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Bancas de revista de Belém se reinventam com novos serviços

Na era digital, bancas de revistas incorporam novos produtos e serviços, mostrando que a adaptabilidade é a chave para a sobrevivência no mercado atual

Amanda Engelke
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Elas persistem. Mesmo diante da era digital e da disponibilidade de conteúdos, em sua maioria gratuitos, ainda é possível encontrar bancas de revistas na capital paraense. No entanto, o número diminuiu. Nos últimos quatro anos, mais da metade fechou. Para se manterem ativas no mercado, os proprietários das bancas têm se apoiado na criatividade, nas mídias sociais e na incorporação de novos serviços, além das tradicionais revistas e jornais.

Augusto Soares, da Revistaria Fênix, apostou em action figures e outros colecionáveis. Na banca, localizada na travessa Benjamin Constant, na esquina com a avenida Nazaré, é possível encontrar itens das décadas de 70, 80, 90 e dos anos 2000. Entre eles, estão bonecos da Marvel e da DC Comics, famosas por criarem muitos dos personagens de super-heróis mais populares da cultura pop, da franquia Star Wars e de outros, como Caça Fantasmas, Scooby-Doo e Rambo.

Ele conta que resolveu investir no universo geek após uma viagem que fez para a cidade de São Paulo. “Foi quando essa virada de chave aconteceu. Eu já vim com essa ideia de lá. Sempre foi algo com que me identifiquei porque eu mesmo já era colecionador. Achei que seria uma novidade, então trouxe para a banca. É um universo que eu gosto, e acredito que tem dado certo justamente por isso, porque eu conheço o produto que eu estou vendendo”, afirma Augusto.

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Soares se descreve como um empreendedor, usando de muita criatividade para atrair seus clientes. No Instagram, através do perfil @fenix.actionfigures, ele anuncia as novidades da banca, e também em grupos de Whatsapp, além de ambientalizar o espaço com músicas da cultura geek. “Os clientes, em sua maioria, são adultos, e a renda obtida com as vendas é variável. “São itens colecionáveis, as vezes demoram a sair, mas quando saem incrementam a renda”, pondera.

Uma parte do seu público é composta por idosos, fiéis aos serviços de cópias e impressão de documentos, emissão de segunda via de boletos e que costumam ser assíduos leitores de jornais. “É um público mais resistente à tecnologia. São mais tradicionais mesmo, e a nossa localização é interesse justamente porque converge esses dois públicos, além de sermos uma das bancas que abrem mais cedo”, afirma Augusto, informando que a banca funciona de segunda a sábado, das 7h às 14h.

image Na banca de Augusto, é possível encontrar bonecos da cultua pop. (Marx Vasconcelos / Especial O Liberal)

Presença das redes socias é uma das estretégias

Em outra parte da cidade, na avenida Romulo Maiorana com a travessa Humaitá, a Banca do Cid também resistiu às mudanças na forma de consumo. Instalada no local há 34 anos, a banca oferece, além de revistas, livros e jornais, serviços de fotocópia e impressão e até acessórios para celular. O espaço, que funciona de segunda a sábado, das 9h às 18h30, adaptou-se e agora também tem presença no mundo digital.

Sebastião Cid de Souza, o proprietário, conta que divulga as novidades nas redes sociais. Além disso, a banca também possui Facebook e Instagram. “Eu tenho grupos, fotografo tudo que chega e mando lá sobre as revistas que eles estão interessados”, diz. Além disso, a banca também possui Facebook e Instagram. “A gente se adequou à internet porque senão a coisa não anda. Existem clientes que entram em contato todo dia justamente através desses meios”, afirma.

image Sebastião Cid é o proprietário da "Banca do Cid", que funciona há 34 anos. (Marx Vasconcelos / Especial O Liberal)

Cid, que é o presidente da Associação de Proprietários de Bancas, Jornais e Revistas de Belém, nota que após a pandemia da Covid-19, entre 2020 e 2021, muitas bancas fecharam as portas. “Todos nós passamos por muitas dificuldades. Além disso, percebo que nesse tempo pessoas também aderiram mais ainda às compras virtuais e ao mundo digital. Antes da pandemia eram 112, agora temos 48”, afirma.

Ele conta que sempre teve o sonho de ter uma banca por ser amante da literatura e da leitura e iniciou no ramo quando o banco em que trabalhava foi extinto e que, desde então, passou a viver apenas da renda da banca. “Eu costumo afirmar que estou em uma localização abençoada. Consigo me manter com essa renda, mas foi preciso reinventar. A maioria das bancas em atividade estão em pontos movimentados, e em áreas comerciais”, diz.

Para Cid, a resistência exige que os proprietários enfrentem os desafios trazidos pela era digital e pela diminuição no consumo de jornais e revistas impressas, através da diversificação de seus produtos e serviços. Como presidente da Associação, ele diz que procura promover essa perspectiva entre seus colegas. Atualmente, é comum encontrar em tais estabelecimentos uma variedade de produtos ligados à cultura pop, guloseimas, bebidas, artigos de informática, jogos e tabaco.

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