Carnaval: cinco municípios com carnavais tradicionais estão com queda de casos de covid-19

Bragança, Curuçá, Vigia, Salinópolis e Cametá estão com muito menos registros após o pico de casos em janeiro deste ano

Victor Furtado
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Cinco cidades que possuem tradição de Carnaval estão com queda de casos de covid-19. São eles: Curuçá, Vigia, Bragança, Salinópolis e Cametá. Todas estiveram com picos de casos devido à terceira onda, em janeiro. Fevereiro chegou ao final com redução dos registros da doença, voltando a níveis de dezembro ou até menor. O levantamento foi feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a pedido da Redação Integrada de O Liberal, comparando os meses de dezembro (2021) e janeiro e fevereiro de 2022.

Mas isso ainda não quer dizer que basta sair e curtir a folia sem qualquer preocupação na cabeça. Há cuidados a serem tomados se a intenção não for levar o vírus a essas cidades ou voltar delas contaminado.

O biomédico Dirceu Costa, professor universitário e especialista em Doenças Tropicais, destaca que o carnaval tem o mesmo potencial de risco de criar novas ondas de covid-19 que as demais festas que resultam em muitas aglomerações. Para ele, a terceira onda da pandemia no Pará foi consequência das festas de final de ano, algo que muitos especialistas avisavam ser previsível.

"Muito importante destacarmos que não temos uma resposta meramente matemática para dizer se é seguro ou não ir para o carnaval agora. Tem a ver com comportamento. O aumento do número de casos que o carnaval pode proporcionar é o mesmo que o réveillon proporcionou e aí podemos voltar a ter comprometimento nos atendimentos nas redes pública e privada", observou o biomédico.

Dos municípios com alguma tradição em carnaval, apenas Tucuruí, aponta a Sespa, ainda está com registros elevados de covid-19. Em dezembro, foram 273 casos. A terceira onda elevou a situação para 620 casos. Em fevereiro foram 385 casos, ainda acima da média do final do ano passado.

image Outro famoso carnaval que não deve ser como antes, ao menos ainda não em 2022, é o de Vigia, com o bloco Virgienses (Ivan Duarte / O Liberal / Arquivo)

Estar em lugares abertos não é garantia de segurança no carnaval, diz biomédico

Para quem vai viajar, ressalta Dirceu, o risco de pegar o vírus é alto. E a reinfecção é plenamente possível, mesmo com três doses de vacina anticovid-19. A diferença é que a gravidade da doença é menos possível. "Então é preciso manter todas as medidas de controle e cuidado. Máscara, álcool gel e evitar contatos muito próximos, sobretudo num contexto de carnaval, de abraços e beijos", reforçou.

"Estar em áreas abertas só seria menos arrriscado se não houvesse aglomerações, o que sabemos que não é o que acontece, mesmo em ambientes abertos, com bloquinhos de carnaval. Pessoas estarão sem máscara, sem higienização das mãos e isso é arriscado para aumentar a proliferação do coronavírus causador da covid-19", completou o biomédico e professor.

Por fim, Dirceu destacou alguns municípios estão com medidas restritivas. Participar de festas clandestinas, que ocorrem mesmo sem a permissão pública, pode ser um outro risco, pois haverá menos fiscalização e cuidado do que em situações públicas ou autorizadas. "Alguém pode até responder criminalmente por isso, além de se colocar em risco e colocar outras pessoas em risco", concluiu.

 

Casos de covid-19 em municípios carnavalescos

Curuçá

Dezembro: 1

Janeiro: 58

Fevereiro: 10

Vigia

Dezembro: 44

Janeiro: 761

Fevereiro 2022: 34

Bragança

Dezembro: 27

Janeiro: 2.061

Fevereiro: 7

Cametá

Dezembro: 56 

Janeiro: 287

Fevereiro: 25

Salinópolis

Dezembro:  10

Janeiro: 169

Fevereiro: 15

Tucuruí

Dezembro: 273

Janeiro: 620

Fevereiro: 385

FONTE: SESPA

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