Torcedoras de Remo e Paysandu demonstram amor pelos clubes e saudade das arquibancadas

A pandemia trouxe diversas dificuldades para o mundo, tivemos que nos afastar de pessoas queridas, deixamos de fazer coisas que gostamos e, entre elas, precisamos nos afastar do futebol. Foram aproximadamente quatro meses sem futebol e, quando a bola voltou a rolar, a torcida não pôde voltar para torcer pelo seu time do coração. É uma prevenção.

Para as torcedoras da dupla Re-Pa, o futebol é uma grande paixão, muitas usam a arquibancada como válvula de escape para os estresses do dia a dia. Nos últimos anos, a presença feminina ficou cada vez maior nas arquibancadas dos estádios na cidade de Belém.

As torcedoras bicolores, Lorena Castro e Emanuelly Santigo, usam o estádio para ter paz e muitas vezes como um refúgio contra as crises de ansiedade.

“Quando anunciaram a volta dos jogos, mesmo sem torcida, fiquei feliz. Pois iria prestigiar meu clube de coração pela TV, muitos não sabem, mas o Paysandu é o meu refúgio contra os problemas, contra a minha ansiedade. Então quando foi permitido reuniões em grupo até 10 pessoas, me programei com as minhas amigas e fomos uma para casa da outra assistir os jogos, visto que sentíamos saudade do calor de uma Curuzu lotada”, afirmou Lorena.

Para torcedoras do Papão, a ausência de público nos estádios é uma dificuldade a mais em meio a dias tensos (Ivan Duarte)

Lorena faz parte de um grupo chamado ‘Mulheres no Estádio’, quando os jogos estavam acontecendo com a presença da torcida, elas se reuniam na arquibancada central da Curuzu. Em entrevista com cinco integrantes desse grupo, elas contam que passaram a se reunir (sem aglomeração) para torcer pelo Papão.

“O retorno dos jogos mesmo sendo apenas pela TV foi uma euforia para mim e minhas amigas, amigas na qual o amor pelo Paysandu nos uniu e mesmo com as dificuldades que tínhamos, sempre dávamos um jeito de estarmos juntas torcendo, nos apoiando”, afirmou Agatha Christianne.

Já as torcedoras do Remo enviaram uma carta a redação falando sobre esse período de pandemia, que para elas, foi muito doloroso já que se conheceram no estádio. Então essa distância foi segue sendo algo difícil de superar.

Torcedores do Remo lamentaram não observarem, de perto, o acesso à Série B (Ivan Duarte)

“O tempo com jogos paralisados doeu muito, pra quem acompanha o clube e por conta da pandemia ficamos sem acompanhar os jogos presencialmente, "se estressar com jogador", tem aquela velha zoação com o rival deixou qualquer torcedor triste, inclusive nós, e com isso procuramos novas formas de estar perto do clube, sendo apoiando nas campanhas pra ajudar na situação financeira, como o retorno da nossa casa, o Baenão com a sua linda campanha, compras de camisas do time, máscaras, copos, ingressos virtuais ou como essa novidade do PIX para trazer novamente jogador Gedoz. A emoção de chegar ao acesso, meu Deus, como queríamos estar vivendo isso no estádio, cantando os 90 minutos juntas por um só ideal, a nossa tão sonhada volta a Série B foi um sentimento sobrenatural, lembrando de cada choro, cada luta juntas, sentimentos que nenhuma de nós sabe definir a não ser amor e orgulho”. A carta é assina por Ana Karoline, Jéssica Penha, Letícia de Souza e Taiane Caldas.

Ao final de cada entrevista, todas desejaram que a situação que estamos enfrentando passe logo. Pois desejam encontrar com seus clubes no estádio, mas com a vacina e segurança para todas.