ciência também é a vetora, é a força motriz das inovações, sejam técnicas, sejam sociais, capazes de transformar a nossa região em uma região que é protegida, mas que também almeja desenvolvimento, desenvolvimento social e inclusivo. A ciência portanto tem um papel de qualificar a compreensão das nossas populações e concomitantemente de ofertar inovações sobre todas as perspectivas", acrescenta.

Daniel Munduruku, escritor e professor paraense, pertencente ao povo indígena Munduruku. Autor de 54 livros publicados por diversas editoras no Brasil e no exterior, já recebeu vários prêmios nacionais e internacionais por sua obra literária e, atualmente ator em "Terra e Paixão", fala que mudanças de hábitos requerem uma forte consciência de pertencimento. Para que isso ocorra é preciso saber da responsabilidade pela manutenção do santuário chamado Amazônia.

"Educar a mente, o corpo e o espírito para que funcionem como um Todo. Sem essa consciência, hábitos serão apenas repetições mecânicas que logo cederão espaços para os apelos do consumo. A Amazônia tem que se tornar um Estado de Espírito", avalia.

image Dia da amazônia é celebrado no dia 5 de setembro (Tarso Sarraf - O Liberal)

A escritora, fotógrafa, atriz e cantora Marcia Kambeba reflete sobre o questionamento e diz que a Amazônia, cobiçada por sua biodiversidade, belezas e riquezas, sofre com tantas violências. "Possui uma pluralidade de povos vivendo debaixo de seu manto verde. A questão é que precisamos compreender que somos todos dependentes dessa Amazônia viva, saudável para que tenhamos um clima equilibrado e propício à nossa sobrevivência como humanos. Estamos perdendo nossas florestas por queimadas, desmatamento e os povos indígenas sendo expulsos de territórios sagrados", destaca.

Ele acrescenta que é preciso ver a Amazônia, sentir a Amazônia no sentido de entender a dor de ver um rio poluído, sentir a dor de uma árvore derrubada. "Buscar uma Amazônia sustentável é mudar hábitos destrutivos e poluidores que trazemos em nós. Buscar uma reeducação ambiental em si e nos outros começando por nossa casa e reeducando nossos filhos. Não adianta querer salvar a Amazônia se não mudamos hábitos destrutivos em nós que prejudicam a Amazônia. Porque o rio é um ancestral, ancião, tem espírito e com ele precisamos aprender", reflete a indígena.

 

 

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