Loja especializada em chocolate espera triplo das vendas na Páscoa em 2022, em Belém

Considerado o Natal desses estabelecimentos, período é de grande expectativa para lojistas

Natália Mello

Após dois anos de dificuldades nas vendas, por conta da covid-19, a Páscoa de 2022 está chegando cheia de expectativa para lojistas em Belém. A atendente de uma loja especializada que tem vários pontos em Belém, Julyene Passos, de 24 anos, conta que a meta das vendedoras é de R$ 40 a R$ 50 mil no mês, e, nesta época, o objetivo passa para R$ 280 mil. Ela afirma que esse valor é batido com tranquilidade.

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Mesmo com chocolate mais caro, período é de grande demanda de consumidores

“A Páscoa é a nossa maior campanha. A loja se prepara o ano inteiro para vender nesse período. O único ano em que não batemos essa meta e sobrou estoque foi no início da pandemia, em 2020. Mas mesmo ano passado, na véspera da Páscoa, já tinha esgotado tudo, e esse ano deve ser a mesma coisa. A gente aumenta as vendas em 200% e mesmo ainda sem entrar em abril, já temos vários produtos esgotados, especialmente os infantis, que normalmente são os primeiros a acabar”, declarou Julyene, desde 2019 trabalhando na loja.

No estabelecimento, ainda é possível encontrar ovos de páscoa de vários sabores e com especificidades para intolerantes a lactose e glúten, por exemplo. “As pantufas temáticas de desenhos infantis, com unicórnio, bola de basquete - modelo que vem com fone de ouvido -, tudo já está esgotado, e deve aumentar ainda mais [a procura] a próxima no próximo mês”, finalizou a vendedora.

Em outra loja especializada em chocolates, localizada no bairro do Umarizal, a atendente Tamiris Ferreira afirma que o movimento aumentou em até 50% desde o início do mês. A procura maior ainda é pelos itens que podem formar kits de presentes. “As empresas inclusive têm procurado para presentear funcionários e clientes. Trabalhamos bastante essa época porque é como se a Páscoa fosse o nosso Natal, é o melhor período de vendas do ano”, finaliza.

Consumidores buscam comprar de pequenos empreendedores

O arquiteto Luan Paiva, de 33 anos, deixou de buscar ovos de grandes marcas em supermercados para comprar de pequenos empreendedores. Antes, o sabor certo do ovo de Páscoa era o Batom, de chocolate ao leite, mas, com o crescimento desse mercado e a variedade de opções fora do tradicional, ele passou a optar pelos ovos caseiros. “A qualidade é muito superior do que os ovos industrializados, por ser mais gourmetizado, por ter recheio, e às vezes você acaba pagando o mesmo preço por algo de uma qualidade maior. Tem a possibilidade de montar, até, de acordo com o teu gosto, escolhe a casca, recheio, cobertura, então permite a gente até experimentar mais sabores”, pontua.

Expectativa é de mais de R$ 2 bilhões de vendas no setor

A projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é que as vendas no setor voltadas para a data totalizem R$ 2,16 bilhões este ano, representando um aumento de 1,9% em comparação a 2021. Caso seja confirmada a previsão, o resultado ficará 5,7% abaixo do alcançado antes do início da pandemia de covid-19, em 2019 (R$ 2,29 bilhões). Ainda segundo a análise, a valorização do real viabilizou o aumento do volume de importação de chocolates, que avançou 8% (1,43 mil toneladas) em relação ao ano passado.

A assessora econômica da Federação do Comércio do Pará (Fecomércio/PA), Lúcia Lisboa, confirma essa expectativa mais otimista, tanto do ponto de vista do empresário, quanto pelo lado do consumidor. A ideia, segundo ela, é retornar a um padrão de consumo próximo ao que existia antes do início da pandemia.

“Em 2020, a pandemia trouxe uma grande preocupação em março, as véspera da Páscoa. Mesmo ano passado, muitas restrições em horário de funcionamento dificultavam as vendas, mesmo com a existência do comércio eletrônico, era difícil porque o nosso consumidor não tinha esse padrão de consumo de comprar pela internet, nem nossos empresários tinham uma diversidade muito grande de produtos disponíveis por canais não presenciais”, explica Lúcia.

Com o avanço da vacinação na população e ainda a flexibilização de medidas de restrição, a circulação de pessoas passou a aumentar e, com isso, segundo Lúcia, gradativamente, a população foi ganhando confiança em sair de casa. “Existe uma aura de segurança maior para circular pelos pontos de venda e, com essa circulação, o índice de retorno desse consumidor é ainda maior, e agora, depois de investimentos em marketing e outros canais de atendimento, os empresários também com os consumidores que vão comprar pela internet”, disse.

Mas Lúcia pondera outra perspectiva, a econômica. Por mais que tenha sido reconquistado o sentimento de presentear e reunir com entes, o cenário de dificuldades econômicas pode ser um empecilho e, por isso, 2022 pode não atingir os números de antes da pandemia. “A inflação hoje está em níveis mais elevados, houve realmente o aumento de preço do dólar, a questão do preço dos chocolates, dos insumos e até embalagens, tudo está mais caro, e isso é um fator que inibe, fora o nível de endividamento do consumidor. Atualmente, 60% dos consumidores possuem dívidas e, destes, quase 30% estão com as dívidas em atraso. Mas o cenário ainda assim é positivo e a expectativa é positiva. Até porque o índice de intenção de compras da pesquisa Fecomércio aponta, no Pará, para uma taxa moderada entre cinco e 10%”, concluiu.

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