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Empreendedores veem faturamento aumentar com flexibilização da pandemia

Uma das MEIs relata que já recuperou 90% dos clientes que tinha antes da crise sanitária

Elisa Vaz

Os empreendedores paraenses estão voltando a ter um faturamento mais alto após mais de dois anos do início da crise sanitária. Com as medidas restritivas impostas pela pandemia da covid-19, muitos negócios fecharam as portas, e os que permaneceram abertos enfrentaram perda de renda e de clientes.

Uma pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que, em média, 59% das empresas ainda sofrem com a redução do faturamento, sendo que entre os microempreendedores individuais (MEI) essa porcentagem atinge 62%, contra 53% entre as micro e pequenas empresas (MPE). Mas, agora, com a flexibilização do período mais crítico, alguns relatam que estão chegando ao mesmo nível de atendimentos de níveis pré-pandêmicos.

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É o caso da microempreendedora individual (MEI) Alcileia Conceição, de 50 anos. Dona de um centro de estética em Belém, nem sempre ela trabalhou por conta própria. Antes ocupava um cargo na área administrativa, mas começou a fazer massagens e se apaixonou pelo segmento. “Amei o procedimento. Trabalhava em outra área, mas pesquisei e comecei a fazer cursos e receber orientações, então larguei o trabalho antigo e investi na estética há sete anos. Hoje amo o que faço”, conta.

Entre os serviços oferecidos por Leia, como é chamada, estão as massagens modeladoras e redutoras, limpeza de pele, depilação e mais. Mesmo amando seu negócio e tendo sucesso com preços populares, a empreendedora foi uma das muitas pessoas afetadas pela pandemia. Na época que a crise sanitária começou, Leia oferecia seus serviços dentro de uma academia da capital, que foi fechada por conta das restrições, e a empreendedora precisou procurar um imóvel para alugar.

“Senti muita dificuldade para alugar um ponto, mas eu sabia que alguns clientes seriam fiéis mesmo com as restrições, então aluguei mesmo assim, até porque eu dependia daquilo, não poderia deixar de atender alguns clientes, bastava ser com cautela. Outros tantos clientes perdi por medo da pandemia e do contágio, fiquei só com alguns”, lembra. Nesse período, Leia chegou a ficar com apenas 30% do seu faturamento normal, o que dava apenas para pagar o aluguel do espaço e algumas despesas do empreendimento.

A MEI não recorreu a empréstimos nem auxílios – só precisou recorrer à poupança que tinha. Também não aumentou os preços. Pelo contrário, precisou fazer promoções para segurar os clientes fixos. Trabalhando com preço mais popular e entendendo que nem todo mundo tem dinheiro para fazer massagens e outros procedimentos estéticos, Leia diz que acaba trabalhando mais, mas tem retorno dos clientes e ganha em quantidade.

Logo que as restrições ficaram mais brandas, em 2021, os clientes voltaram a procurar os serviços estéticos. A diferença agora é que ela atende um cliente por vez, para dar mais segurança – com o equipamento que Leia tem, era possível atender mais de uma pessoa de uma vez. “Hoje em dia o negócio está indo de vento em popa porque muitos clientes querem se cuidar, tem o verão chegando, melhorou muito. Acho que 90% das pessoas voltaram, e o faturamento está quase igual ao de 2019”. Ela também atende em casa, por um preço mais alto. Novamente, a empreendedora está conseguindo poupar uma parte do que recebe e retomando a poupança.

Empreendedora relata dificuldade com preços

Diferente de muitos empresários, a microempreendedora individual Danielle Andrade, de 43 anos, que é administradora e confeiteira, não sentiu tanto as perdas relacionadas à pandemia porque trabalha na área de alimentos e conseguiu inovar durante o período de restrição. O negócio, no ramo de confeitaria, já existe há seis anos no mercado – começou com bolos artísticos e agora tem um leque maior de doces, salgados, bolos gourmet, cestas de café da manhã e mais. Na pandemia, Danielle conta que precisou se readequar e oferecer aos clientes produtos para as famílias que estavam no isolamento. “Foi um sucesso montar nossos kits de aniversário para quatro, cinco ou oito pessoas, com isso ganhamos novos clientes e conseguimos aumentar nosso faturamento”, relata.

Logo no início da pandemia, a MEI conseguiu fazer contato com todos os fornecedores para manter os valores de produtos e fez um grande estoque de insumos; com isso, foi possível manter o faturamento equilibrado até abril deste ano. Nos últimos meses, no entanto, os produtos estão sofrendo aumento diariamente e nem os fornecedores estão conseguindo manter os valores equilibrados. “Com a inflação desenfreada, não conseguimos manter os valores dos nossos produtos fixos por muito tempo, pois a toda semana os insumos estão ficando mais caros. Acabamos segurando os valores para não repassar para os clientes, mas, infelizmente, hoje está muito difícil trabalhar com os valores absurdos”, relata Danielle.

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