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Pandemia adia contratações de estagiários e incentiva home office de estudantes

Diversos processos de seleção também estão com inscrições ou provas adiadas para evitar aglomeração de pessoas

Redação Integrada
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Desde que o novo coronavírus (covid-19) começou a se espalhar por todo o Brasil, motivando autoridades federais, estaduais e municipais a recomendarem o isolamento social e a interrupção de atividades econômicas, algumas empresas privadas e órgãos públicos vêm suspendendo a contratação de novos estagiários.

Os governos e representantes de vários Estados seguiram a mesma linha. Na semana passada, o governo de São Paulo anunciou um plano de contingência para tentar reduzir despesas com pessoal e encargos sociais, suspendendo a admissão de estagiários por tempo indeterminado, medida que vale para todos os órgãos da administração direta e autarquias. No Norte, em Roraima, também foi suspenso o processo de contratação de estagiários de nível médio para sete comarcas do interior do Estado, iniciativa que foi adotada por Minas Gerais e Rio de Janeiro, por exemplo.

Embora isso ainda não tenha sido feito no Pará, diversos processos de seleção estão com inscrições ou provas adiadas para evitar aglomeração de pessoas. O superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) - uma das principais entidades do país a intermediar o contato entre empresas, órgãos públicos e jovens candidatos a estágios -, Eduardo Vaz, disse que, pelo menos nas regionais da entidade, o cancelamento ou suspensão dos termos de estágio já assinados “não tem sido uma grande preocupação”, ao contrário das consultas sobre trabalho remoto, ou seja, o home office, modalidade que tem crescido em todo o país.

“Até o momento, não recebemos informações de que termos de estágio [já em vigor] estejam sendo suspensos. Claro que, em função das incertezas, algumas empresas optaram por aguardar um pouco mais para lançar novos processos de recrutamento e seleção de estagiários, mas há vários outros em andamento, e temos usado a mesma tecnologia que possibilita o trabalho remoto para fazer as entrevistas e a seleção à distância”, disse o superintendente.

Home office

Segundo Vaz, nesse momento, as dúvidas mais frequentes por parte dos empregadores dizem respeito à possibilidade legal dos estagiários trabalharem de casa e sobre como orientar as tarefas à distância, proporcionando que os jovens possam conciliar teoria e prática. “Hoje, a maioria dos estagiários, eu diria que quase a totalidade, está fazendo trabalho remoto, em suas residências”, garantiu o superintendente. Ele disse que o home office em tempos de pandemia ganhou impulso após o Ministério Público do Trabalho (MPT) emitir nota técnica recomendando atividades remotas, para “proteger a saúde dos trabalhadores, empregados, aprendizes e estagiários adolescentes” durante o tempo que as autoridades de saúde recomendarem o isolamento social como forma mais eficaz de evitar que o novo coronavírus se espalhe. O órgão disse que não deve haver prejuízo financeiro ou redução da remuneração paga ao jovem.

O superintendente do IEL lembra, contudo, que a Lei de Estágio continua sendo o documento mais importante para sanar eventuais dúvidas e que os setores responsáveis devem continuar demandando os jovens e, principalmente, acompanhando a execução das atividades solicitadas. Para Vaz, os estágios contribuem não só para a capacitação dos estudantes, mas também para as companhias.

“É importante as empresas abrirem essas oportunidades para o maior número possível de jovens, para que eles possam ter suas primeiras experiências profissionais e complementar sua instrução. A maior parte deles está habituada ao ambiente digital, está conectada, e têm habilidades que podem ser de grande proveito para as organizações em um momento como este. Por isso, temos recomendado que as organizações deem prosseguimento aos seus processos de recrutamento de estagiários e aos seus programas de retenção de jovens talentos”, disse o superintendente.

UNE

A preocupação com a situação econômica dos estudantes cujos estágios estão perto do fim motivou o representante da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Luis Filipe Eich, a propor que o órgão sugira a prorrogação dos prazos finais. “Se um contrato de estágio vence agora, no meio desse período de crise, o estagiário ficará desamparado, sem renda, pois ninguém mais está contratando”, argumentou Eich.

O superintendente do IEL, Eduardo Vaz, admitiu que a proposta de Eich pode ser positiva. “Se é algo para beneficiar os jovens talentos, podemos estudar e, se for o caso, apoiar. Lógico que cada empresa tem seu próprio calendário, seu programa de estágio. Precisamos conhecer melhor a ideia, mas alguma flexibilização temporária na Lei de Estágio pode ser positiva nas atuais circunstâncias”, acrescentou Va

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