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Acolher a tristeza e recomeçar faz parte do processo de retomada aos estudos pré-vestibulares

Professoras de cursinhos dão dicas e incentivos para o processo de retomada da rotina de estudos

Bruna Lima
fonte

Com o resultado do Enem e com a divulgação do listão dos vestibulares, alguns estudantes se viram diante da não aprovação. O essencial para recomeçar é compreender e processar os sentimentos fazendo uma análise realista do que é necessário mudar. A reportagem conversou com duas professoras que se dedicam para cursinhos pré-vestibular para esclarecer sobre dicas e pontos importantes para retomar aos estudos.

Bruna Heringer e Maura Izabella Cruz Bezerra são professoras de redação e falam sobre questões emocionais, estratégicas e de incentivo para a retomada da rotina de estudos.

A professora Maura Izabella Cruz Bezerra fala aos alunos que não foram aprovados, que é preciso, primeiro, acolher a tristeza e o choro. “Conter sentimentos não é a melhor saída emocionalmente, é preciso aceitar que nem todos os dias são bons, isso é parte da vivência humana. É um tempo de autoacolhimento e de descanso mental, descansar não é desistir! Descansar é necessário para reunir forças para lutar pelo sonho novamente”, pontua.

image Bruna Heringer é professora de redação

Bruna Heringer acredita que o essencial para recomeçar é compreender e processar os sentimentos fazendo uma análise realista do que é necessário mudar. Ela destaca que o aluno precisa compreender que nada foi em vão, desperdiçado ou tempo perdido, ele não estará voltando para a estaca zero, dado que houve conhecimento adquirido e que será aprimorado, não é exatamente um recomeço, mas uma continuação: ele seguirá caminhando em direção às suas realizações pessoais.

“Mas é preciso entender que a análise é, sim, crucial. Verificar quais matérias precisam de mais atenção, principalmente para focar nelas nesse início de ano - quando há mais energia disponível. O aluno, de imediato, precisará fazer essa reflexão. Até mesmo para analisar com mais cuidado e amor a sua própria trajetória. Nesse tempo, ele vai verificando os cursinhos disponíveis, criando uma rotina e retomando, e melhorando o hábito de estudar”, pontua.

A professora acrescenta que a rotina que será criada dependerá da individualidade de cada aluno. Uma dica importante é não tentar se adaptar a outras realidades, nem criar uma rotina adaptada na de outra pessoa. “É preciso de autoconhecimento para fazer que esse ano letivo seja produtivo e o mais leve possível - dentro da realidade de um vestibulando”, detalha Bruna.

Planejamento

O planejamento deve ser feito levando em consideração três aspectos, diz Maura Izabella Cruz Bezerra. O emocional, o físico e o cognitivo. “Infelizmente, muitos alunos acreditam que estudar "para passar" exige apenas horas e horas de aula e resolução de itens. Isso é o planejamento cognitivo. Porém, outros aspectos devem ser levados em consideração, como boa alimentação, horas regulares de sono, atividades físicas e, dependendo do caso, acompanhamento psicológico. Para quem não sabe, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um artigo comprovando que 20 minutos a uma hora de atividade física, três vezes por semana, aumentam a capacidade de concentração e aprendizado em torno de 15%, assim, o indivíduo pensa com mais clareza”, destaca.

Para Bruna, o ENEM é uma prova que ocorre no início do mês de novembro, isso significa que, com exceção do mês de julho, geralmente férias e, pelo menos, 15 dias de descanso mental, há cerca de 34 semanas úteis até a primeira prova. “Se o curso é muito concorrido ou o aluno apresenta uma formação básica deficitária, não há como esperar muito tempo para retornar. Então, sim, quanto mais cedo, melhor”, indica.

A não aprovação é um momento difícil para os alunos, mas também para os professores. A professora Maura diz que os professores precisam administrar o sentimento, pois de um lado, a felicidade dos que passaram e estão comemorando e, de outro, o choro, a desilusão e a frustração dos que não conseguiram. Há, também, os casos da frustração dos pais, muitos não aceitam "perder" o "dinheiro investido no filho".

"Alguns agem mal, falam coisas horríveis para os jovens. É preciso cuidado, a atual juventude é a mais depressiva do século e qualquer ação ou fala pode ativar gatilhos que desequilibrem o indivíduo e o induzam a uma tragédia. Na minha experiência, o que funciona é ser ouvidos abertos e um ombro amigo. Acolher a tristeza do outro, prestar atenção ao que ele fala. Ficar calado é, quase sempre, o melhor. Frases como "Vestibular tem todo ano" só pioram. Naquele momento, quem não passou sente-se fraco, diminuído e essas frases, para a maioria das pessoas (pelo menos as da geração Z) amplificam esse sentimento de impotência. Nessas horas, cabe lembrar que a palavra é prata, mas o silêncio é ouro". Daquilo que não se deve falar, melhor calar”, opina a professora.

Dicas de Cursinho

Para quem vai retornar às aulas e quer opções gratuitas. Tem o Cursinho Alternativo da UEPA, o Cursinho Pré-Vestibular Municipal e o Polo Metropolitano Pré-Enem. Eles oferecem uma estrutura e possuem uma rede de professores qualificada.

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