Quadro Tático: Claudinei Oliveira tira Paysandu do Z-4 com intensidade e resgate de jogadores

Segundo Mathaus Pauxis, comentarista da Rádio Liberal+, a revolução de Claudinei Oliveira no Paysandu passa por um novo desenho tático e a busca por eficiência na Série B.

Caio Maia
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O técnico do Paysandu, Claudinei Oliveira, chegou à Curuzu com uma missão que poucos treinadores teriam coragem de assumir. O Papão era o lanterna da Série B, com quatro pontos, a oito da saída da zona de rebaixamento. No entanto, o paulista de Santos promoveu uma verdadeira revolução na equipe azul-celeste. Em sete partidas disputadas sob o comando do treinador até o momento, o Papão conquistou 15 pontos, deixou as últimas posições e hoje flerta com o otimismo de uma possível briga pelo acesso.

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Apesar da imagem de Rei Midas — que transforma tudo que toca em ouro —, Claudinei Oliveira carrega em seus trabalhos muita dedicação e perspicácia. O Quadro Tático desta semana analisa como o treinador bicolor conseguiu mudar a sorte do Paysandu na Série B. Para obter algumas conclusões, a reportagem ouviu o jornalista Mathaus Pauxis, comentarista da Rádio Liberal+.

Intensidade é a palavra-chave

image Treinador tem a intensidade como grande marca do trabalho (Matheus Vieira/Paysandu)

Impositivo. Assim tem atuado o time de Claudinei Oliveira. De acordo com Mathaus, a intensidade tem sido o principal fator que diferencia a equipe bicolor atual daquela comandada por Luizinho Lopes no início da competição. Esse ímpeto em busca do resultado, somado à eficiência, tornou-se o principal ingrediente da nova receita alviceleste — e os frutos já começaram a surgir.

"No geral, o Claudinei colocou em campo um Paysandu mais físico, mais intenso e mais eficiente — essa foi a grande evolução. Hoje os atacantes conseguem marcar gols com mais regularidade, têm mais eficiência. Tanto que o clube vem tendo um ótimo desempenho ofensivo. No jogo contra o Coritiba, por exemplo, o Paysandu fez a mesma quantidade de gols que havia feito durante toda a campanha com o Luizinho. Isso é reflexo da nova estrutura montada pelo Claudinei, que soube aproveitar as peças que tinha e potencializar os recém-chegados", explica.

O bom desempenho diante da meta pode ser traduzido em números. Com Luizinho, a taxa de conversão de finalizações em gol do Paysandu era de apenas 3%. Hoje, o Bicola tem entre 15% e 17% de aproveitamento, índice acima da média da Série B, que gira em torno de 10%.

image Taxa de conversão de gols do Paysandu na Série B 

Mudança no desenho tático

Mesmo com apenas sete jogos sob o comando bicolor, Claudinei Oliveira ainda está se adaptando às peças que tem no elenco. Aos poucos, o time vai ganhando formato e adotando um desenho de jogo que se assemelha a um 4-2-3-1, semelhante ao que o treinador aplicava no Londrina-PR, clube que dirigiu no início da temporada.

Essa padronização, segundo Mathaus, é positiva. O comentarista lembra que, sob o comando de Luizinho Lopes, o Paysandu não possuía um esquema tático definido. As mudanças, segundo ele, eram influenciadas pelo grande número de desfalques, seja por lesões ou suspensões.

image Formação do Paysandu que começou a partida contra o Amazonas-AM

"Com o Luizinho, o Paysandu trocava muito de escalação, seja por suspensão, seja por questão física. Naquele momento, o time estava estourado, porque disputava Copa Verde, Parazão e Copa do Brasil ao mesmo tempo. Por conta disso, víamos o Paysandu mudar muito o desenho tático, alternando entre 4-3-3, 3-4-3 e 4-2-3-1. O problema era que a gente não conseguia identificar um padrão de jogo", contextualiza.

Resgate de atletas

A chegada de Claudinei coincidiu com o período mais ativo do Paysandu na janela de transferências. Ainda assim, o destaque do trabalho do treinador está na recuperação de atletas que já estavam no elenco. Mathaus, inclusive, faz ponderações e elege alguns jogadores como símbolos dessa transformação bicolor.

image Reverson é um dos destaques do Paysandu (Thiago Gomes / O Liberal)

"Um dos principais destaques é o Reverson, lateral-esquerdo. Ele chegou com grande expectativa, vindo do Novorizontino-SP, que brigava pelo acesso, mas no começo não se adaptou bem. Hoje, o Reverson é um jogador que, no mínimo, não atrapalha — é aquele nota 6 pra cima. É bom lembrar que nem o Real Madrid ou o PSG têm 11 craques. Todo time precisa de jogadores regulares, que ofereçam segurança, e o Reverson é esse cara. Outro nome importante, apesar de às vezes exagerar na pegada, é o Leandro Vilela. Ele entrega uma dinâmica diferente, com passe e movimentação. Vale lembrar que, por um tempo, o Vilela foi o artilheiro do Paysandu na Série B, com dois gols", disse.

Defesa ainda requer atenção

Os números ofensivos do Paysandu nas últimas rodadas são excelentes: 10 gols nos últimos cinco jogos. No entanto, na contramão dessa estatística, a equipe bicolor ainda sofre bastante defensivamente — foram seis gols sofridos no mesmo período. Para Mathaus, esse é o setor que mais exige atenção no atual momento.

"A defesa precisa se encontrar. Em alguns momentos, ela é pressionada e não consegue sair bem da situação. Eu acredito que o Paysandu precisa tentar controlar mais o jogo. O Guardiola fala muito isso: 'a melhor forma de controlar a partida é com a bola nos pés'. Não que todo mundo tenha que jogar como o Guardiola, mas quando tiver a bola, o Paysandu pode encontrar outras alternativas. Hoje, quando a situação aperta, o natural do time é dar um chutão pra frente — não um passe longo, mas um chutão mesmo. Tanto que, sob o comando do Claudinei, o Paysandu tem média de 75% de passes certos, que é considerada baixa. O que deve ser feito? Circular mais a bola, cansar o adversário e manter a posse", argumenta.

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