Amazônia tem recuo de 38% no total de áreas desmatadas nos primeiros meses de 2023

A redução detectada a partir de janeiro pode ser sinal de uma reversão na tendência da destruição do bioma, conforme detalhou a WWF-Brasil

Gabriel Pires
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De janeiro a abril de 2023, a Amazônia atingiu um acúmulo de desmatamento de 1.132 km2 — uma área 38% menor em comparação ao mesmo período do ano anterior — como apontam dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somente em abril, a queda na área detectada de desmatamento foi de 64% em relação ao mesmo período de de 2022, passando de 898 km2 para 321 km2. Já o bioma do Cerrado acende um alerta uma vez que, nos primeiros quatro meses de 2023 foram devastados 2.133 km2.

A redução detectada a partir de janeiro pode ser sinal de uma reversão na tendência da destruição do bioma, conforme detalhou a WWF-Brasil.  A instituição divulgou, ainda, que a situação é preocupante, entretanto, considerando o período completo de medição do Deter, iniciado em 1o de agosto. Nesses nove meses (entre agosto de 2022 e abril de 2023), a Amazônia já perdeu 5.936 km2 . É o maior valor da série histórica para esse período, superando em 20% o que foi registrado entre agosto de 2021 e abril de 2022.

“Recebemos os números de abril como sinal positivo, mas infelizmente ainda não podemos falar em tendência de queda de desmatamento na Amazônia. Os números estão num patamar muito alto e a temporada da seca, favorável ao desmatamento, não começou”, afirma Mariana Napolitano, gerente de Conservação do WWF-Brasil.

Ainda segundo a especialista, as medidas de fiscalização precisam continuar e se consolidar para garantir que as taxas de destruição continuem a cair. “Outras iniciativas como o incentivo à economia verde, a criação de áreas protegidas e as demarcações de terras indígenas, como as que ocorreram recentemente, são necessárias”, complementou a gerente.

Cerrado

No Cerrado, somente em abril, o aumento da devastação foi de 31% em relação a abril de 2022, passando de 541 para 709 km2, área cerca de duas vezes maior que na Amazônia Legal. Cerca de 80% dos alertas de desmatamento ocorreram em áreas do Maranhão,Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba), região que é considerada a principal fronteira de expansão agrícola no Brasil e uma das grandes frentes de destruição de ecossistemas do mundo. 

O Inpe também divulgou os novos valores consolidados do Sistema PRODES, que estabelece a taxa de desmatamento oficial da Amazônia Legal, confirmando uma queda de 11% na devastação em 2022, após quatro anos consecutivos de aumento. Embora a queda seja um bom sinal, a destruição ainda se mantém em patamares extremamente altos: com 11.594 km2.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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