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Setor produtivo realiza ação integrada pelo desenvolvimento do Marajó

Entidades destacam importância de investimentos e políticas específicas para a região

Fabrício Queiroz
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O Fórum de Entidades Empresariais do Estado do Pará realizou a ação piloto denominada “Recuperação do Desenvolvimento Marajoara”, no município de Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó nesta quinta-feira, 14. A iniciativa tem entre seus objetivos divulgar as políticas de investimento para a região por meio do programa Abrace o Marajó, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), bem como as oportunidades de crédito disponibilizadas pelo Banco da Amazônia (Basa).

A ação em formato de reunião de trabalho contou com a participação de representantes de instituições públicas e privadas que atuam no segmento da produção rural, indústria, comércio e serviços, além de prefeitos, agricultores familiares e microempreendedores da região. Entre elas estavam representadas a Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), a Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com Carlos Xavier, presidente da Faepa, a origem do projeto se deu após a assinatura de convênio entre o MMFDH e o Basa que prevê o investimento de R$ 200 milhões para fomentar os empreendimentos de iniciativa feminina na região por meio do programa Abrace o Marajó. Com isso, a Federação mobilizou outras instituições para reunir esforços em torno da busca por alternativas para o desenvolvimento socioeconômico do arquipélago que, como lembra Xavier, possui os menores índices de desenvolvimento humano no país, mas ainda carece de políticas públicas direcionadas à sua realidade.

“Precisamos de um olhar diferenciado para o Marajó. O semiárido nordestino, por exemplo, tem uma política diferenciada por lei com apoio da Sedene [Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste] e do Banco do Nordeste, e nós não temos esse tratamento”, argumentou o presidente da Faepa, destacando que considera que a união do setor produtivo sinaliza uma provocação para mudar as estratégias para a região. O objetivo nosso é trazer todos os parceiros que possam contribuir e, juntos, mudar a legislação, porque não queremos fazer nada ilegal, para aproveitar nossas potencialidades e transformar o povo do Marajó”, afirmou Carlos Xavier.

O prefeito de Cachoeira do Arari, Antônio Augusto Athar, saudou a iniciativa da ação integrada e pontuou que é necessário que os municípios e a população local sejam encarados não apenas em torno da sua vulnerabilidade, mas também da contribuição que podem dar para a sociedade. “Nós não queremos esmola. O que nós queremos é investimento no Marajó. Deem oportunidades para o marajoara”, clamou.

Durante a reunião dois pactos foram aprovados pelas entidades do setor produtivo. O primeiro pede a inclusão explícita do Marajó na Política Nacional de Desenvolvimento Regional aos moldes do que ocorre com o semiárido nordestino. Dessa forma, os grupos buscam garantir recursos e tratamento prioritário para a região nas políticas do governo federal. Já a segunda moção busca a construção de um acordo para que um representante dos governantes locais tenha assento no condel da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) a fim de valorizar as pautas marajoaras no âmbito de um órgão estratégico.

Além disso, foram expostos dados sobre a realidade socioeconômica regional e as potencialidades de incremento em atividades como a produção de hortaliças, açaí, pecuária e turismo. Nesse sentido, Carlos Xavier apresentou o projeto de um novo eixo hidrorodoviário para a Amazônia, que integraria o arquipélago entre si e com o continente por meio de pontes que se instalariam desde Belém até a ligação com o estado do Amapá.

image A ação integrada realizada em Cachoeira do Arari teve como foco principal o atendimento das demandas das mulheres empreendedoras (Thiago Gomes / O Liberal)

FOMENTO

Outros pontos de destaque na pauta da ação integrada foram a necessidade de medidas que facilitem o acesso ao crédito para os negócios locais e que incentivem o empreendedorismo, que provocaram uma grande atenção do público presente, formado em maioria por mulheres de Cachoeira do Arari e outros municípios próximos.

Para atender a demanda desse público, o superintendente regional do Basa, Edmar Bernaldino, apresentou o programa Amazônia para Elas, que oferece opções de microcrédito direcionadas aos empreendimentos femininos. Para Bernaldino, a divulgação do produto nesse ambiente tende a potencializar os efeitos dos investimentos previstos no sentido de ampliar a bancarização de produtores rurais e fortalecer a economia local.

“A iniciativa é muito relevante porque nós sabemos que o banco com o apoio desses parceiros em suas diversas esferas, estaduais, municipais e federal, pode nos auxiliar para que a gente possa chegar com muito mais ênfase, em especial para as mulheres empreendedoras”, disse o superintendente do Basa.

Já Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará, falou do programa Negócio Certo Rural, que dissemina conhecimento sobre os processos de gestão e administração de propriedades rurais, e de como os produtores locais podem se habilitar à venda de sua produção para os municípios no âmbito da merenda escolar.

“De forma alguma o Sebrae poderia ficar de fora de uma intervenção em cima de uma região como o Marajó, que é uma área que tem uma grande potencialidade, tem grandes necessidades e muitas vezes não foi olhada como deveria. O que a gente está fazendo é se articulando junto com outras entidades para trazer a nossa expertise que é desenvolver as pessoas daqui que tem pequenos negócios”, pontuou Magno.

A artesã Filomena Gama, 50 anos, acompanhou atenta às apresentações porque espera aplicar os conhecimentos adquiridos em seu próprio negócio. “Eu já tenho o meu ateliê, mas quero aprender a como vender meu produto, no qual eu não vá só trocar dinheiro, mas sim valorizar e fazer um preço adequado”, disse a microempreendedora que considera que o acesso ao crédito também será benéfico para ela e outros produtores da região. “A gente tem a ideia, tem a vontade de fazer, mas não tem o recurso, assim não tem como começar. Esses projetos são bons pra isso: pra gente começar o nosso trabalho e poder divulgar”, disse.

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