CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Região Metropolitana de Belém é 3ª mais desigual do Brasil, aponta estudo

Capital paraense fica atrás somente de Natal e Fortaleza

Eduardo Laviano
fonte

Belém foi a metrópole brasileira com o terceiro maior índice de desigualdade registrado no primeiro trimestre de 2021, atrás somente de Natal e Fortaleza. 

Na Região Metropolitana de Belém, o rendimento médio dos 10% mais ricos passou de 28,2 para 38,9 vezes maior do que o rendimento médio dos 40% mais pobres.

Os dados são do boletim Desigualdade nas Metrópoles. Até 2018, a metrópole com maior nível de desigualdade era a de Manaus, quando foi então superada por Belém, acima da média nacional.  

O crescimento das desigualdades na RM de Belém foi considerado "elevado" pela pesquisa, com a média móvel saltando de 0,534 para 0,657 entre o 4º trimestre de 2015 e o 1º trimestre de 2021, atingindo o maior valor da série histórica. 

Além disso, o boletim também afirma que 33,15% da população da Região Metropolitana de Belém vive com rendimento per capita de até um quarto do salário mínimo.

No Brasil, o percentual de pessoas vivendo em domicílios nas metrópoles brasileiras com renda per capita do trabalho menor que 25% do salário mínimo (R$275) era de 20,2% no início da série histórica (2012). 

Já no primeiro trimestre de 2020 chegava a 24,5%. E apenas um ano depois, no 1º trimestre de 2021, alcançou o patamar de 29,4%.

Em termos absolutos, isso significa que em um ano o número de pessoas nessa situação passou de 20.230.528 para 24.535.659.

Em 2019, o índice de desigualdade chegou a apresentar quedas seguidas na capital paraense, mas a tendência de alta foi retomada em 2020, por conta da pandemia de covid-19.

"Em Belém, o mercado de trabalho é muito ligado ao setor público e terciário de baixa qualificação profissional e remuneração, como trabalhadores de lojas e comércio e autônomos. Na região metropolitana temos renda per capita de até 2 salários mínimos na casa de 80%. 23% vive entre um oitavo e um quarto do salário mínimo. Além disso, Belém se desenvolveu numa região tratada como periférica pelo Brasil, de maneira muito subordinada e marginalizada. Não conseguimos até hoje inserir o agroextrativismo, por exemplo, em uma economia mais formalizada, de maior valor agregado e renda", afirma o professor. Dr. Juliano Ximenes, do Observatório das Metrópoles. 

Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2019, a Região Metropolitana de Belém contava com 2,51 milhões de habitantes. 

Em 2010, o Censo Demográfico do IBGE atesta que "aglomerados subnormais" eram a maioria nas regiões mais populosas da metrópole e que Belém é a capital brasileira "com as mais precárias condições de infraestrutura". 

Os dados estão ligados pelo fato de especialistas considerarem essas moradias um dos principais indicativos de desigualdade em uma cidade.

As estimativas em 2019 calculam que, só na capital paraense, 225.577 vivem em aglomerados subnormais. Em segundo lugar vem Ananindeua, com 76.146 pessoas vivendo sob as mesmas condições precárias.

No total, o órgão estima que mais de 343 mil pessoas vivem da mesma maneira na RMB. 

Um aglomerado subnormal é uma forma de ocupação irregular de terrenos para fins de habitação em áreas urbanas e, em geral, sem urbanização e com carência de serviços públicos essenciais. 

"Belém de fato é muito desigual. Existe a Belém rica que chamamos, da Cidade Velha até o Marco e o centro de Ananindeua, com um padrão de vida, escolaridade, infraestrutura e moradia só em territórios muito específicos de bairros pouco populosos, enquanto bairros como terra firme e guamá são superpopulosos. O Guamá tem 100 mil habitantes, é maior que a maioria das cidades paraenses. A diferença de renda entre do Tapanã para o Reduto chega a ser 15 vezes menor. Belém é mais de 50% favela. Os dados são preocupantes", afirma ele, que é docente da Universidade Federal do Pará.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA