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Baixa procura provoca queda na cobertura vacinal em Castanhal

As vacinas pouco procuradas são as do calendário básico

Patrícia Baía
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“Castanhal apresenta uma baixa queda na cobertura vacinal e isso é muito preocupante”, disse o coordenador da Vigilância em Saúde de Castanhal, Herlly Eleres.

As vacinas pouco procuradas são as do calendário básico que correspondem a pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, poliomielite e haemophilus influenzae), pneumocócica (contra inflamação no ouvido e doenças graves causadas pelo Streptococcus pneumoniae), VIP (poliomielite) e a tríplice viral (sarampo +caxumba +rubéola). Elas são obrigatórias nos primeiros anos de vida de uma criança.

De acordo com a coordenador Herlly Eleres a falta de estímulo dos pais e a descrença nas vacinas são os principias fatores que estão ocasionando na baixa procura por essas e outras vacinas nos postos de saúde de Castanhal. “Essa situação se agravou após as “fake news” que surgiram com a vacina da Covid- 19. Já sentíamos uma queda desde 2016, mas se potencializou com a pandemia”, explicou.

Cobertura vacinal contra a poliomielite é uma grande preocupação e atualmente chega a 49,41% no Pará. O levantamento é da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A meta no estado, conforme orientação do Ministério da Saúde, é vacinar 563.678 crianças de 1 a 4 anos, ou seja, 95% da faixa etária. A imunização é a única forma de prevenir que a paralisia infantil volte ao cenário, doença está erradicada do país desde 1994.

Em Castanhal, a situação também é preocupante. Um parcela grande da população não compareceu aos posto de saúde durante a semana de conscientização e no dia D, que ocorreu em setembro e prorrogada até a primeira semana de outubro.

“Após o calendário fizemos uma avaliação e constatamos que o município estava com 23 % apenas de cobertura vacinal. Foi então que traçamos um trabalho de uma semana de busca ativa em toda a zona urbana e rural e ao final desta busca tivemos o resultado de 61%”, contou Herlly Eleres.

A coordenação de Vigilância em Saúde também aposta na capacitação dos profissionais da saúde que trabalham diretamente com o público, como os agentes de saúde. “É importante que nossos profissionais estejam preparados para explicar a importância das vacinas e ter uma boa argumentação contra as “fake news”, disse Herlly Eleres.

Desabastecimento de vacinas

A vacina BCG protege contra formas graves da tuberculose, uma doença contagiosa que afeta os pulmões, mas também ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). E esta vacina, de acordo com o coordenador de Vigilância em Saúde, não está sendo ofertada pelo Mistério da Saúde na quantidade necessária para imunizar os bebês ao nascer.

 “Essa vacina precisa ser dada nas primeiras horas de vida, mas não temos doses suficientes comparada ao número de crianças que nascem diariamente. Quem não consegue tomar vai pra casa e a mãe tem que ficar peregrinado para saber onde tem a vacina ou ficar ligando para vigilância para saber quando chega. Estamos nesse situação desde o começo do ano e é no Brasil todo”, explicou Herlly Eleres.

Referência

“O Brasil era reconhecido no mundo por seu Programas Nacionais de Imunização- PNI, e desde 1980 o país começou a trabalhar maciçamente a campanha contra a pólio e os outros países que fazem fronteira com o Brasil também começaram a adotar medidas de vacinação contra a pólio. Por isso que a Organização Mundial da Saúde não só certificou o Brasil como livre da doença, como outros países da América do Sul. Mas com tudo isso que está acontecendo a situação está mudando e mesmo não tenho mais casos, os nossos filhos estão sendo expostos por não ter uma boa cobertura da vacina. É uma simples gotinha e não tem dificuldade”, disse.

Vacinas ofertadas no SUS

Atualmente, 48 imunobiológicos são distribuídos anualmente pelo PNI (vacinas, imunobiológicos especiais, soros e imunoglobulinas), sendo 20 vacinas oferecidas às crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes conforme o Calendário Nacional de Vacinação.

Destas, 18 são vacinas só para crianças e adolescentes ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação.

As vacinas são seguras

Eventuais reações, como febre e dor local, podem ocorrer após a aplicação de uma vacina, mas os benefícios da imunização são muito maiores que os riscos dessas reações temporárias.

É importante saber também que toda vacina licenciada para uso passou antes por diversas fases de avaliação, desde os processos iniciais de desenvolvimento até a produção e a fase final que é a aplicação, garantindo assim sua segurança. Além disso, elas são avaliadas e aprovadas por institutos reguladores muito rígidos e independentes.

No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. E não é só isso. O acompanhamento de eventos adversos continua acontecendo depois que a vacina é licenciada, o que permite a continuidade de monitoramento da segurança do produto. O Programa Nacional de Imunizações realiza ainda o monitoramento dos eventos adversos pós vacinação de todas as vacinas oferecidas pelo programa, em parceria com a Anvisa. (Fonte Ministério da Saúde)

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