Serviços de estética e saúde alavancam mercado de trabalhos em domicílio em Belém

Comodidade e serviços individualizados caracterizam o modelo profissional

Abílio Dantas

A pandemia de covid-19 fez com que trabalhadores com décadas de experiência em atender os clientes em casa, em Belém, na modalidade conhecida por atendimento em domicílio, tivessem que aguardar o avanço da vacinação para atuar com segurança. Presentes no mercado informal brasileiro, as áreas de estética e saúde são as que mais têm destaque quando o assunto é atendimento em domicílio.

 O Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, de acordo com o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International. E em 2020, mesmo com o início da crise sanitária mundial, segundo levantamento feito pelo aplicativo de contratação de serviços GetNinjas, a demanda pela categoria Moda e Beleza contabilizou mais de 200 mil solicitações. Em Belém, o segundo ano de pandemia trouxe novidades e aprendizados para quem está no mercado há muito tempo.

Elisângela Ferreira mantém 50% da clientela no saláo físico e o restante no atendimento em domicílio (Sidney Oliveira/ O Liberal)

A cabeleireira e empreendedora Elisângela da Silva Ferreira, conhecida como Elis Ferreira, de 39 anos, começou a trabalhar com serviço em domicílio há 17 anos, quando iniciou a carreira no oficio. “Eu já iniciei com atendimento em domicílio. No início, recebi muitos convites de salões para trabalhar, mas a minha cartela de clientes ficou bastante grande muito rapidamente. Isso sem nunca ter colocado nenhuma placa, nenhum anúncio, tudo na tradicional divulgação boca a boca. Assim fui estabelecendo meu modo de trabalho na casa das clientes”, relata.

Para Elis, mesmo antes da pandemia, as pessoas já procuravam profissionais que atendiam em casa, por dois motivos: a comodidade de não precisar sair de casa e a vantagem do atendimento personalizado. “Em domicilio, a pessoa não precisa aguardar terminar outros atendimentos, por exemplo. É tudo pensado para ela, durante o tempo acertado. E é mais cômodo, porque existe maior flexibilidade quanto aos horários e dias, tanto para o cliente quanta para quem trabalha”, argumenta a cabeleireira.

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Atualmente, Elis possui o próprio salão, construído em casa, e continua atuando em domicílio. “Meus atendimentos são todos feitos com hora marcada, e são 50% no meu local próprio e 50% na casa dos clientes, já que muita gente resolveu que continuasse assim. Temos períodos com grande demanda e outros com menor procura, mas, em média, tenho uma cliente por dia”, calcula.

Além dos serviços de cabeleireira, Elis aglutina também outras profissionais da área de estética, em relação de parceria. “Quando as clientes precisam, chamo também parceiras manicures, depiladoras, esteticistas. É o modelo da atualidade, já que muitas pessoas ainda não querem sair de casa por conta da pandemia”, conclui.

Massagem

Prática milenar, que é relaxante e previne problemas de saúde como enxaqueca, fibromialgia e ansiedade, a massagem é outro serviço ofertado por profissionais que vão até a residência dos clientes. Com 20 anos de experiência na modalidade, Kátia Simone, massoterapeuta e massagista há 31 anos, afirma que possui clientes fixas há duas décadas. “Inicialmente, trabalhava como massagista em salões de beleza, como empregada, mas sempre tive o anseio de exercer meu trabalho em domicílio, com objetivo de aumentar minha renda e a minha independência. No entanto, tinha medo de dar os primeiros passos”, relata.

Quando conseguiu “a liberdade” de atuar de forma independente, Kátia constatou que “o trabalho em domicílio concede maior flexibilidade de horários, onde posso montar uma agenda junto das minhas clientes”, destaca. “A respeito da renda, ela tende a ser flutuante, visto que há meses em que minhas clientes deixam de fazer as massagens nos seus horários, mas o que me ajuda muito nisso é estabelecer uma margem de segurança e uma boa rede de contatos, que aumenta consideravelmente o preenchimento da agenda”, completa.

O começo da pandemia foi conturbado para Kátia. Porém, com o aumento da imunização da população e com os novos aprendizados de autogestão apreendidos nos piores períodos da crise, foi possível retomar os atendimentos. “O começo da pandemia foi bem conturbado, pois tive que parar de realizar minhas massagens. Não podia sair de casa, logo não poderia trabalhar. Mas a situação normalizou depois de um tempo. Com os cuidados de prevenção e com a vacina, pude voltar à minha rotina de trabalho, e acredito que melhorou bastante o fluxo de clientes devido ao estresse do estado pandêmico e do isolamento social.  Espero que ano a situação esteja estabilizada, e prevejo um aumento de trabalhos em domicílio já que traz às clientes maior comodidade e segurança”, analisa.

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