Setor mineral pretende investir 14 bilhões de dólares no Pará até 2027

Informação é repassada ao Grupo Liberal pelo presidente do IBRAM, Raul Jungmann; ampliação da exploração de minério está nos planos

Camila Azevedo
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O setor mineral do Brasil tem expectativa de investir cerca de 14 bilhões de dólares no Pará até 2027. A informação foi repassada com exclusividade à reportagem do Grupo Liberal pelo presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann. Segundo ele, o dinheiro será usado para ampliar a exploração de bauxita, cobre, ouro, ferro e outros minerais considerados estratégicos para que a região caminhe para uma economia de baixo carbono.

O objetivo dos investimentos previstos no Pará, ainda, é superar a crise climática. O presidente do IBRAM afirma que o estado dispõe de boa parte desse material, como tantra e cassiterita e, por isso, “os olhos estão voltados para a região”. “Ou seja, 32% de tudo que o setor vai investir nesses próximos quatro anos será aqui, no Pará. Serão 14 bilhões de dólares previstos para investir com sustentabilidade, com respeito à floresta viva, aos povos originários e a conservação da natureza”, completa.

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Combate ao garimpo ilegal

Um dos assuntos mais abordados durante os eventos realizados pelo IBRAM foi o combate ao garimpo ilegal. Jungmann ressaltou que o Instituto tem uma posição contrária à prática e, para ajudar no combate, incentiva o uso de uma plataforma desenvolvida para rastrear o minério. “Garimpo não. Garimpo que destrói os rios com mercúrio. Garimpo que prostitui as crianças indígenas. Garimpo que está ligado ao crime organizado. De forma nenhuma nós não concordamos e não aceitamos”, frisa Raul.

“A solução para nós foi desenvolvida pela Universidade de São Paulo. A USP desenvolveu uma plataforma digital que permite você identificar na origem se o ouro é legal ou ilegal. E se ele é ilegal, você não deve comprar. Então, nós fazemos a divulgação e apoiamos essa plataforma de compra de ouro responsável, que vai ser um enorme avanço, porque ela permite que você, ao comprar ou vender ouro para um banco, para um refino, para a tecnologia, passe pela plataforma e ela vai te dizer se é legal, se é um ouro de sangue, se é um ouro legítimo, essa é a contribuição que a gente dá, dentro muitas outras”, completa.

A plataforma também teve a contribuição de outras organizações ligadas à causa ambiental. Jungmann destaca que o custo de uso será praticamente zero e que já estão em fase de apresentar o produto aos interessados. “A gente apresenta e diz o seguinte: quem quiser, pode participar disso. Uma joalheria, por exemplo, vai comprar ouro? Usa a plataforma, a gente disponibiliza e apoia. Ela é aberta, praticamente a custo zero. A mensagem que a gente vai dizer é para usarem isso [a plataforma], não comprem ouro sem saber a origem e a plataforma te dá a origem, ou seja, você tira do mercado os ilegais”, completa.

Conferência Internacional debate estratégias para a Amazônia

O IBRAM realizou dois eventos em Belém voltados para a temática ambiental: a Exposibram e a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que terminou na última sexta-feira (01) e apresentou propostas para o desenvolvimento sustentável da região. Raul classificou as iniciativas como “uma forma de superar o grande problema que nós temos hoje, que é exatamente a crise do clima, e que todos nós temos que ser responsáveis por isso, porque afinal, se nós não debelarmos a crise do clima, não vai ter futuro”.

Um dos palestrantes da Conferência Internacional foi o ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha (1997-2007) Tony Blair. Além de apresentar medidas que considera eficientes para o bioma amazônico, o premiê também responsabilizou os países desenvolvidos pela crise climática. “Os países desenvolvidos criaram o problema da mudança climática. Então, historicamente esse problema reside nas mãos deles”, apontou.

“A Amazônia é descrita como o pulmão do mundo. Se [a transição econômica] for acontecer, precisa ser a partir de estratégias que incluam todos, inclusive os povos que habitam a região, para que tenham o que precisam e mostrar como se faz. As pessoas têm que ter vida aqui, tem que ter emprego e conseguir se sustentar nesse futuro. O que for acontecer aqui, na próxima década, vai ser muito importante. É preciso um grande plano que desfrute de credibilidade para ajudar a implantar as políticas sustentáveis”, destacou Blair.

Junto ao ex-primeiro-ministro, a programação do evento foi composta pela participação de personalidades políticas mundiais envolvidas com a questão climática, como Ban Ki-Moon, 8º secretário-geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) e Iván Duque, ex-presidente da Colômbia (2019-2022). Todos os assuntos abordados envolveram as formas de preservar a Amazônia, como garantir uma economia que seja respeitosa com o meio ambiente, a participação de todos os setores no processo e a necessidade de mais investimentos dos países ricos.

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